domingo, 29 de maio de 2022

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Tondela na II Liga

Dez jogadores marcantes na história do Tondela
Fundado a 6 de junho de 1933, o Clube Desportivo de Tondela nasceu após dois clubes da então vila de Tondela, o Tondela Foot-Ball Club e o Operário Atlético Clube, rivais que se entenderam para dar origem a um clube mais grandioso e que adotaria as cores verde e amarela do município.
 
Após três participações na III Divisão Nacional ao longo da década de 1950, os beirões só se tornaram uma presença assídua nas competições nacionais a partir do final dos anos 1970.
 
No entanto, foi já em pleno século XXI que os tondelenses protagonizaram uma ascensão meteórica na hierarquia do futebol português, uma vez que saíram da I Divisão Distrital da AF Viseu em 2005 e atingiram a I Liga dez anos depois, num percurso em que os auriverdes conquistaram os títulos nacionais da III Divisão (2008-09) e da II Liga (2014-15). No palmarés do autoproclamado “Maior das Beiras” constam ainda cinco títulos distritais da AF Viseu (1940-41, 1941-42, 1949-50, 1985-86 e 2004-05).
 
A este percurso ascendente seguiram-se sete participações consecutivas no primeiro escalão, com o Tondela a obter em 2017-18 a melhor classificação da sua história, o 11.º lugar.
 
Este trajeto entre a elite vai ser interrompido este ano, com a descida à II Liga. No entanto, foi também em 2022 que o clube viveu o melhor momento da sua história, a presença na final da Taça de Portugal – com derrota ante o FC Porto no Jamor (1-3).
 
Numa altura em que está de regresso à II Liga, vale a pena recordar os dez jogadores com mais jogos pelo Tondela no segundo escalão.
 
 

10. Boubacar (52 jogos)

Boubacar
Possante médio defensivo internacional pela Guiné-Conacri, entrou no futebol português pela porta do Pinhalnovense, tendo ainda passado por Praiense e Gondomar, pelos turcos do Kartalspor e pelos alemães do Karlsruher B antes de ingressar no Tondela no verão de 2012.
Em duas temporadas na Beira Alta amealhou 52 jogos (43 a titular) e quatro golos na II Liga, ajudando a consolidar os auriverdes no segundo escalão.
Valorizado pelas boas campanhas no clube, deu o salto para o Nacional, então na I Liga, em 2014. “A minha ligação contratual ao Tondela irá terminar, mas jamais esquecerei este clube por tudo o que representou na minha carreira até hoje, desde que assinei contrato. Para sempre serei um seguidor atento do futuro do Tondela, que não tenho dúvidas que alcançará grandes feitos por toda a organização que tem. Os amigos que fiz em Tondela ficarão para a vida e são como minha família. Parto para um novo projeto, mas o Tondela faz parte de mim e levo-vos no coração. Um grande abraço do Boubacar”, afirmou na hora da despedida, citado pelas plataformas digitais dos tondelenses.
 
 
 

9. Tozé Marreco (67 jogos)

Tozé Marreco
O melhor marcador de sempre do Tondela na II Liga, com 30 golos.
Carismático ponta de lança natural de Miranda do Corvo, no distrito de Coimbra, e formado na Académica, passou pelos holandeses do Zwolle, pelos espanhóis do Alavés, pelos búlgaros do Lokomotiv Mezdra, pelos suíços do Servette e também por Pampilhosa, Desp. Aves, União da Madeira, Naval e Beira-Mar antes de assinar pelo Tondela no verão de 2013.
Em meia época de auriverde disputou 22 jogos (20 a titular) e apontou sete golos na II Liga, diante de Sp. Braga B, Marítimo, Oliveirense (dois), Desp. Chaves, Atlético e Trofense, até ser emprestado ao Olhanense, então no primeiro escalão, em janeiro de 2014.
Em 2014-15 voltou aos beirões e fê-lo em grande estilo, ao apontar 23 golos (em 45 partidas, 42 das quais a titular) que não só fizeram dele um dos melhores marcadores do campeonato – em igualdade com Erivelto Silva, do Sp. Covilhã -, mas que também ajudaram os tondelenses a alcançar a inédita promoção à I Liga. Leixões, Académico Viseu, Feirense, Marítimo B (dois golos), União da Madeira (três), Santa Clara, Oriental (dois), Farense (dois), Beira-Mar (dois), Desp. Chaves, Sp. Braga B, Trofense (dois), Sporting B, Vitória de Guimarães B e Portimonense (dois) foram as vítimas de Tozé Marreco.
Consumada a subida de divisão, o avançado foi a pé de Miranda do Corvo a Fátima e depois transferiu-se para os belgas do Mouscron. “Obviamente, é uma decisão muito difícil mas para mim fazia sentido fechar este ciclo; o trabalho mais difícil e que era o objetivo principal está feito- o Tondela está na I Liga! Agradecer a todos os meus colegas e equipa técnica que me permitiram ter esta época inesquecível. À estrutura do Tondela que sempre que confiou em mim eu não deixei ficar mal. Aos adeptos, que sempre apoiaram, o meu obrigado”, escreveu nas redes sociais, na hora da despedida.
 
 
 

8. Márcio Sousa (73 jogos)

Márcio Sousa
Médio ofensivo que chegou a ser uma das maiores promessas no futebol português, ao ponto de ser apelidado de “Maradoninha” ou “Maradona de Guimarães”. Em 2003, saltou para a ribalta ao marcar em Viseu os dois golos a Espanha que deram o título europeu de sub-17 a Portugal.
Porém, passou ao lado da carreira que todos previam, tendo passado por FC Porto B, Sp. Covilhã, Vizela, Rio Maior, Nelas, Penafiel e Esmoriz antes de iniciar a ligação ao Tondela no verão de 2010, numa altura em que os beirões militavam na II Divisão B. “O convite do Tondela apareceu um pouco à semelhança do que recebi do Esmoriz no ano antes: eles ligaram-me e conheciam-me porque na época anterior tinha jogado contra eles e chegámos a acordo”, contou ao portal Conversas Redondas em março de 2020.
Em 2011-12 ajudou os auriverdes a subirem à II Liga, patamar em que amealhou 73 partidas (54 a titular) e três golos pelo clube ao longo de três temporadas, tendo contribuído para a promoção à I Liga em 2015, numa fase em que até era bastante pouco utilizado.
"Comecei a perceber que o Tondela não ambicionava ficar apenas pela II Divisão B, mas também tinha de ter alicerces para a casa ficar perfeita. Assim foi. Criei laços e tenho por lá pessoas que são praticamente família. Para mim, o presidente Gilberto Coimbra foi o grande obreiro na chegada do clube à I Liga. Foi um marco histórico, já que era um clube que poucos conheciam e, de um momento para o outro, começou a ser falado", recordou ao jornal Record em maio de 2022.
Após a inédita subida ao primeiro escalão mudou-se para o Farense. “É lógico que, na altura, fiquei com um pouco de mágoa porque achava que depois de tudo o que fiz pelo clube merecia essa oportunidade de jogar na I Liga. Mas por outro lado, são coisas do futebol e olho para isso de uma forma natural. A vida é mesmo assim e o Tondela ficou no meu coração de igual forma”, confessou.
 
 
 

7. Deyvison (73 jogos)

Deyvison
Disputou o mesmo número de jogos de Márcio Sousa, mas amealhou mais 1403 minutos em campo – 6252 contra 4849.
Defesa central brasileiro formado no América Mineiro e recrutado aos turcos do Kartalspor, ingressou no Tondela no verão de 2013.
Em duas temporadas na Beira Alta amealhou 73 partidas (70 a titular) e três golos na II Liga, ajudando os auriverdes a sagrarem-se campeões do segundo escalão e a alcançarem uma inédita promoção ao primeiro escalão.
Consumada a subida de divisão, transferiu-se para o Marítimo.
 
 
 

6. Pica (80 jogos)

Pica
Defesa central alentejano, natural de Moura, e que concluiu a formação no Vitória de Setúbal, passou por clubes como O Elvas, Ribeirão, Varzim e Moreirense antes de ingressar no Tondela no verão de 2011, numa altura em que o clube militava na II Divisão B.
Na primeira época na Beira Alta, por empréstimo do Moreirense, contribuiu para a subida à II Liga. Nas três temporadas que se seguiram totalizou 80 encontros (71 a titular) e três golos no segundo escalão, tendo contribuído para a inédita promoção ao primeiro escalão em 2015.
Após a subida de divisão permaneceu mais dois anos nos auriverdes. Em outubro de 2016, num jogo da Taça da Liga frente ao Feirense, foi guarda-redes durante cerca de um quarto de hora após a expulsão de Ricardo Janota. “O Tondela é o clube que me tem dado mais alegria, mais estabilidade e que me fez crescer em todos os sentidos, tanto como homem, como profissional. Depois a parte social, o carinho que as pessoas do clube e os habitantes de Tondela me têm dado ao longo destes anos tem um significado enorme para mim e que vou guardar para sempre: este é o clube da minha vida e da minha carreira”, afirmou em junho de 2016, após uma renovação de contrato.
No verão de 2017 transferiu-se para o vizinho Académico Viseu.
 
 
 

5. Pedro Araújo (84 jogos)

Pedro Araújo
Lateral esquerdo internacional jovem português natural de Barcelos e formado no Sporting ao lado de José Fonte, Cristiano Ronaldo, João Moutinho e Silvestre Varela, jogou na I Liga ao serviço do Penafiel e passou ainda por clubes como Olivais e Moscavide, Beira-Mar, Gil Vicente e Trofense antes ingressar no Tondela no verão de 2012.
Em três temporadas ao serviço do emblema beirão amealhou 84 partidas (82 a titular) e um golo (ao Arouca, em janeiro de 2013) na II Liga, contribuindo para a inédita promoção ao primeiro escalão em 2015.
Após a subida de divisão regressou ao Penafiel.
 
 
 

4. Tiago Barros (86 jogos)

Tiago Barros

Médio canhoto nascido em Aveiro e formado no Beira-Mar que chegou a jogar pelos aurinegros na I Liga, assinou pelo Tondela no início de 2012, na altura para competir na II Divisão B, tendo ajudado os beirões a ascender logo nesse ano à II Liga.
Seguiram-se três temporadas em que amealhou 86 jogos (53 a titular) e onze golos no segundo escalão, contribuindo para a inédita promoção à I Liga em 2015.
Consumada a subida de divisão, transferiu-se para o Penafiel.
 
 
 

3. Cláudio Ramos (90 jogos)

Cláudio Ramos
Talvez o jogador mais emblemático de sempre do Tondela, pelos nove anos de casa, pelas defesas impossíveis que ajudaram o clube a chegar à elite e manter-se por lá e por ser o único jogador da história do emblema beirão a ser convocado à seleção principal portuguesa.
Natural do Touro, concelho de Vila Nova de Paiva, concluiu a formação no Vitória de Guimarães, que o catapultou para as seleções jovens, mas que não teve espaço para ele na equipa principal. Após um empréstimo ao Amarante, Cláudio Ramos foi cedido aos tondelenses em 2011-12 e, embora tivesse sido maioritariamente suplente de Avelino, contribuiu nessa época para a promoção à II Liga.
Seguiram-se três épocas no segundo escalão, nas quais totalizou 90 encontros e 96 golos sofridos, ajudando os auriverdes a subir à I Liga em 2015.
Entre 2015 e 2020 foi um dos esteios do Tondela, que com maior ou menor dificuldade foi conseguindo assegurar a permanência no patamar maior do futebol português. Só em 2015-16, quando teve a concorrência do inglês Matt Jones, é que viu a titularidade verdadeiramente ameaçada. “Talvez por também ser a minha região acabei por ficar sempre por aqui e ainda bem”, assumiu o guardião, que detém o recorde de mais jogos consecutivos na I Liga: 103.
Paralelamente, foi três vezes convocado por Fernando Santos para compromissos da seleção nacional no segundo semestre de 2018, tendo chegado a defrontar a Escócia em outubro desse ano.
No verão de 2020 deu o salto para o FC Porto. “Nove épocas, 267 jogos, muitas defesas e conquistas depois chegou a hora de fazermos uma pausa na nossa ligação. Um até já porque sabemos que um dia vamos voltar a encontrar-nos. Boa sorte para o futuro e obrigado por tudo Cláudio”, escreveu o Tondela nas redes sociais, na hora da despedida.
 
 
 

2. Piojo (99 jogos)

Piojo
Carismático avançado argentino que fez praticamente toda a carreira em Portugal, passou por Portimonense, Silves, Atlético, Imortal e Benfica Castelo Branco antes de ingressar no Tondela no verão de 2008.
Na primeira época na Beira Alta festejou a primeira de três promoções, à II Divisão B. Três épocas depois, em 2011-12, saboreou a subida à II Liga, mantendo o registo de mais de dez golos por temporada.
Já entre 2012 e 2015 totalizou 99 partidas (80 a titular) e 25 remates certeiros no segundo escalão, contribuindo para a promoção à I Liga.
No culminar deste percurso ascendente, ainda fez a estreia no patamar maior do futebol português em 2015-16, mas com menos utilização do que em épocas anteriores.
 
 
 

1. Fábio Pacheco (108 jogos)

Fábio Pacheco
Médio de características defensivas formado no Paços de Ferreira, foi sucessivamente emprestado pelos pacenses assim que subiu a sénior, tendo passado por Rebordosa e Oliveirense antes de ser cedido ao Tondela em 2011-12.
A primeira época correu tão bem, com muitos minutos de jogo e a subida à II Liga, que o centrocampista acabou por ficar na Beira Alta a título definitivo a partir da temporada seguinte.
Entre 2012 e 2015 amealhou 108 encontros (97 a titular) e oito golos no segundo escalão, ajudando os auriverdes a lograrem a inédita promoção à I Liga.
Após a subida de divisão transferiu-se para o Vitória de Setúbal. "É com saudade que termino um ciclo de 4 anos num clube em que fui muito feliz.  Cresci como jogador e como homem. Levo comigo amigos para a vida e o símbolo do Tondela no coração. Fico feliz por ter contribuído para o sucesso do clube e por termos conquistado o objetivo de chegar à I Liga.  Aos adeptos um enorme obrigado por todo o carinho que sempre tiveram comigo, foram excecionais. O vosso apoio foi fundamental para que fizéssemos história. Continuem sempre unidos a apoiar a equipa, nada disto seria possível sem vocês! Obrigado a toda a estrutura do clube desde direção, posto médico, técnicos de equipamentos e funcionários por todos estes anos de alegrias, convivência e amizade. Um último agradecimento, não menos importante, ao grupo de trabalho, porque sem dúvida fomos todos uns campeões!", escreveu no Facebook na hora da despedida.
 









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