sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Belenenses na II Liga

Dez jogadores que dignificaram o Belenenses na II Liga
Fundado a 23 de setembro de 1919 depois de entusiásticas reuniões num banco de jardim na zona de Belém, o Clube de Futebol “Os Belenenses” pouco tempo depois da extinção daquele que viria a ser o seu gene aglutinador, o Sport União Belenense.

Rapidamente os azuis se tornaram num dos principais emblemas do futebol português. Na década de 1920 iniciaram um percurso que os levaria à conquista de seis Campeonatos de Lisboa (1925-26, 1928-29, 1929-30, 1931-32, 1943-44 e 1944-45) e três Campeonatos de Portugal (1926-27, 1928-29 e 1932-33).

Entretanto foi criada a I Divisão e o emblema da Cruz de Cristo continuou a perfilar-se como um candidato aos primeiros lugares. Em 1945-46 sagrou-se mesmo campeão nacional, tendo ainda concluído a prova em 2.º lugar em quatro ocasiões (1936-37, 1944-45, 1954-55 e 1972-73) e na 3.ª posição por 14 vezes (1939-40, 1940-41, 1941-42, 1942-43, 1946-47, 1947-48, 1948-49, 1952-53, 1955-56, 1956-57, 1958-59, 1959-60, 1975-76 e 1987-88) ao longo de 77 presenças – a última aqui considerada é a de 2017-18, antes de cisão definitiva entre clube e SAD.

Em termos de II Liga, o Belenenses soma cinco participações, tendo conquistado o título de campeão em 2012-13 e subido à I Liga enquanto segundo classificado em 1991-92 e 1998-99.

Paralelamente, os azuis do Restelo conquistaram a Taça de Portugal por três vezes, em 1941-42, 1959-60 e 1988-89, e chegaram à final por mais cinco ocasiões (1939-40, 1940-41, 1947-48, 1985-86 e 2006-07).
Vale por isso a pena recordar os dez jogadores com mais jogos pelo Belenenses na II Liga.

10. Kay (35 jogos)

Kay
Disputou o mesmo número de jogos de Nélson Lenho, mas amealhou mais 168 minutos em campo – 3105 contra 2937.
Defesa central cabo-verdiano formado no Benfica ao lado de Tiago Pinto, Miguel Vítor, Sílvio e Miguel Rosa, passou pelos seniores de Tourizense, Tabuense, Mineiro Aljustrelense e Operário Lagoa antes de ingressar no Belenenses no verão de 2012.
Na primeira época no Restelo atuou em 35 partidas (todas como titular) na II Liga e apontou cinco golos, diante de Oliveirense, Freamunde, Feirense, Sporting B e Trofense, contribuindo para a conquista do título de campeão do segundo escalão e para a caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal. Paralelamente, estreou-se pela seleção principal de Cabo Verde.
Em 2013-14 acompanhou os azuis no regresso à I Liga, transferindo-se no final dessa temporada para os romenos do Universitatea Craiova.



9. Mourtala Diakité (35 jogos)

Mourtala Diakité
Defesa central/médio defensivo maliano de elevada estatura (1,88 m), entrou no futebol português pela porta do Beira-Mar, tendo ainda passado por Boavista e pelos romenos do Dínamo Bucareste antes de ingressar pela primeira vez no Belenenses a meio da época 2008-09.
Se na primeira temporada no Restelo a despromoção à II Liga foi revertida na secretaria, em 2009-10 viu mesmo consumada a descida de divisão, apesar de ter passado a segunda metade dessa época no Marítimo.
Após uma passagem pelo futebol chinês, regressou ao emblema da Cruz de Cristo em 2012-13 para participar em 35 encontros (todos como titular) no segundo escalão e apontar cinco golos, frente a União da Madeira, Tondela (dois), Freamunde e Feirense, contribuindo para a conquista do título de campeão da II Liga e para a caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal.
Haveria de permanecer no clube até janeiro de 2014, quando se transferiu para o Benfica de Luanda.



8. Tiago Silva (37 jogos)

Tiago Silva
Médio que passou pelas camadas jovens do Benfica mas que concluiu a formação no Belenenses, transitou para a equipa principal em 2012-13.
Nessa temporada afirmou-se de imediato na equipa principal então comandada por Mitchell van der Gaag, tendo atuado em 37 partidas (36 a titular) na II Liga e apontado quatro golos, diante de Santa Clara, Tondela, Penafiel e Atlético, ajudando os azuis do Restelo a sagrarem-se campeões nacionais do segundo escalão e a chegarem às meias-finais da Taça de Portugal. Paralelamente, tornou-se internacional sub-20 português, tendo em 2013 participado no Torneio de Toulon e no Campeonato do Mundo da categoria.
Haveria de permanecer vinculado ao emblema da Cruz de Cristo até 2018, mas passou os últimos dois anos emprestado ao Feirense. Entretanto, tornou-se internacional sub-21 e olímpico, tendo marcado presença nos Jogos do Rio em 2016.



7. Abel Camará (38 jogos)

Abel Camará
Avançado que dividiu a formação entre Real SC, Oeiras e Belenenses, foi convocado pela primeira vez para a equipa principal em maio de 2009, por Rui Jorge, quando ainda era júnior.
Na temporada seguinte foi emprestado ao Estrela da Amadora, então na II Divisão B, regressando ao Restelo em 2010-11.
Entre agosto de 2010 e janeiro de 2012 totalizou 38 partidas (23 a titular) e oito golos na II Liga, tendo depois sido emprestado ao Beira-Mar até junho de 2013. Paralelamente, tornou-se internacional sub-21 por Portugal, ainda que mais tarde tivesse optado por representar a seleção principal da Guiné-Bissau.
Em 2013-14 esteve cedido aos romenos do Petrolul Ploiesti, tendo voltado a representar o emblema da Cruz de Cristo entre 2014 e 2017, ainda que com um empréstimo aos sauditas do Al-Faisaly pelo meio. Em 2014-15 contribuiu para o apuramento para a Liga Europa.
Apesar da longa ligação ao clube de Belém, a relação não teve um final feliz. “Esta é a minha oitava época de ligação ao Os Belenenses. Cheguei em 2008, para o escalão de juniores, para uma equipa que, treinada pelo atual selecionador de sub-21, ficou em terceiro lugar na zona Sul do campeonato nacional. Desde então, servi a equipa sénior, na primeira e na segunda divisão, e estive cedido a outros clubes (…). E a verdade é que aguentei muito. Desde a época em que regressei da cedência ao Petrolul, em 2014-15. Nessa temporada, convém recordar, conseguimos o apuramento para a Liga Europa, mas também não me esqueço de que fui insultado logo no primeiro jogo de preparação, contra o Oriental. O grupo e toda a estrutura, liderada pela presidente Rui Pedro Soares, não deixaram que um pequeno grupo de gente que se assume como anti-Belenenses SAD me incomodasse ou desestabilizasse a equipa e, pouco a pouco, fomos superando o sucedido”, contou num comunicado divulgado em maio de 2017.
“Este ódio por parte dessa pequena fação vem da época 2011/12. No final de um jogo contra o Sp. Covilhã, alguns adeptos manifestaram a sua legítima insatisfação, mas houve então um grupo que resolveu rodear e insultar a mãe do nosso capitão da altura, Sérgio Barge. Nesse momento resolvi intervir, separei as pessoas e acalmei a situação, tendo posteriormente sido acusado de ter agredido esses adeptos. Até hoje, contudo, ninguém o provou nem apresentou queixa. Se tivesse havido incorreto da minha parte, por que não teriam apresentado queixa? Na semana seguinte, jogámos contra o Trofense e infelizmente perdemos. No final do encontro, e como sempre sucede - como sucedeu, de resto, no último domingo -, alguns dos meus familiares e amigos aguardaram a minha saída do estádio. Mais uma vez, um grupo de adeptos acusou-os de agressão e de terem mostrado facas e armas. Até hoje, mais uma vez, ninguém o provou nem apresentou queixa. E após cada jogo no Restelo os mesmos familiares e amigos continuam a aguardar a minha saída, exatamente no mesmo local”, prosseguiu.
“Infelizmente, por razões que realmente me ultrapassam e que até hoje não consigo entender, a situação tomou outros caminhos e um pequeno grupo de desordeiros espera sempre uma falha minha para me atacar e desestabilizar, como voltou a acontecer no jogo deste domingo, contra o Paços de Ferreira. Não conseguem, desde logo porque serão sempre mais os que me apoiam dos que os que me assobiam. E porque tenho uma personalidade forte e saio sempre de cabeça erguida, seja de um jogo ou de um treino, e com a consciência de tudo ter dado pelo Belenenses. Este domingo, à saída do estádio, quando esperava a minha companheira, deparo-me com um grupo de desordeiros a insultar-me e a tentar agredir-me. Um deles tentou inclusivamente agredir a minha companheira, que está grávida. E isso eu não admito”, afirmou o atacante, que disse estar de consciência tranquila.



6. Matt Jones (41 jogos)

Matt Jones
Guarda-redes inglês formado no West Bromwich e com passagem pelo futebol norte-americano, entrou no futebol português pela porta do Santa Clara, tendo ainda passado pelo União da Madeira antes de ingressar no Belenenses no verão de 2012.
Na primeira temporada no Restelo atuou em 41 encontros e sofreu 40 golos na II Liga, contribuindo para a conquista do título de campeão da segundo escalão e para a caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal. Os bons desempenhos valeram-lhe o prémio de melhor guarda-redes da II Liga em 2012-13.
Haveria de permanecer na equipa até junho de 2015, tendo ainda sido emprestado a Tondela e Philadelphia Union antes de terminar a ligação contratual ao clube.



5. Arsénio (42 jogos)

Arsénio
Extremo que jogou na formação do FC Porto, fez a estreia no futebol sénior ao serviço do Padroense, chegou a jogar pelo Marítimo e passou pelo Ribeirão antes de assinar pelo Belenenses no verão de 2012.
Na primeira época no Restelo participou em 42 encontros (27 a titular) na II Liga e apontou cinco golos, frente a Feirense, FC Porto B, Marítimo, Arouca e Benfica B, contribuindo para a conquista do título de campeão da segundo escalão e para a caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal.
Na temporada seguinte continuou no plantel azul, mas foi perdendo espaço e acabou por ser emprestado ao Moreirense, clube pelo qual viria a assinar em 2014-15 a título definitivo.



4. Miguel Rosa (57 jogos)

Miguel Rosa
Médio ofensivo formado ao Benfica, chegou ao Belenenses emprestado pelas águias no verão de 2010, já após ter estado cedido a Estoril e Carregado.
Em duas épocas no Restelo amealhou 57 partidas (56 a titular) e 17 golos na II Liga, registo que faz dele o melhor marcador de sempre dos azuis no segundo escalão. Em 2010-11 foi eleito melhor jogador da II Liga, ao passo que na temporada que se seguiu foi designado futebolista revelação. “Foram anos maravilhosos”, recordou ao portal do clube em agosto de 2013.
Entretanto regressar aos encarnados, mas haveria de voltar a envergar a camisola do Belenenses entre 2013 e 2017 na I Liga. “Tinha alguns amigos, entre os quais o Daniel Martins, o Fernando Ferreira e o Fredy, a dizerem que me queriam ter como colega de equipa. Isso também foi importante para mim”, contou na altura.
Em janeiro de 2018, numa altura em que vinha a ser cada vez menos utilizado, transferiu-se para o Cova da Piedade. “'Quando eu estiver a morrer , não me levem ao hospital , levem-me a Anfield , ali nasci e ali morrerei', Nunca esta frase de Steven Gerrard quando deixou o Liverpool fez tanto sentido para mim. Hoje é o dia em que digo 'até já' a toda a nação Belenenses. A grande questão aqui é que mais do que a minha nação, o Belenenses é a minha família e a família da minha família. Digo até já e não adeus porque, e citando as mesmas palavras que Buffon usou para a sua nação Italiana, sou um soldado e Belém é a minha pátria, um soldado não deserta e quando me chamarem direi presente! O futebol é feito de ciclos mas tenho a certeza que esta ligação não tem sequer ciclos mas sim uma linha de continuidade emocional infinita. É com a minha filha Carolina Rosa, sócia 7838 do Belenenses, ao colo que escrevo estas palavras, é a olhar para todos os troféus individuais e conquistas coletivas que escrevo estas palavras. Foram 198 jogos, 45 golos, subidas de divisão, manutenções, uma média de 30 batalhas por ano com a Cruz de Cristo ao peito”, escreveu no Facebook na hora da despedida.
“Tinha o sonho de atingir o numero de 200 jogos com a camisola deste enorme clube. Por uma questão pura e única de gestão de carreira não o farei esta época. Mas mesmo hoje tenho a certeza que um dia o farei. Não sei se o Belenenses foi o meu primeiro amor mas é claramente o amor da minha vida. Aqui fiz-me homem, aqui cresci, aqui chorei, aqui fui feliz, aqui vivi. Ao longo dos anos, muitos me perguntavam porque não aceitava as propostas de outros clubes nacionais e internacionais, propostas onde poderia ganhar 10 vezes mais financeiramente. Se pensei nelas? Claro. Se hesitei na hora de decidir? Nunca. Sempre que a cada manhã chegava ao Restelo e sentia toda a história e mística do clube percebi cedo que a efemeridade não tem preço. Pertencer ao legado de lendas como Matateu, Vicente ou Pepe... esse era o contrato da minha vida, essa era a minha cadeira de sonho. Quando se falava em ídolos, esses são os meus. Não consegui atingir certamente tão lendário estatuto mas dei o meu melhor e fiz desse objetivo e privilégio a minha grande ambição e fonte de inspiração. (...) Orgulho em ser Belenenses para sempre'. Miguel Rosa, sócio número 7839”, concluiu.



3. Fernando Ferreira (63 jogos)

Fernando Ferreira
Médio internacional sub-18 português natural de Viseu e formado no Sporting ao lado de Miguel Veloso, Silvestre Varela, João Moutinho, Yannick Djaló e Nani, passou por clubes como Casa Pia, Sp. Espinho, Real SC, Académico de Viseu e Tondela antes de ingressar no Belenenses no verão de 2011.
Nas duas primeiras épocas no Restelo amealhou 63 encontros (62 a titular) e onze golos na II Liga, contribuindo para a conquista do título de campeão da segundo escalão e para a caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal em 2012-13.
Após a promoção à I Liga permaneceu mais um ano no clube, rumando depois ao Marítimo, numa altura em que treinava à parte.



2. Fredy (64 jogos)

Fredy
Extremo angolano que começou a jogar futebol nos Pescadores da Costa de Caparica, ingressou nos infantis do Belenenses em 2001-02, tendo transitado para a equipa principal em 2008-09, quando ainda era júnior, na altura para jogar na I Liga.
Embora não tivesse conseguido impedir a despromoção à II Liga em 2010, os bons desempenhos rapidamente lhe valeram a chamada à seleção portuguesa de sub-21.
Entre 2010 e 2013 amealhou 64 partidas (52 a titular) e 12 golos no segundo escalão, ajudando os azuis do Restelo a sagrarem-se campeões nacionais da II Liga e a chegarem às meias-finais da Taça de Portugal em 2012-13. Pelo meio, esteve emprestado ao Recreativo do Libolo no primeiro semestre de 2012, tendo conquistado o campeonato de Angola.
Após a promoção à I Liga permaneceu mais um ano e meio em Belém, tendo regressado ao Recreativo do Libolo em janeiro de 2015, numa altura em que já tinha se tinha estado pela seleção principal de Angola.
Em 2017-18 regressou ao Belenenses e permaneceu meio ano na B SAD após a cisão entre clube e SAD dos azuis.



1. Duarte Machado (74 jogos)

Duarte Machado
Defesa lateral capaz de jogar em ambos os corredores, jogou na formação do Sporting ao lado de Beto, José Fonte, Miguel Garcia, Hugo Viana, Ricardo Quaresma e Cristiano Ronaldo, teve de procurar a sorte nas divisões secundárias assim que transitou a sénior. Depois de vestir as camisolas de União de Santiago, Casa Pia, Olivais e Moscavide e Fátima, ingressou no Belenenses no verão de 2010.
Em três anos ao serviço dos azuis do Restelo totalizou 74 jogos (70 a titular) na II Liga, contribuindo para a conquista do título de campeão da segundo escalão e para a caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal em 2012-13.
Após a promoção à I Liga permaneceu mais um ano no clube, rumando depois ao Olhanense. "Ao jogador agradecemos o seu profissionalismo nas quatro épocas em que representou o clube e os mais de cem jogos que disputou em defesa do nosso emblema. Desejamos o maior sucesso na sua carreira e no seu futuro, certos que teremos sempre um lugar no seu coração", escreveu o emblema da cruz de Cristo no Facebook, num mensagem de despedida.















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