sexta-feira, 2 de agosto de 2024

O lateral que fez 135 jogos pelo Benfica e foi titular na final da Champions em 1990. Quem se lembra de José Carlos?

José Carlos foi uma vez internacional A por Portugal
Hoje é comentador na Sport TV e dirigente do Sindicado dos Jogadores, mas em tempos foi uma promessa e até uma certeza do Benfica, tendo disputado 135 jogos de águia ao peito, incluindo a final da Taça dos Campeões Europeus em 1989-90, perdida para o AC Milan em Viena. Porém, o mesmo Sven-Göran Eriksson que apostou nele nessa época retirou-lhe confiança após uma derrota em Barcelona em abril de 1992.
 
Após ter começado a jogar futebol no Domingos Sávio, do bairro dos Salesianos, ingressou no clube da Luz através de Vítor Martins, que andava a observar jovens jogadores. Quando subiu a sénior, em 1985, esteve dois anos sem jogar, no tempo de John Mortimore, e passou outros dois emprestado ao Portimonense, ajudando os algarvios a atingir as meias-finais da Taça de Portugal em 1987-88.

O avançado português que fazia tudo bem mas não era goleador. Quem se lembra de Hélder Postiga?

Postiga apontou 27 golos em 71 internacionalizações
Hélder Postiga surgiu na equipa principal do FC Porto um ano após a saída de Mário Jardel e era a antítese perfeita do brasileiro. Enquanto Super Mário só sabia marcar golos, o avançado nascido em Vila do Conde fazia quase tudo bem no último terço, mas era perdulário na finalização.
 
Na melhor época da carreira, em 2002-03, apontou 19 golos ao serviço dos dragões de José Mourinho. Necessitou de 46 jogos em todas as competições, tendo vencido as três em que participou: campeonato, Taça UEFA e Taça de Portugal. A partir daí só superou a dezena de golos em três temporadas: 11 pelo FC Porto em 2006-07, 12 pelo Sporting em 2010-11 e 14 pelo Saragoça em 2012-13. Antes, na época de estreia pelos azuis e brancos (2001-02), havia faturado 13.

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

João Neves no PSG. Uma questão de potencial, momento e contexto

João Neves vai fazer 20 anos a 27 de setembro
Numa altura em que cada vez mais se procura o potencial e menos se espera pela confirmação do valor dos futebolistas, João Neves não aparecerá numa nova janela do mercado de transferências com apenas 19 anos. A cada mês que passa, a tendência será de desvalorização. Porquê? Porque não há nada mais caro hoje em dia no mercado do que um futebolista ainda adolescente a deslumbrar. A partir daí, tende a ser sempre a perder: deixa de ser adolescente e pode deixar de deslumbrar.

Quando um adolescente aparece na equipa principal o deslumbrar pode significar apenas mostrar talento, ser assertivo e aguerrido, mas à medida que a idade avança a exigência sobe. Os erros vão sendo menos tolerados. António Silva tem sofrido isso na pele. João Neves não chegou a senti-lo, mas talvez não tardasse a lamentar-se que o Benfica deveria ter naquela posição alguém mais forte nos duelos aéreos e/ou mais chegada á área e/ou participação em golos.

“Quando nasci, o Papai do Céu apontou para mim e disse: este é o cara.” Quem se lembra de Romário?

Romário marcou 744 golos na carreira mas diz ter mais de 1000
Romário correspondia àquela imagem que tantas vezes criamos sobre os jogadores brasileiros: muito talento, muitos golos e muito… Carnaval. A diferença é que sorria muitos menos que outros grandes craques do seu país. Com a bola sempre colada ao pé direito, dava-se bem em espaços reduzidos e construía obras de arte em menos de um metro quadrado. Reivindica ter mais de mil golos, mas entidades independentes que recolhem este tipo de dados creditam-lhe uma marca na casa dos 700.
 
Seja como for, é um registo excelente para um jogador que tinha assumidamente atitudes pouco profissionais. “Não sou um atleta. Não treino, descanso e como bem. Sou um avançado centro. Sou autêntico, claro, real e difícil”, vincou.

quarta-feira, 31 de julho de 2024

“Acho que sou um cabrão simpático”. Quem se lembra de John Toshack?

John Toshack orientou o Sporting em 1984-85
John Toshack foi um antigo internacional galês, que se notabilizou ao serviço do Liverpool após ter despontado no Cardiff City, tendo formado uma dupla temível com Kevin Keegan e conquistado duas Taças dos Campeões Europeus, duas Taças UEFA e três campeonatos de Inglaterra.
 
Após ter pendurado as botas tornou-se treinador e construiu uma carreira do mesmo nível. Começou por pegar no Swansea City, ainda como jogador-treinador, e levar o emblema galês da quarta à primeira divisão inglesa.
 
Perante este sucesso, João Rocha contratou-o para orientar o Sporting em 1984-85. Não conquistou qualquer título, mas teve o mérito de ter sofrido apenas três derrotas em 38 jogos oficiais. O problema foi que dois dos desaires valeram eliminações, às mãos do Dínamo Minsk na Taça UEFA e do Rio Ave na Taça de Portugal, e somou demasiados empates (nove) no campeonato.

Quando Loco Abreu repetiu o penálti à Panenka: “Ainda bem que a Internet ainda não chegou ao Gana”

Loco Abreu apurou o Uruguai para as meias-finais do Mundial 2010
Um dos “locos” do futebol sul-americano. Sebastián Abreu é mais conhecido por ser o detentor do recorde do Guinness referente ao jogador que mais clubes representou enquanto profissional: 32, de 11 países. Na Europa ficou-se pelos espanhóis do Deportivo da Corunha e da Real Sociedad, pelos israelitas do Beitar Jerusalém e pelos gregos do Aris. Na América Latina vestiu a camisola de emblemas de topo como San Lorenzo, Grêmio, River Plate, Botafogo, Nacional de Montevideu e América.
 
Não era homem de frases feitas. Era inteligente, brincalhão e impertinente. Nos grandes torneios – disputou os Mundiais de 2002 e 2010 e as Copas América de 1997, 2007 e 2011 –, surgia nas conversas com a imprensa sempre com uma câmara apontada aos jornalistas, pois gosta de filmar tudo o que vive.

terça-feira, 30 de julho de 2024

“Apartheid? Não conheço, mas se é perigoso vou fazer marcação em cima”. As melhores pérolas de Amaral

Amaral disputou 29 jogos pelo Benfica entre 1996 e 1998
Amaral era o típico jogador brasileiro proveniente de raízes humildes, com poucos estudos, que não era conhecido pelo nome de batismo (Alexandre da Silva Mariano) e que construiu uma carreira de muito bom nível. Aos 14 anos já trabalhava numa funerária na sua cidade natal, Capivari, no estado de São Paulo, mas manteve sempre vivo o sonho de ser futebolista.
 
Depois de despontar no Palmeiras e de ter chegado à seleção brasileira, foi contratado pelo Parma, que por sua vez o emprestou ao Benfica no final de 1996. Esse empréstimo de cerca de meio ano correu tão bem que os adeptos encarnados promoveram a “Operação Fica Amaral”, uma conta que convidava os benfiquistas a depositar dinheiro para a compra do passe do jogador. No entanto, a quantia angariada não chegou e o médio teve de voltar ao Palmeiras. Haveria de voltar à Luz entre dezembro de 1997 e maio do ano seguinte, mas sem o mesmo brilho do que na passagem anterior, na qual havia exibido uma contagiante entrega ao jogo e uma simplicidade admirável.

Desceu duas vezes de divisão no Beira-Mar mas venceu a Taça de Inglaterra e jogou num Mundial. Quem se lembra de Alcaráz?

Alcaráz somou 120 jogos e cinco golos pelo Beira-Mar
A vida dá muitas voltas e a carreira de Antolín Alcaráz é a prova disso mesmo. Desde tenra idade considerado um central muito promissor no Paraguai, despontou no Teniente Farinã, evoluiu nos argentinos do Racing Club de Avellaneda, chegou a ser convocado para um jogo da seleção principal do seu país diante do Brasil, na fase de qualificação do Mundial 2002, tendo também captado o interesse da Fiorentina, que o contratou.
 
Contudo, chegou a Florença numa altura em que o emblema viola estava falido, arruinado por dívidas monstruosas, e nunca chegou a disputar qualquer jogo oficial pelos transalpinos, apesar de ter chegado a treinar ao lado de Nuno Gomes e companhia. Sem clube, regressou à Argentina, onde treinou para manter a forma e, depois de um ano sem competir, assinou pelo Beira-Mar em janeiro de 2003.

O búlgaro que se tornou no melhor marcador de sempre do Desp. Chaves. Quem se lembra de Radi?

Radi apontou 47 golos em 110 jogos pelo Desp. Chaves
O verão de 1986 foi escaldante para Radi Zdravkov. O então médio ofensivo/avançado do CSKA Sófia, que por essa altura comemorava o 30.º aniversário, representou a seleção da Bulgária no Campeonato do Mundo disputado no México. Na terceira jornada da fase de grupos, a 10 de junho, chegou mesmo a participar num encontro da fase de grupos diante da Argentina de Diego Maradona, entrando aos 71 minutos, a tempo de assistir já dentro das quatro linhas à assistência de el pibe para Burruchaga, que sentenciou o 2-0 final.
 
Depois da eliminação, nos oitavos de final às mãos do México, voltou a focar-se na carreira a nível de clubes, e aproveitou para se exilar em Portugal. “Bem, na Bulgária havia uma ditadura comunista e ninguém podia sair do país com menos de 28 anos. Eu saí com 30. Queria jogar as qualificações para o Euro 1988 e experimentar outro campeonato. Recebi o convite do Desp. Chaves e não podia recusar”, contou ao Maisfutebol em março de 2015. “Conseguimos ir ao Mundial, mas na Bulgária o governo e as pessoas não estavam satisfeitos. Sofremos enormes críticas”, acrescentou o jogador, 67 vezes internacional pelo seu país, entre 1975 e 1988.

segunda-feira, 29 de julho de 2024

Do cântico “vai te pegar” ao beijo a uma desconhecida no meio do trânsito. Recorde Fred

Fred brilhou no Fluminense entre 2009 e 2016 e entre 2020 e 2022
Talvez seja exagerado dizer que Fred estava para o futebol brasileiro como David Beckham estava para o futebol mundial, mas a verdade é que o antigo avançado internacional canarinho era um sex symbol no seu país.
 
Com tanto ou mais sucesso entre o género feminino do que entre os centrais adversários (sobretudo os do futebol europeu…), conseguiu projetar o seu mediatismo para lá do desporto-rei. Durante a sua primeira passagem pelo Fluminense, entre 2009 e 2016, e mesmo em jogos da seleção brasileira, tornou-se normal as mulheres gritarem: “Fred, vem me pegar.” Já as claques, maioritariamente masculinas, festejavam os golos do atacante ao som de “O Fred vai te pegar.” Um cântico personalizado, tal como os sportinguistas entoavam “Se o Paulinho mostra os dentes, eles até caem”.

O argentino que ajudou o Sp. Braga a crescer e foi campeão pelo FC Porto. Quem se lembra de Andrés Madrid?

Andrés Madrid disputou 120 jogos pelo Sp. Braga
O crescimento do Sp. Braga no início do século XXI está associado a vários jogadores. Uns foram importantes numa fase, outros noutra, mas poucos tiveram uma longevidade ao ponto de terem simultaneamente passado pelas eras Jesualdo Ferreira, Jorge Jesus e Domingos Paciência. Andrés Madrid foi um desses raros casos. Chegou em janeiro de 2005 e partiu em meados de 2011.
 
Médio defensivo internacional jovem argentino que saía bem a jogar e era dotado de visão de jogo, tinha em Fernando Redondo a grande referência e esteve quase a defrontar Diego Maradona no seu primeiro ano de sénior, quando representava o Platense. “No último jogo, acho que era o último jogo, jogávamos contra o Boca. Ele lesionou-se no aquecimento, uma coisa assim. Eu estava no banco e não tive possibilidade de jogar contra ele. Foi quase, foi quase…”, contou ao Maisfutebol em novembro de 2022.

sábado, 27 de julho de 2024

“Coloco sempre bem as minhas equipas no campo, o problema é que o jogo começa e os jogadores movem-se”. Recorde Alfio Basile

Alfio Basile orientou Maradona e Messi na seleção argentina
Treinadores há muitos, mas só um orientou Diego Maradona e Lionel Messi: Alfio Basile. Como futebolista era daqueles centrais que não inventavam, tendo chegado a internacional A (por oito vezes) pela Argentina, o ponto mais alto de uma carreira em que só representou dois clubes: Racing Club de Avellaneda e Huracán.
 
Quando se tornou treinador manteve o estilo descomplicado. O facto de ser alto, forte, rude e ter voz grossa também ajudava a que os jogadores não questionassem as suas decisões. E, se fosse preciso, partia para cima deles. “Quando comecei como treinador, fervia por tudo e por nada, ao ponto de andar à porrada com os jogadores que não cumpriam as minhas indicações”, contou.

sexta-feira, 26 de julho de 2024

A antiga promessa do Benfica que se tornou médico. Quem se lembra de Vasco Firmino?

Vasco Firmino esteve no Benfica entre 2003 e 2006
Vasco Firmino foi uma das muitas promessas não cumpridas do futebol português, mas não deixa de ser um exemplo inspirador. Avançado de elevada estatura (1,86 m) natural do Barreiro, fez quase toda a formação no Barreirense, tendo dado o salto para o Benfica a meio da última época de júnior, em janeiro de 2003, quando até já se tinha estreado pela equipa principal dos alvirrubros.
 
Nos primeiros meses de águia ao peito deu logo nas vistas e somou as únicas internacionalizações que tem no currículo, todas pela seleção nacional de sub-19. Quis o destino que a última, a 2 de abril de 2003, fosse num jogo disputado no Barreiro, mais concretamente no Estádio Alfredo da Silva, um empate a zero com a Rússia a contar para a fase de apuramento para o Campeonato da Europa da categoria. Nessa tarde atuou ao lado de Paulo Ribeiro, Amoreirinha, Paulo Sérgio, Hugo Almeida, João Pereira, Hélio Pinto e Filipe Oliveira, entre outros, às ordens do selecionador Carlos Dinis. Pelos russos jogaram, por exemplo, os futuros internacionais A Igor Denisov e Vladimir Bystrov.

O brasileiro que passou discreto pelo Barreirense mas jogou em dois Mundiais. Quem se lembra de Nelinho?

Nelinho vestiu a camisola do Barreirense em 1970-71
Filho e neto de portugueses naturais de Ovar, nasceu no Rio de Janeiro, para onde os pais tinham emigrado, Nelinho tem uma história de carreira incrível: passou discreto pelo Barreirense quando tinha 20 anos, voltou ao seu país e foi a tempo de chegar à seleção brasileira e inclusivamente jogar em dois Mundiais, os de 1974 e 1978.
 
O então jovem lateral direito estava ainda a dar os primeiros passos no futebol profissional ao serviço do América do Rio de Janeiro, às ordens de Otto Glória, quando surgiu a hipótese de reforçar o emblema do Barreiro.  “Ora, em 1970, o Barreirense falou com ele e pediu-lhe que ele sugerisse um nome para assumir o clube. O senhor Otto então apontou o seu adjunto, um tal Edsel Fernandes. O Barreirense aceitou esse nome e o Edsel Fernandes acabou por ir treinar para o Barreiro. Como bónus, levou-me com ele”, recordou ao Observador em dezembro de 2016.

quinta-feira, 25 de julho de 2024

“El Loco? Das hipóteses previstas no dicionário, escolheram a mais suave”. O mundo encantado de Bielsa

Imagem típica de Bielsa sentado na geleira no limite da área técnica
Marcelo Bielsa é um treinador com uma montra de títulos bastante modesta para os mais de trinta anos de carreira que já leva, mas há muito que é um técnico conceituado e reconhecido, sobretudo pelas suas ideias românticas e pelo futebol atrativo que as suas equipas praticam. Pep Guardiola considera-o uma referência, tendo até sido categórico ao elegê-lo como o melhor treinador do mundo. Quando ainda era um jogador recém-retirado, o agora homem do leme do Manchester City passou onze horas a conversar com ele na casa de Bielsa, na Argentina, um encontro decisivo para que o catalão seguisse a carreira de treinador.
 
Nascido a 21 de julho de 1955 no seio de uma família burguesa da cidade de Rosario, Marcelo Alberto Bielsa Caldera era filho e neto de advogados, enquanto os irmãos chegaram a ministro e vice-governador. Algo imaginável quando o vemos com um jeito simplório a ver os jogos das suas equipas quase sempre de fato de treino e sentado em cima de uma geleira no limite da área técnica.

“Os três postes são uma prisão, mas consegui evadir-me algumas vezes”. Quem se lembra de Higuita?

René Higuita celebrizou a defesa de escorpião
A excentricidade de René Higuita já era conhecida dos adeptos do futebol, mas ninguém estava à espera de ver o que aconteceu no dia 6 de setembro de 1995 no Estádio de Wembley: travou um cruzamento mal medido de Jamie Redknapp com uma intervenção que ficou conhecida como a defesa de escorpião.
 
Em vez de encaixar a bola com os braços, saltou na horizontal com os calcanhares no ar e enviou a bola com os pés para a entrada da área. Uns abriam a boca de espanto, outros riam à gargalhada. A alcunha “el loco” tornou-se curta para definir o guarda-redes colombiano, que nessa noite defendia a baliza da sua seleção diante de Inglaterra.

quarta-feira, 24 de julho de 2024

Muitos contestam o crescimento artificial dos “novos ricos”. Então e os velhos ricos?

Berlusconi segura um troféu europeu ganho pelo AC Milan
Chelsea, Manchester City e Paris Saint-Germain passaram, nas duas últimas décadas, de clubes de pouca relevância nacional e internacional para crónicos candidatos ao título europeu. Os londrinos, que dos três são hoje os que estão mais longe dos melhores dias, contam já com duas orelhudas no palmarés desde que o magnata russo Roman Abramovich se tornou proprietário em 2003. Os citizens já conquistaram uma Champions e atingiram outra final desde que a propriedade passou para Sheikh Mansour, dos Emirados Árabes Unidos, em 2008. Por sua vez, os parisienses têm o fundo governamental qatari Qatar Sports Investments como acionista maioritário desde 2011, chegaram a uma final da Liga dos Campeões e têm dominado o futebol francês.
 
É inegável que, sem as injeções de capital de que têm sido alvo, dificilmente se teriam tornado em clubes tão bem-sucedidos como são hoje. Além da vertente desportiva, estão entre os mais seguidos nas redes sociais, enchem constantemente estádios, são continuamente convidados para digressões noutros continentes e têm (ou tinham) no seu plantel ídolos à escala planetária.
 
Esse crescimento, como não foi à base da força da massa associativa aliada a uma gestão competente de dirigentes não profissionais, é tido como um crescimento artificial. E estes clubes são repetidamente catalogados como “novos ricos” e criticados por não terem história.
 
A questão é que muitos dos clubes que hoje têm uma história rica são, na verdade, velhos ricos, que também tiveram o tal crescimento artificial, mas numa altura em que não havia a globalização que há hoje, num período em que existiam barreiras burocráticas que vieram a ser quebradas com a criação da União Europeia e a implementação da Lei Bosman. Se tivermos em conta estes fatores, a inflação, o surgimento da televisão por cabo e a modernização e rentabilização de competições como o caso da Liga dos Campeões, que deixou de acolher somente os campeões para receber sobretudo os melhores, Chelsea, PSG e City são apenas versões modernas do que sempre existiu.

terça-feira, 23 de julho de 2024

“Porque é que eu só treino clubes grandes? Porque os pequenos não me conseguem pagar”. As melhores frases de Helenio Herrera

Herrera comandou o Inter entre 1960 e 1968 e entre 1973 e 1974
Helenio Herrera foi um dos melhores treinadores de sempre. Concebeu um sistema (5x3x2) que ficou conhecido como Catenaccio, através da criação da posição de líbero, que cobria os restantes quatro defesas e colmatava as brechas que o ataque adversário conseguia abrir. Em relação à tática da moda daquela altura, o 4x2x4, abdicou de um avançado para acrescentar uma unidade à linha defensiva.
 
Esse sistema fez com que o seu Inter de Milão ganhasse a Taça dos Clubes Campeões Europeus duas vezes seguidas, em 1963-64 e 1964-65. Anos antes, havia tido uma passagem discreta pelo Belenenses, não indo além de um quarto lugar no campeonato português em 1957-58.

segunda-feira, 22 de julho de 2024

O peruano virtuoso que brilhou no Sporting. Quem se lembra de Juan Seminário?

Juan Seminário representou o Sporting entre 1959 e 1961
Desde os primeiros anos de existência que o Sporting contava com jogadores estrangeiros nas suas fileiras, ao contrário do rival Benfica, e no final da década de 1959 reforçou-se com um internacional peruano, considerado mesmo o primeiro grande futebolista não português da história leonina: Juan “El Loco” Seminário.
 
A sua velocidade fez com que fosse conhecido como o “Expresso de Lima”, mas era também um atacante refinado tecnicamente e com capacidade de finalização. Despontou no Deportivo Municipal, um emblema da capital peruana, e estreou-se pela seleção do seu país quando tinha apenas 19 anos.

O bósnio que fugiu da guerra e somou mais de 300 jogos em Portugal. Quem se lembra de Besirovic?

Besirovic representou o Farense entre 1997 e 2001
Nail Besirovic foi um bom médio ofensivo de baixa estatura (1,69 m) que deixou marca no futebol português na década de 1990 e no início do século XXI.
 
Nascido na Bósnia a 22 de julho de 1967, começou a jogar futebol a nível sénior no Sloboda, na I Divisão da Jugoslávia, mas a guerra dos Balcãs levou-o a refugiar-se em Portugal e, consequentemente, no futebol português.
 
Começou por jogar na II Liga, ao serviço de Estrela da Amadora, em 1991-92. Seguiu-se uma passagem muito bem-sucedida pelo Académico de Viseu, ajudando o emblema beirão a subir da II Divisão B ao segundo escalão em 1993.

sexta-feira, 12 de julho de 2024

O percurso dos campeões europeus: Itália em 2020

Itália ganhou o Euro 2020 em... 2021
O Euro 2020 ficou marcado por um conceito inovador, que o levou a ser disputado em onze cidades de países diferentes de uma ponta a outra da Europa. Também foi o primeiro Campeonato da Europa com vídeo árbitro (VAR) e cinco substituições. Outra novidade, ainda que forçada, foi a sua realização em… 2021, devido à eclosão da pandemia de covid-19.
 
Como se toda esta confusão não fosse suficiente, a fase de qualificação foi dividida em 10 grupos, sendo que os dois primeiros de cada agrupamento se apuravam para a fase final. As outras quatro vagas foram preenchidas através de playoffs que tinham em conta o desempenho na Liga das Nações e um dos playoffs era exclusivo de seleções da Liga D dessa competição, o que possibilitou a estreia da Macedónia do Norte num grande torneio.
 
A vencedora do Euro 2020 foi Itália, que respondeu da melhor maneira ao não apuramento para o Mundial 2018, tendo vencido os dez jogos da fase de qualificação, reinando tranquilamente no Grupo J, que continha também Finlândia, Grécia, Bósnia e Herzegovina, Arménia e Liechtenstein.

quinta-feira, 11 de julho de 2024

O percurso dos campeões europeus: Portugal em 2016

Portugal ganhou o Euro 2016 em França ao bater a... França
“Pouco importa, pouco importa/Se jogamos bem ou mal/Queremos é levar a taça/Para o nosso Portugal!”. Foi com esta banda sonora que a seleção portuguesa, de empate em empate e de prolongamento em prolongamento, com um golo de Eder a finalizar, conquistou o ansiado primeiro título da sua história, o Campeonato da Europa de 2016.
 
Costuma dizer-se que pau que nasce torto tarde ou nunca se endireita, mas a verdade é que a equipa das quinas foi-se endireitando após cada contrariedade e, com uma ponta de sorte à mistura, desde os sorteios aos golos ao cair do pano, conseguiu construir o momento mais alto do futebol português.
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