Dez jogadores importantes para o Amora na década de 1990 |
Fundado a 1 de maio de 1921
durante um dos habituais piqueniques comemorativos do dia do trabalhador
realizados pela comunidade amorense na
Quinta da Princesa, o Amora
Futebol Clube viveu o ponto alto da sua história no início da década
de 1980, quando participou por três vezes (consecutivas) na I
Divisão.
Desde sempre com o azul como cor predominante, o clube
do concelho do Seixal viveu durante largos anos nos patamares
secundários e terciários do futebol português, mas na década de 1970 não só
conseguiu estabilizar nas competições nacionais como ascender ao primeiro
escalão.
Entre a elite, a melhor
classificação foi o 11º lugar obtido em 1981-82. Antes, terminou na 12.ª
posição na época de estreia. E depois, não foi além do 15.º e penúltimo lugar
na temporada de despedida. No entanto, foi sempre uma equipa difícil de bater,
sobretudo quando chegava em casa, no pelado da Medideira.
Mais tarde, os amorenses participaram
por duas ocasiões na II
Liga (1992-93 e 1994-95) e por 10 vezes na antiga II Divisão B entre
1990-91 e 2004-05. Depois de vários anos na I
Distrital da AF Setúbal, regressaram aos patamares nacionais em 2018-19
para competir no Campeonato
de Portugal, tendo em 2021 dado o salto para a recém-criada Liga 3.
Paralelamente, a formação
do concelho do Seixal atingiu os quartos de final da Taça
de Portugal em 1992-93 e os oitavos em 1980-81, 1981-82 e 1994-95.
10. Jorge Silva (31 jogos)
Jorge Silva |
Extremo lisboeta formado e revelado pelo Belenenses e internacional jovem português, nunca pegou de estaca no plantel
principal dos azuis do Restelo, mas fez parte da equipa que em 1988-89
ganhou a Taça de Portugal.
Após essa conquista passou pela União de Leiria e no verão de 1990 mudou-se para
o Amora, então na II Divisão B, tendo contribuído para a subida à II Liga em 1992.
Na estreia dos amorenses no reformulado segundo escalão atuou em 30 jogos (23 a titular) e marcou
dois golos ao Leixões,
mostrando-se impotente para evitar a despromoção numa época em que até ajudou
os azuis
da Medideira a chegar aos quartos de final da Taça
de Portugal.
Em 1993-94 sagrou-se campeão nacional da II B e na temporada seguinte
chegou a disputar um jogo pelo emblema do concelho do Seixal na II Liga, mas no início de 1995 transferiu-se para o Olivais e Moscavide.
9. Helinho (31 jogos)
Médio brasileiro apelidado de pontapé-canhão que jogou no Atlético
Mineiro ao lado de Luizinho, Paulo Isidoro, Toninho Cerezo e Éder, entre
outros, entrou no futebol português pela porta do Farense
em 1987-88, tendo rumado ao Amora
no verão de 1990, na altura para competir na II Divisão B.
Em 1991-92 ajudou os amorenses
a subir à II
Liga, patamar em que na época atuou em 31 partidas (30 a titular) e apontou
cinco golos, frente a Feirense,
Académica,
Benfica
Castelo Branco e Campomaiorense
(dois), ainda assim insuficientes para evitar a despromoção. No entanto, nessa
temporada contribuiu para a caminhada até aos quartos de final da Taça
de Portugal.
“A melhor recordação [do Amora]
foi quando subimos à II
Liga. Fiz uma ótima temporada e vários golos no campeonato”, recordou ao
blogue Coração
Amorense 1921 em dezembro de 2019. “Sentia muito orgulho e vontade de
vencer quando entrava em campo com a camisola do Amora”,
acrescentou.
Após a descida à II Divisão B mudou-se para o Louletano.
8. João Paulo (31 jogos)
Médio defensivo natural de Silves, passou pelos clubes algarvios Esperança
de Lagos, Silves,
Olhanense
e Louletano
antes de ingressar no Amora
em 1994-95.
Na única temporada que passou na Medideira atuou em 31 partidas (30 a
titular) na II
Liga e marcou um golo ao Campomaiorense,
insuficiente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão transferiu-se para o Nacional.
7. Major (31 jogos)
Defesa central brasileiro, entrou no futebol português pela porta do Portimonense
no verão de 1987, tendo ainda passado pelo Montijo
antes de ingressar no Amora
em 1994-95.
Na única temporada que passou no clube atuou em 31 partidas (todas como
titular) na II
Liga, mostrando-se impotente para evitar a descida à II Divisão B.
Após a despromoção mudou-se para o Torreense.
6. Bruno Xavier (32 jogos)
Na única temporada dessa primeira passagem pela Medideira disputou 32
jogos (todos como titular) na II
Liga, mostrando-se impotente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão transferiu-se para o Leça.
Mais tarde, após ter representado o Juventude
Évora e duas equipas canadianas, voltou aos amorenses
em 1998-99 para competir na II Divisão B.
5. Serginho (46 jogos)
Médio brasileiro proveniente do Tupi, chegou ao Amora
em 1991-92, o que significa que foi um dos primeiros nomes de uma longa lista
de jogadores recrutados por Jorge
Jesus no Brasil ao longo da carreira do treinador
amadorense.
Na primeira época na Medideira alcançou a promoção à II
Liga, patamar em que em 1992-93 disputou 31 jogos (28 a titular) e apontou
sete golos, diante de Feirense
(dois), Desp.
Aves, Louletano,
Torreense,
Ovarense
e Nacional,
insuficientes para evitar a descida à II Divisão B. Por outro lado, contribuiu
para a caminhada até aos quartos de final da Taça
de Portugal.
Após a despromoção permaneceu no clube, tendo conquistado o título
nacional da II B em 1993-94. Na temporada seguinte atuou em 15 encontros (todos
como titular) na II
Liga e faturou por quatro vezes, frente a Académica
(dois), Sp. Espinho e Portimonense,
um registo novamente insuficiente para evitar mais uma descida de divisão.
Em meados de 1995 transferiu-se para os escoceses do Dundee United.
4. Raul Oliveira (49 jogos)
Na época seguinte atuou em 22 jogos no segundo
escalão, todos na condição de titular, mas mostrou-se impotente para evitar
a despromoção. Por outro lado, contribuiu para a caminhada até aos quartos de
final da Taça
de Portugal.
Em 1994-95 sagrou-se campeão nacional da II Divisão B e alcançou a
consequente promoção à II
Liga, patamar em que na temporada que se seguiu disputou 27 partidas (todos
a titular) e marcou dois golos ao União de Lamas, ainda assim insuficientes
para impedir nova descida de divisão.
Apesar da despromoção, deu o salto para o Belenenses
no verão de 1995.
3. Rui Maside (51 jogos)
Rui Maside |
Médio ofensivo nascido em Luanda, chegou pela primeira vez ao Amora
em 1983-84, proveniente dos suíços do Étoile Carouge, na altura para jogar na
II Divisão Nacional.
Valorizado pelas boas campanhas na Medideira, deu o salto para o Vitória
de Setúbal no verão de 1985, tendo posteriormente passado por Sporting,
Sp.
Braga e novamente pelos sadinos
antes de regressar ao emblema
do concelho do Seixal em 1991-92.
Na época de regresso aos amorenses
contribuiu para a subida à II
Liga, patamar em que em 1992-93 atuou em 33 encontros (27 a titular) e
apontou três golos, diante de Estrela
da Amadora, Torreense
e União da Madeira, ainda assim insuficientes para evitar a despromoção. Por
outro lado, contribuiu para a caminhada até aos quartos de final da Taça
de Portugal.
Em 1993-94 sagrou-se campeão nacional da II Divisão B e na temporada que
se seguiu participou em 18 partidas (10 a titular) e marcou dois golos, frente
a Portimonense
e Ovarense,
mas voltou a mostrar-se impotente para evitar a descida de divisão.
Após nova despromoção mudou-se para o Lixa, mas haveria de regressar ao Amora
em 1998-99 para competir na II Divisão B.
O seu filho, David Maside, representou a equipa principal do Amora
em 2005-06, 2013-14 e 2017-18, tendo ainda sido treinador adjunto dos seniores
em 2018-19.
2. Osmar Bueno (53 jogos)
“Fui parar ao Amora
porque o Sr. Carlos Alberto Silva, que treinada o FC
Porto, falou com o Jorge
Jesus e disse-lhe que eu era um jogador de I Divisão. Mal sabia ele que eu
passava fome no Brasil”, recordou ao blogue Coração
Amorense 1921 em outubro de 2019.
Na temporada seguinte participou em 27 encontros (12 a titular) no segundo
escalão e apontou dois golos, diante de Académica
e Torreense,
ainda assim insuficientes para evitar a despromoção. Por outro lado, contribuiu
para a caminhada até aos quartos de final da Taça
de Portugal.
Após a despromoção transferiu-se para o Varzim.
1. Vítor Pereira (56 jogos)
Em 1991-92, já sénior, voltou à Medideira a convite de Jorge
Jesus, proveniente do vizinho Seixal, para contribuir para a subida à II
Liga, patamar em que na época seguinte atuou em 22 jogos e sofreu 37 golos,
mostrando-se impotente para evitar a despromoção. Por outro lado, contribuiu
para a caminhada até aos quartos de final da Taça
de Portugal.
“Tantas recordações boas, como por exemplo: o ano da subida à II
Liga, o ser campeão da Zona Sul, o ser a defesa menos batida de todos os
campeonatos e estarmos 927 minutos sem sofrer golos, a Medideira cheia, as
gentes felizes com os nossos êxitos. Foram anos bons que ficaram para a vida.
Os maus não existiram...não havia dinheiro, mas a rapaziada era feliz com pouco”,
afirmou ao blogue Coração
Amorense 1921 em outubro de 2019.
Ainda assim, a seguir à descida de divisão mudou-se para o Nacional.
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