Equipa do Imortal campeã da Zona Sul em 1998-99 |
Fundado a 24 de junho de 1920 por
um grupo de jovens albufeirenses,
o Infantil Futebol Clube passou a denominar-se Imortal
Futebol Clube dois anos depois e viria a ganhar a designação de Imortal
Desportivo Clube em 1932 após a fusão com a Sociedade dos Artistas
Agremiação Recreativa que existia em Albufeira.
Assim, o clube que tinha no
futebol a única modalidade desportiva, ganhou uma forte componente cultural,
destacando-se a criação de uma biblioteca.
Em termos desportivos, o emblema algarvio viveu
a fase de maior fulgor da sua história durante a viragem do milénio, quando
disputou a II
Liga durante duas temporadas consecutivas, tendo obtido como melhor
classificação o 15.º lugar em 1999-00.
Essas participações numa liga
profissional foram o culminar de um crescimento que começou em meados da década
de 1980, quando o Imortal
se estabeleceu nos campeonatos nacionais. Após várias épocas na III Divisão,
subiu em 1991 e em 1996 à II Divisão B, tendo sido promovido à II
Liga em 1999, apos uma luta titânica com o Barreirense.
Depois da despromoção à II
Divisão B em 2001 que o clube
de Albufeira permaneceu nos campeonatos nacionais não profissionais até
2008, quando caiu nos distritais da AF
Algarve.
Vale por isso a pena recordar os
dez jogadores com mais jogos pelo Imortal
ao longo de oito participações na II B.
10. Seul (55 jogos)
Seul |
Ponta de lança angolano,
surgiu no futebol português em 1995-96 para atuar no Comércio
e Indústria e passou ainda pelo Juventude
Évora antes de ingressar no Imortal
no verão de 1997.
Nas primeiras duas épocas em Albufeira
amealhou um total de 55 jogos (35 a titular) e apontou 17 golos na II Divisão
B, ajudando o emblema
algarvio a alcançar a subida à II
Liga em 1998-99, numa época em que até esteve tapado por Catarino.
Na temporada que se seguiu chegou
a jogar pelos albufeirenses
no segundo
escalão, mas mudou-se para o Olhanense
nos derradeiros meses de 1999.
9. Eufigénia (57 jogos)
Eufigénia |
Possante defesa central (1,86 m)
maioritariamente formado no Portimonense,
não encontrou espaço na equipa principal dos alvinegros
quando subiu a sénior e por isso ingressou no Imortal
no verão de 1994, numa altura em que os albufeirenses
militavam na III Divisão.
Em 1995-96 fez parte da equipa
que alcançou a subida à II Divisão B, patamar em que totalizou 57 encontros (56
a titular) e um golo (ao Machico, em maio de 1998) durante as duas temporadas
que se seguiram.
No verão de 1998 transferiu-se
para o Louletano
na companhia de Calú, Paulo Jorge e Calita.
8. Hélio (57 jogos)
Hélio |
Disputou o mesmo número de jogos
de Eufigénia, mas amealhou mais 126 minutos em campo – 4914 contra 4788.
Defesa central/médio defensivo
possante (1,88 m) e com o carimbo das seleções jovens portugueses, foi formado
no Vitória
de Setúbal, mas fez a maior parte da carreira em clubes alentejanos
e algarvios,
como Vasco
da Gama de Sines, Juventude
Évora, União
de Montemor e, claro, o Imortal.
Chegou a Albufeira
no verão de 1998 e estabeleceu-se como um dos esteios da equipa que, com
Ricardo Formosinho ao leme, logrou a inédia promoção à II
Liga. Nessa gloriosa temporada participou em 30 partidas (todas como
titular) e apontou três golos no campeonato, diante de União
de Montemor, Seixal
e Desp.
Beja.
Apos a despromoção dos algarvios,
Hélio manteve-se na II
Liga ao serviço do Maia, tendo ainda passado por Dragões Sandinenses e
Gondomar antes de regressar a Albufeira
em 2005-06 para atuar em 27 partidas (26 a titular) na II Divisão B e marcar
dois golos, frente a Silves
e Mafra.
Depois transferiu-se para o Messinense
juntamente com Pituca e Luís Graça.
7. Nilson (57 jogos)
Nilson |
Disputou o mesmo número de jogos
de Hélio e Eufigénia, mas amealhou mais minutos em campo: 4990.
Defesa central brasileiro, entrou
no futebol português pela porta do Farense
em 1986-87. Após jogar pelos leões
de Faro e pelo Penafiel
na I
Divisão e por Olhanense
e Académico Viseu nas divisões secundárias, reforçou o Imortal
no verão de 1996, aos 33 anos.
Apesar de vir de um ano de
inatividade, rapidamente se tornou uma peça nuclear na equipa, tendo atuado em
57 encontros (todos a titular) e apontado seis golos ao longo de duas
temporadas nos albufeirenses.
Após duas épocas no Algarve,
transferiu-se para o Machico no verão de 1998 na companhia de Hermê.
6. Pituca (63 jogos)
Na primeira temporada em Albufeira
atuou em 34 partidas (26 a titular) na II Divisão B e apontou quatro golos,
frente a União Micaelense, Mafra,
Amora
e Olivais e Moscavide, insuficientes para evitar a descida à III Divisão.
Após a despromoção permaneceu
mais um ano no clube, rumando depois ao Portimonense,
então na II
Liga.
No entanto, a estadia em Portimão
foi curta, com Pituca a regressar aos albufeirenses
a meio da época 2004-05, a tempo de contribuir para a subida à II B, patamar em
que disputou 29 jogos (28 a titular) e faturou por duas vezes, diante de Silves
e Odivelas.
No verão de 2006 transferiu-se
para o Messinense.
5. Paulo Jorge (64 jogos)
Paulo Jorge |
Lateral direito natural de
Quarteira, fez toda a formação e os primeiros anos como sénior no Quarteirense,
de onde se transferiu para o Imortal
no verão de 1996.
Em duas temporadas no emblema de Albufeira
foi presença assídua no onze inicial, tendo amealhado um total de 64 encontros
(63 a titular) e apontado dois golos na II Divisão B.
Após essas duas épocas,
transferiu-se para o Louletano.
4. Carlos Piteira (64 jogos)
Carlos Piteira |
Disputou o mesmo número de jogos
de Paulo Jorge, mas amealhou mais 115 minutos em campo – 5693 contra 5578.
Defesa central alentejano,
natural de Cuba, passou por clubes como Mineiro
Aljustrelense e Desp.
Beja e chegou a jogar na I
Liga com a camisola do Campomaiorense antes de ingressar no Imortal
no verão de 1997.
Titularíssimo nas duas temporadas
que passou em Albufeira,
disputou um total de 64 encontros (63 a titular) e marcou um golo ao Sintrense
(em outubro de 1998) na II Divisão B, contribuindo para a história promoção à II
Liga.
Após a subida de divisão mudou-se
para o Felgueiras.
Entretanto passou por emblemas
como Marco,
Sp.
Covilhã e Sanjoanense
e voltou ao Desp.
Beja antes de regressar ao Imortal
em 2004-05 para contribuir para nova promoção, mas desta feita à II Divisão B.
Depois de mais uma subida de
divisão transferiu-se para o Castrense.
3. Álvaro (69 jogos)
Álvaro |
Lateral esquerdo natural de
Setúbal, fez grande parte da formação no Vitória
de Setúbal e jogou no Comércio
e Indústria e no Estrela de Vendas Novas antes de reforçar o Imortal
em 1998 pela mão de um conterrâneo, Ricardo Formosinho.
Importante para a promoção à II
Liga em 1998-99, atuou em 31 partidas (todas a titular) no campeonato e
apontou três golos, diante de Olhanense
(dois) e Sintrense,
ao longo dessa gloriosa temporada.
Depois acompanhou os albufeirenses
no segundo
escalão do futebol português, mas permaneceu no clube após a descida à II
Divisão B, patamar em que participou em 38 encontros (37 a titular) e marcou um
golo ao Operário em 2001-02.
2. Pelé (73 jogos)
Pelé |
Uma das joias da coroa da
formação do Imortal,
talvez o jogador formado no clube
de Albufeira – e natural de Albufeira
- que atingiu um nível mais alto no futebol mundial, uma vez que jogou na Premier
League pelo West Bromwich e foi internacional por Cabo
Verde.
Defesa central de possante (1,86
m), estreou-se pela equipa principal do clube que o formou aos 19 anos, em
dezembro de 1997, e fez parte do trajeto que culminou com a inédia promoção à II
Liga em 1999, ao disputar 35 jogos (32 a titular) na II Divisão B ao longo
de duas temporadas.
Após duas épocas no segundo
escalão, permaneceu no clube apesar da descida à II B, tendo sido totalista
no campeonato em 2001-02, ao cumprir os 3420 minutos referentes às 38 jornadas.
Nessa temporada apontou três golos, frente a Casa
Pia, Amora
e Louletano.
No verão de 2002 voltou à II
Liga para jogar pelo Farense
e de lá saltou para o patamar
maior do futebol português para representar o Belenenses
ao longo de três temporadas.
1. Pitico (79 jogos)
Pitico |
O jogador mais conceituado desta
lista, um médio ofensivo brasileiro que brilhou na I
Divisão portuguesa com a camisola do Farense.
Após uma passagem pelo Beira-Mar,
ingressou no Imortal
no verão de 1996, quando já tinha 33 anos, mas impôs-se facilmente na equipa
albufeirense. “O mais importante na vida de um jogador é estar num grupo
bom e fazer aquilo que gosto e eu gosto de jogar futebol e sinto-me satisfeito
por ter vindo para o Imortal.
Em toda a minha vida de jogador é um dos melhores grupos em que trabalhei, em
termos técnicos, a nível dos jogadores e em tudo o resto. Isso vem ajudar-me
bastante. O Imortal
tem uma aspiração muito boa que é lutar para subir”, afirmou pouco tempo após
reforçar o clube
de Albufeira, num recorte recuperado pelo blogue Antigas
Glórias do Futebol Algarvio e Alentejano.
Ao longo de três temporadas na II
Divisão B amealhou 79 jogos (76 a titular) e apontou 21 golos, registo que faz
dele o melhor marcador de sempre dos algarvios
nesse patamar competitivo a par de Catarino.
Em 1998-99, ambos formaram uma dupla temível que em muito contribuiu para a
subida à II
Liga. “Nunca
escondi e sempre o disse que Pitico foi sem dúvida o melhor jogador com quem
joguei”, vincou Catarino a O Blog do
David em junho de 2012.
Pitico acompanhou o Imortal
no segundo
escalão ao longo de uma temporada, mas depois transferiu-se para o Olhanense.
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