Gonçalo Paciência assinou pelo Eintracht Frankfurt até 2022 |
Gonçalo
Paciência era um nome no qual os adeptos do FC Porto e da Seleção Nacional
depositavam grandes expetativas, até pela escassez portuguesa no que a pontas
de lança diz respeito. Numa fase em que já se começava a falar do filho de Domingos
como uma promessa adiada, surgiu em novembro do ano passado a primeira
internacionalização, ainda que em condições anormais, mas no culminar de um bom
início de época no Vitória de Setúbal.
Esse bom arranque contrastou com o da equipa sadina e, de repente, o então recém-consagrado internacional AA voltou a ver-se num contexto de um conjunto de bloco médio/baixo, pouco volume ofensivo e acompanhado por colegas intranquilos e pouco confiantes. Enfim, um conjunto de condicionantes a fazer lembrar o que viveu em 2015/16 na Académica, que ainda não deixaram perceber qual a real dimensão do futebol dele.
O que se viu no Bonfim foi um
avançado habilidoso e lutador, muitas vezes utilizado para ser lançado em
profundidade e segurar a bola enquanto os companheiros subiam no terreno para
dar apoio. Isso, não haja dúvidas, Gonçalo
faz muito bem. Não foi por acaso que foi consensualmente considerado uma das
figuras (se não mesmo a principal figura) dos primeiros meses de temporada da
turma de José
Couceiro, se não mesmo de toda a época, apesar de ter regressado ao Dragão no
final de janeiro – faturou por 11 vezes em 25 partidas à beira-Sado.
Contudo, o contexto de equipa
grande que encontrou no FC Porto foi muito diferente. Mesmo não tendo jogado
muito, não teve a tal profundidade para explorar, devido ao bloco baixo
apresentado pela maioria dos adversários, nem subidas de companheiros para
contemporizar, pois o coletivo já se encontrava instalado no meio-campo
contrário. Participou em 12 jogos (10 como suplente utilizado) e, no total, acumulou 253 minutos, não tendo apontado qualquer golo. Concretizou o sonho de
ser campeão de azul e branco, mas não aproveitou as poucas oportunidades que
teve para mostrar os tão importantes dotes de finalizador e, face à pesada
concorrência de Aboubakar, Marega e Soares, acabou por ser rapidamente riscado
dos planos portistas para 2018/19.
Agora, cortou de vez o cordão
umbilical que o ligava à casa-mãe e rumou à Bundesliga para representar o Eintracht
Frankfurt, atual detentor da Taça da Alemanha e oitavo classificado no
campeonato da época passada – mas a seis pontos do pódio. Além do típico
futebol vertical germânico, será confrontado com um ritmo mais elevado,
decisões mais complexas e rápidas a tomar e menos toques na bola de uma só vez.
Aos 23 anos, o novo passo na carreira poderá servir de tira-teimas em relação
ao apuramento do seu real valor. Fernando Santos estará certamente muito
atento.
Gonçalo Paciência, tal como Tiago Pinto, vivem do nome dos seus pais. São jogadores dentro da média, não acima como pretendem fazer deles.
ResponderEliminarTem tudo para provar.