quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

Hoje faz anos o campeão pelo FC Porto e internacional A que começou e acabou no Desp. Aves. Quem se lembra de Neves?

Neves foi campeão nacional pelo FC Porto por três vezes
Começou e acabou a carreira no Desportivo das Aves, clube no qual também foi vice-presidente e candidato à presidência, mas foi ao serviço do FC Porto que conquistou títulos e na condição de jogador do Belenenses que se tornou internacional A.
 
Joaquim Silva das Neves, ou simplesmente Neves, nasceu a 24 de dezembro de 1970, em Santo Tirso, e entrou para as camadas jovens do emblema avense em 1984-85, na altura para jogar na equipa de iniciados.
 
Em 1988-89 ascendeu ao plantel principal e por lá permaneceu durante três temporadas, as duas primeiras na II Divisão e a terceira na recém-criada II Liga. Em maio de 1990 tornou-se internacional sub-21 ao participar no Torneio de Toulon e um ano depois deu o salto para o FC Porto.
 
“Com 17 anos, assinei contrato profissional com o Aves, e no segundo ano de júnior já era titular nos seniores. Fui ao Torneio de Toulon, onde a maioria da seleção era composta pela geração de Riade, o Abel Silva lesionou-se e acabei por ser titular, era o único da II Liga no onze”, recordou ao Maisfutebol em abril de 2022.
 
Contudo, este lateral direito pouco jogou de dragão ao peito, uma vez que o dono da posição era o mítico João Pinto. Depois de três jogos e um título de campeão em cada uma das duas primeiras épocas nas Antas (1991-92 e 1992-93), assim como uma Supertaça em 1991, iniciou um ciclo de sucessivos empréstimos.
 
“Apanhei o João Pinto pela frente e pouco joguei naquelas duas épocas com o Carlos Alberto Silva, embora tenha ganho dois campeonatos e uma Supertaça. Em 1993-94, ainda apanhei o Ivic, mas pedi para sair em dezembro e fui para o Sp. Braga com o António Oliveira”, contou o defesa, que em 1994-95 esteve cedido ao Gil Vicente e marcou de canto direto ao Boavista.
 
 
No verão de 1995 ficou livre. “Assinei pelo Salgueiros, mas acabei por não jogar. O João Alves quis-me no Belenenses e o Belenenses ofereceu ao Salgueiros três jogadores para me ter: o Chico Fonseca, o Abílio e o Miguel Bruno”, contou Neves, que viveu no Restelo a melhor temporada da carreira, ao ponto de ter sido chamado à seleção: “Fiz uma época fantástica no Belenenses do João Alves, com uma equipa fabulosa, que entrava em todos os campos para ganhar. Nesse ano fui internacional A, com o António Oliveira, num Portugal-Grécia, e fiz parte dos últimos 30 para o Euro 1996, mas fui operado ao menisco. Não sei se iria ou não ao Europeu, mas estive na lista.”
 
 
Valorizado, recebeu propostas de Benfica, Sporting e Deportivo da Corunha, mas foi convencido pelo próprio empresário, José Veiga, a voltar ao FC Porto. Contudo, por ainda não estar nas condições físicas ideais após a cirurgia, foi dispensado após a pré-época e acabou emprestado ao Marítimo.
 
“Fiz mais uma grande época no Marítimo, num ano que começou com o Manuel José, e depois o Manuel José quis levar-me para o Benfica. Queria-me a mim, ao Nuno Valente e ao Tiago. Só que eu pertencia ao FC Porto e a transferência não foi possível. Acabei por ser integrado no plantel do FC Porto”, lembrou o lateral, que em 1997-98 atuou em dez jogos pelos portistas, entre os quais dois diante do Real Madrid para a Liga dos Campeões.
 
Ainda assim, pouco para o que perspetivava: “Voltei com outro peso, com outro estatuto e experiência, e achava que aquele podia ser o meu ano. Fiz mais jogos, é certo, mas nunca tive a regularidade que precisava. (…) Pelo lado positivo, posso dizer que fui campeão sempre que estive no FC Porto. Aliás, fiquei na história do pentacampeonato e ainda ganhei uma Taça de Portugal nesse ano.” Desta vez, já não havia João Pinto, mas pontificavam no plantel portista Carlos Secretário, Butorovic e um Sérgio Conceição que de vez em quando era adaptado ao lado direito da defesa.
 
No início da temporada 1998-99 foi dispensado pelo recém-contratado treinador do FC Porto, Fernando Santos. “Fiquei três ou quatro meses sem jogar e saí para o Desportivo de Chaves. Depois fiz duas épocas no Salgueiros e regressei em definitivo ao Desportivo das Aves, já com 30 anos, a pensar no final da carreira, como veio a acontecer”, acrescentou o defesa, que pendurou as botas em 2005, aos 34 anos. “Tive uma carreira boa, joguei vários anos na Liga, joguei no FC Porto, conquistei cinco títulos, fui internacional sub-21, fui internacional A, portanto não me posso queixar”, rematou, em jeito de balanço.
 
Posteriormente voltou a servir o Desportivo das Aves como vice-presidente para a formação, entre 2010 e 2020, um ciclo que encerrou quando decidiu concorrer à presidência do clube, mas perdeu as eleições para António Freitas. Paralelamente, em 2003 abriu com a esposa uma loja de produtos ortopédicos e dietéticos, a Ortoneves, e posteriormente alargou o negócio, com um armazém e uma dezena de lojas espalhadas pela região Norte.



  




 

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