Dez jogadores que ficaram na história do Arouca |
Fundado a 25 de dezembro de 1952 por
Fernando Pinto Calçada, o Futebol
Clube de Arouca é a filial nº 40 do FC
Porto e viveu praticamente todo o seu primeiro meio século de existência
nos campeonatos distritais da AF Aveiro, mas no início do século XXI
protagonizou uma ascensão meteórica que o levou, no espaço de seis anos, dos
distritais à I
Liga.
Promovidos ao primeiro
escalão em 2013, os arouquenses
permaneceram quatro temporadas consecutivas entre
os grandes, tendo obtido como a melhor classificação o 5.º lugar em
2015-16, o que lhe valeu o apuramento para a Liga
Europa.
No entanto, na época seguinte os
nortenhos desceram à II
Liga, apesar de terem estado praticamente todo o campeonato acima da zona
de despromoção.
Numa altura em que o Arouca
está de regresso à I
Liga, vale a pena recordar os dez jogadores com mais jogos pelo clube no patamar
maior do futebol português.
10. Rafael Bracali (52 jogos)
Com a missão de suceder ao uruguaio Goicoechea, que tinha dado o salto
para os franceses do Toulouse, tornou-se imediatamente num titular
indiscutível, tendo participado em 33 encontros e encaixado 36 golos na época
de estreia, que culminou com o histórico apuramento para a Liga
Europa.
“De facto, fizemos uma coisa fantástica. Acho que foi possível pela
atitude que tivemos desde o início, depois da primeira conversa com o Lito
Vidigal. O mister aliciou-nos para tentarmos chegar à Liga
Europa. Claro que não sabíamos se seria possível, mas sabíamos que era um
objetivo pelo qual tínhamos de lutar. Funcionou quase como um pacto para
treinar e jogar, acreditando que seria possível lá chegar. E foi”, contou ao Maisfutebol.
Em 2016-17 também começou como titular, mas na segunda metade da época
perdeu espaço para o internacional turco Sinan Bolat, não indo além de 19
partidas e 26 golos sofridos, mostrando-se impotente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão permaneceu mais um ano na equipa, rumando
depois ao Boavista.
9. Adilson Goiano (54 jogos)
Adilson Goiano |
Médio brasileiro de
características defensivas natural de Bragantino, reforçou o Arouca
no verão de 2015.
Na primeira época em Portugal
disputou 27 jogos na I
Liga, mas apenas 13 na condição de titular, tendo apontado dois golos,
diante de União da Madeira e Vitória
de Guimarães, tendo contribuído para o apuramento para a Liga
Europa.
Em 2016-17 aproveitou o recuo de
Nuno Coelho para o eixo defensivo para se impor no onze inicial, tendo
participado em 27 encontros (24 a titular) e faturou por três vezes, todos
frente ao Estoril.
Após a descida de divisão
transferiu-se para os indianos do NorthEast United.
8. Iván Balliu (58 jogos)
Iván Balliu |
Lateral direito nascido na Catalunha,
mas internacional pela Albânia, jogou ao lado de Thiago Alcântara, Sergi
Roberto, Rafinha, Mauro Icardi, Marc Bartra, Nolito, Gerard Deulofeu, Cristian
Tello, Álex Grimaldo e Adama Traoré na formação e na equipa B do Barcelona
antes de assinar pelo Arouca
no verão de 2013.
Titularíssimo no lado direito da
defesa com Pedro Emanuel nas duas primeiras épocas dos arouquenses
na I
Liga, começou de início todos os 58 jogos que disputou no campeonato entre
2013 e 2015, contribuindo em ambas as temporadas para a obtenção da
permanência.
Depois não quis renovar e acabou
por sair a mal para os franceses do Metz. “Eles não me queriam pagar os últimos
meses. É uma gente com uma mentalidade um pouco fechada, fazem as coisas à
antiga, com muito temperamento e às vezes não atuam da melhor maneira”, afirmou
ao programa
Bola Branca da Rádio Renascença.
7. Pintassilgo (61 jogos)
Pintassilgo |
Médio ofensivo/extremo de baixa
estatura (1,68 m), despontou no Felgueiras e passou por Vitória
de Guimarães, Moreirense,
Portimonense
e pelos romenos do Pandurii antes de ingressar no Arouca
no verão de 2013.
Importante para a estabilização
dos arouquenses
na I
Liga, disputou um total de 61 jogos (46 a titular) e marcou quatro golos no
campeonato ao longo de três temporadas, tendo perdido espaço na equipa após a
chegada de Lito Vidigal para o comando técnico.
No verão de 2016 deixou o
clube da serra da Freita e transferiu-se para o Sp.
Covilhã.
6. Hugo Basto (61 jogos)
Hugo Basto |
Disputou o mesmo número de jogos
de Pintassilgo, mas amealhou mais 976 minutos em campo – 5034 contra 4058.
Mesmo em estreia absoluta, teve
impacto imediato na equipa e tornou-se um titular indiscutível durante o
primeiro ano e meio nos arouquenses, período em que amealhou
44 jogos (todos no onze inicial) e dois golos no primeiro
escalão, contribuindo para o apuramento para a Liga
Europa.
“Foi um ano inesquecível, de
sonho, de um trabalho enorme de todos, da equipa técnica, do presidente, de
todo o staff. Foi um ano difícil e duro, muitas vezes com condições de treino
difíceis, a treinar várias vezes fora de Arouca. Tudo isto teve um sabor
especial porque batemos muitos recordes neste que é o terceiro ano do clube na I
Liga, alcançando a melhor pontuação, no ano com mais golos marcados e menos
golos sofridos e com vitórias ao Benfica
e ao FC
Porto a tornarem tudo mais histórico”, afirmou, em declarações ao Maisfutebol.
Em 2016-17 perdeu espaço na
equipa, não indo além de 17 partidas (12 a titular) no campeonato, numa
temporada que culminou com a descida à II
Liga.
Após a despromoção permaneceu
no clube durante mais uma época, transferindo-se depois para o Desp.
Chaves.
5. Diego Galo (81 jogos)
Diego Galo |
Disputou o mesmo número de jogos
de Pintassilgo e Hugo Basto, mas amealhou mais minutos em campo: 5243.
Defesa central brasileiro que
entrou no futebol português em 2008 pela porta do Tondela,
passou pela Oliveirense
antes de ingressar no Arouca
no verão de 2013, aquando da subida dos arouquenses
à I
Liga.
Em duas temporadas no emblema
da serra da Freita amealhou um total de 61 encontros (58 a titular) e um
golo, contribuindo em ambas para a obtenção da permanência.
Depois transferiu-se para o União
da Madeira.
4. Roberto (66 jogos)
Roberto |
Avançado que concluiu a formação
no FC
Porto ao lado de Ukra, André Pinto e Castro, entre outros, foi subindo a
pulso na hierarquia do futebol português quando subiu a sénior, tendo passado
por clubes como Tirsense
e Naval de reforçar o Arouca
em janeiro de 2013, indo a tempo de contribuir para a subida à I
Liga.
Seguiram-se três temporadas de
bom nível no primeiro
escalão, nas quais amealhou um total de 66 jogos (55 a titular) e 14 golos,
registo que faz de Roberto o melhor marcador de sempre dos arouquenses
no patamar
maior do futebol português. Depois de ter ajudado o emblema
do distrito de Aveiro a assegurar a permanência nas duas primeiras épocas,
participou em 2015-16 na caminhada que culminou no apuramento para a Liga
Europa.
No entanto, perdeu algum espaço
após a chegada de Lito Vidigal ao comando técnico e acabou por ser emprestado
ao Moreirense
em 2016-17. Curiosamente, nessa temporada os minhotos conquistaram a Taça
da Liga e asseguraram a permanência, ao passou que o Arouca
desceu à II
Liga.
Após a despromoção regressou ao clube
da serra da Freita, mas no verão de 2018 transferiu-se para o Estoril.
3. David Simão (79 jogos)
David Simão |
Médio dotado internacional jovem
português de um pé esquerdo de qualidade, fez quase toda a formação no Benfica
e chegou mesmo a estrear-se pela equipa principal dos encarnados,
mas foi obrigado a mudar de ares para se afirmar no futebol português, tendo
passado por Fátima,
Paços
de Ferreira, Académica
e Marítimo antes de ingressar no Arouca
no verão de 2013.
Em três temporadas no emblema
da serra da Freita amealhou um total de 79 encontros (73 a titular) e onze
golos. Depois de ter ajudado os arouquenses
a assegurar a permanência nas duas primeiras épocas, participou em 2015-16 na
caminhada que culminou no apuramento para a Liga
Europa.
“Fiquei três anos em Arouca,
excelentes pessoas, uma vila muito simpática, tive ali bons momentos, pude
estabilizar com a minha família e durante três anos estivemos todos juntos e
não andei com a casa às costas como tinha andado até ali. Aliás, foi o clube
onde joguei mais anos seguidos, tirando a formação do Benfica.
Acabo por sair em grande, com uma qualificação para a pré-eliminatória da Liga
Europa, pois ficámos em 5.º lugar”, resumiu, em entrevista à Tribuna Expresso.
No verão de 2016 deixou o emblema
do distrito de Aveiro para se aventurar pela primeira vez no estrangeiro,
com a camisola dos búlgaros do CSKA Sófia.
2. Artur (83 jogos)
Artur |
Médio ofensivo/extremo natural de
Cacia, no concelho de Aveiro, passou mais de uma década no Beira-Mar (incluindo
a fase final da formação) e vestiu as camisolas dos ucranianos do Chernomorets
e do Marítimo antes de ingressar no Arouca
no verão de 2014. “Foi fácil chegar a acordo com o Arouca
e para isso contribuiu a seriedade do clube”, disse, à chegada ao clube.
Se na primeira época na serra
da Freita alternou muito entre o onze inicial e o banco com Pedro Emanuel,
nas duas temporadas seguintes afirmou-se como titular com Lito Vidigal. No
total, disputou 83 jogos (67 a titular) e um golo na I
Liga pelos arouquenses
entre 2014 e 2017, tendo contribuído para a obtenção do 5.º lugar e consequente
apuramento para a Liga
Europa em 2016. Contudo, um ano depois mostrou-se impotente para evitar a
despromoção.
Após a descida de divisão
regressou ao Beira-Mar, então a militar nos campeonatos distritais da AF
Aveiro.
1. Nuno Coelho (115 jogos)
Nuno Coelho |
Defesa central/médio defensivo
internacional jovem português, estreou-se pelo Sp.
Covilhã aos 16 anos e passou ainda por FC
Porto B, União
de Leiria, Portimonense,
Villarreal
B (Espanha), Académica,
Benfica,
Beira-Mar e Aris Salónica (Grécia) antes de reforçar o Arouca
no verão de 2013.
Titular indiscutível ao longo das
primeiras quatro épocas do emblema
do distrito de Aveiro na I
Liga, disputou um total de 115 jogos (109 a titular) e apontou quatro golos
entre 2013 e 2017. Depois de ter ajudado os arouquenses
a assegurar a permanência nas duas primeiras épocas, participou em 2015-16 na
caminhada que culminou no apuramento para a Liga
Europa. Porém, não conseguiu evitar a descida à II
Liga na temporada que se seguiu.
Após a despromoção permaneceu
mais um ano no clube, rumando depois ao Belenenses
SAD.
Sem comentários:
Enviar um comentário