terça-feira, 30 de julho de 2024

O búlgaro que se tornou no melhor marcador de sempre do Desp. Chaves. Quem se lembra de Radi?

Radi apontou 47 golos em 110 jogos pelo Desp. Chaves
O verão de 1986 foi escaldante para Radi Zdravkov. O então médio ofensivo/avançado do CSKA Sófia, que por essa altura comemorava o 30.º aniversário, representou a seleção da Bulgária no Campeonato do Mundo disputado no México. Na terceira jornada da fase de grupos, a 10 de junho, chegou mesmo a participar num encontro da fase de grupos diante da Argentina de Diego Maradona, entrando aos 71 minutos, a tempo de assistir já dentro das quatro linhas à assistência de el pibe para Burruchaga, que sentenciou o 2-0 final.
 
Depois da eliminação, nos oitavos de final às mãos do México, voltou a focar-se na carreira a nível de clubes, e aproveitou para se exilar em Portugal. “Bem, na Bulgária havia uma ditadura comunista e ninguém podia sair do país com menos de 28 anos. Eu saí com 30. Queria jogar as qualificações para o Euro 1988 e experimentar outro campeonato. Recebi o convite do Desp. Chaves e não podia recusar”, contou ao Maisfutebol em março de 2015. “Conseguimos ir ao Mundial, mas na Bulgária o governo e as pessoas não estavam satisfeitos. Sofremos enormes críticas”, acrescentou o jogador, 67 vezes internacional pelo seu país, entre 1975 e 1988.
 
Em Trás-os-Montes teve impacto imediato. “Fiz dois treinos e senti que o treinador [Raul Águas] ganhou logo confiança em mim. E acho que não os enganei, fiz um bom papel em Chaves. Fora do relvado tive a ajuda de um grande amigo, o Abreu. Estou-lhe eternamente agradecido. Até uma entrevista ele me ajudou a dar, pois eu não falava bem em português ainda. A cidade era pequena e linda, sentia que conhecia toda a gente. Terei sempre a cidade de Chaves e o Desportivo no meu coração”, prosseguiu o antigo atacante, que em três épocas conseguiu tornar-se no melhor marcador de sempre do emblema flaviense, com 47 golos, recorde que ainda detém.
 
 
Na temporada de estreia contribuiu para o quinto lugar na I Divisão que valeu o apuramento europeu da história do clube, e chegou mesmo a faturar na Taça UEFA com a camisola azul-grená. “Esses anos em Chaves foram os meus melhores enquanto jogador. A qualificação para as provas da UEFA foi o maior sucesso da história do clube. Muitas pessoas ficaram surpreendidas, mas nós merecemos. A equipa era fantástica”, recordou Radi, cujos 21 golos no campeonato em 1987-88 apenas foram superados pelo sportinguista Paulinho Cascavel.
 
 
Entretanto continuou no norte de Portugal, mas noutras longitudes. Em 1989-90 passou sem sucesso pelo Sp. Braga, porque não se adaptou ao estilo de jogo de Vítor Manuel. Na época seguinte voltou a ser feliz com a camisola do Paços de Ferreira, então comandado por Vítor Oliveira, ajudando os pacenses a subir à I Divisão. Já em 1990-91 contribuiu para a promoção do Felgueiras de Mário Reis da II Divisão B à II Liga.
 
 
Depois voltou à Bulgária, tendo terminado a carreira em 1994. Após pendurar as botas tornou-se treinador e desde então que tem passado por várias equipas da I Divisão do seu país.
 


 

 




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