domingo, 1 de maio de 2022

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Amora na II Liga

Dez jogadores importantes para o Amora na década de 1990
Fundado a 1 de maio de 1921 durante um dos habituais piqueniques comemorativos do dia do trabalhador realizados pela comunidade amorense na Quinta da Princesa, o Amora Futebol Clube viveu o ponto alto da sua história no início da década de 1980, quando participou por três vezes (consecutivas) na I Divisão.
 
Desde sempre com o azul como cor predominante, o clube do concelho do Seixal viveu durante largos anos nos patamares secundários e terciários do futebol português, mas na década de 1970 não só conseguiu estabilizar nas competições nacionais como ascender ao primeiro escalão.
 
Entre a elite, a melhor classificação foi o 11º lugar obtido em 1981-82. Antes, terminou na 12.ª posição na época de estreia. E depois, não foi além do 15.º e penúltimo lugar na temporada de despedida. No entanto, foi sempre uma equipa difícil de bater, sobretudo quando chegava em casa, no pelado da Medideira.
 
Mais tarde, os amorenses participaram por duas ocasiões na II Liga (1992-93 e 1994-95) e por 10 vezes na antiga II Divisão B entre 1990-91 e 2004-05. Depois de vários anos na I Distrital da AF Setúbal, regressaram aos patamares nacionais em 2018-19 para competir no Campeonato de Portugal, tendo em 2021 dado o salto para a recém-criada Liga 3.
 
Paralelamente, a formação do concelho do Seixal atingiu os quartos de final da Taça de Portugal em 1992-93 e os oitavos em 1980-81, 1981-82 e 1994-95.
 
Vale por isso a pena recordar os dez futebolistas com mais jogos pelo Amora na II Liga.
 

10. Jorge Silva (31 jogos)

Jorge Silva
Extremo lisboeta formado e revelado pelo Belenenses e internacional jovem português, nunca pegou de estaca no plantel principal dos azuis do Restelo, mas fez parte da equipa que em 1988-89 ganhou a Taça de Portugal.
Após essa conquista passou pela União de Leiria e no verão de 1990 mudou-se para o Amora, então na II Divisão B, tendo contribuído para a subida à II Liga em 1992.
Na estreia dos amorenses no reformulado segundo escalão atuou em 30 jogos (23 a titular) e marcou dois golos ao Leixões, mostrando-se impotente para evitar a despromoção numa época em que até ajudou os azuis da Medideira a chegar aos quartos de final da Taça de Portugal.
Em 1993-94 sagrou-se campeão nacional da II B e na temporada seguinte chegou a disputar um jogo pelo emblema do concelho do Seixal na II Liga, mas no início de 1995 transferiu-se para o Olivais e Moscavide.
 
 

9. Helinho (31 jogos)

Helinho
Disputou o mesmo número de jogos de Jorge Silva, mas amealhou mais 508 minutos em campo – 2516 contra 2008.
Médio brasileiro apelidado de pontapé-canhão que jogou no Atlético Mineiro ao lado de Luizinho, Paulo Isidoro, Toninho Cerezo e Éder, entre outros, entrou no futebol português pela porta do Farense em 1987-88, tendo rumado ao Amora no verão de 1990, na altura para competir na II Divisão B.
Em 1991-92 ajudou os amorenses a subir à II Liga, patamar em que na época atuou em 31 partidas (30 a titular) e apontou cinco golos, frente a Feirense, Académica, Benfica Castelo Branco e Campomaiorense (dois), ainda assim insuficientes para evitar a despromoção. No entanto, nessa temporada contribuiu para a caminhada até aos quartos de final da Taça de Portugal.
“A melhor recordação [do Amora] foi quando subimos à II Liga. Fiz uma ótima temporada e vários golos no campeonato”, recordou ao blogue Coração Amorense 1921 em dezembro de 2019. “Sentia muito orgulho e vontade de vencer quando entrava em campo com a camisola do Amora”, acrescentou.
Após a descida à II Divisão B mudou-se para o Louletano.
 
 

8. João Paulo (31 jogos)

João Paulo Grave
Disputou o mesmo número de jogos de Helinho e Jorge Silva, mas amealhou mais minutos em campo: 2711.
Médio defensivo natural de Silves, passou pelos clubes algarvios Esperança de Lagos, Silves, Olhanense e Louletano antes de ingressar no Amora em 1994-95.
Na única temporada que passou na Medideira atuou em 31 partidas (30 a titular) na II Liga e marcou um golo ao Campomaiorense, insuficiente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão transferiu-se para o Nacional.
 
 

7. Major (31 jogos)

Major
Disputou o mesmo número de jogos de João Paulo, Helinho e Jorge Silva, mas amealhou mais minutos em campo: 2736.
Defesa central brasileiro, entrou no futebol português pela porta do Portimonense no verão de 1987, tendo ainda passado pelo Montijo antes de ingressar no Amora em 1994-95.
Na única temporada que passou no clube atuou em 31 partidas (todas como titular) na II Liga, mostrando-se impotente para evitar a descida à II Divisão B.
Após a despromoção mudou-se para o Torreense.
 
 

6. Bruno Xavier (32 jogos)

Bruno Xavier
Lateral direito/médio defensivo luso-canadiano, mas radicado no Algarve desde tenra idade, passou por Imortal, Louletano, Nacional, Beira-Mar e pela equipa de reservas do Sp. Braga antes de assinar pelo Amora no verão de 1994.
Na única temporada dessa primeira passagem pela Medideira disputou 32 jogos (todos como titular) na II Liga, mostrando-se impotente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão transferiu-se para o Leça.
Mais tarde, após ter representado o Juventude Évora e duas equipas canadianas, voltou aos amorenses em 1998-99 para competir na II Divisão B.
 
 

5. Serginho (46 jogos)

Serginho
O melhor marcador de sempre do Amora na II Liga, com 11 golos.
Médio brasileiro proveniente do Tupi, chegou ao Amora em 1991-92, o que significa que foi um dos primeiros nomes de uma longa lista de jogadores recrutados por Jorge Jesus no Brasil ao longo da carreira do treinador amadorense.
Na primeira época na Medideira alcançou a promoção à II Liga, patamar em que em 1992-93 disputou 31 jogos (28 a titular) e apontou sete golos, diante de Feirense (dois), Desp. Aves, Louletano, Torreense, Ovarense e Nacional, insuficientes para evitar a descida à II Divisão B. Por outro lado, contribuiu para a caminhada até aos quartos de final da Taça de Portugal.
Após a despromoção permaneceu no clube, tendo conquistado o título nacional da II B em 1993-94. Na temporada seguinte atuou em 15 encontros (todos como titular) na II Liga e faturou por quatro vezes, frente a Académica (dois), Sp. Espinho e Portimonense, um registo novamente insuficiente para evitar mais uma descida de divisão.
Em meados de 1995 transferiu-se para os escoceses do Dundee United.
 
 
 
 

4. Raul Oliveira (49 jogos)

Raul Oliveira
Possante defesa central (1,90 m) formado no Amora, transitou para a equipa principal em 1991-92, época marcada pela subida à II Liga.
Na época seguinte atuou em 22 jogos no segundo escalão, todos na condição de titular, mas mostrou-se impotente para evitar a despromoção. Por outro lado, contribuiu para a caminhada até aos quartos de final da Taça de Portugal.
Em 1994-95 sagrou-se campeão nacional da II Divisão B e alcançou a consequente promoção à II Liga, patamar em que na temporada que se seguiu disputou 27 partidas (todos a titular) e marcou dois golos ao União de Lamas, ainda assim insuficientes para impedir nova descida de divisão.
Apesar da despromoção, deu o salto para o Belenenses no verão de 1995.
 
 

3. Rui Maside (51 jogos)

Rui Maside
Médio ofensivo nascido em Luanda, chegou pela primeira vez ao Amora em 1983-84, proveniente dos suíços do Étoile Carouge, na altura para jogar na II Divisão Nacional.
Valorizado pelas boas campanhas na Medideira, deu o salto para o Vitória de Setúbal no verão de 1985, tendo posteriormente passado por Sporting, Sp. Braga e novamente pelos sadinos antes de regressar ao emblema do concelho do Seixal em 1991-92.
Na época de regresso aos amorenses contribuiu para a subida à II Liga, patamar em que em 1992-93 atuou em 33 encontros (27 a titular) e apontou três golos, diante de Estrela da Amadora, Torreense e União da Madeira, ainda assim insuficientes para evitar a despromoção. Por outro lado, contribuiu para a caminhada até aos quartos de final da Taça de Portugal.
Em 1993-94 sagrou-se campeão nacional da II Divisão B e na temporada que se seguiu participou em 18 partidas (10 a titular) e marcou dois golos, frente a Portimonense e Ovarense, mas voltou a mostrar-se impotente para evitar a descida de divisão.
Após nova despromoção mudou-se para o Lixa, mas haveria de regressar ao Amora em 1998-99 para competir na II Divisão B.
O seu filho, David Maside, representou a equipa principal do Amora em 2005-06, 2013-14 e 2017-18, tendo ainda sido treinador adjunto dos seniores em 2018-19.
 
 

2. Osmar Bueno (53 jogos)

Osmar Bueno
Ponta de lança brasileiro que, tal como Serginho, também tinha passado pelo Tupi (da cidade de Juiz de Fora, estado de Minas Gerais), ingressou no Amora em 1991-92, época marcada pela primeira subida à II Liga.
“Fui parar ao Amora porque o Sr. Carlos Alberto Silva, que treinada o FC Porto, falou com o Jorge Jesus e disse-lhe que eu era um jogador de I Divisão. Mal sabia ele que eu passava fome no Brasil”, recordou ao blogue Coração Amorense 1921 em outubro de 2019.
Na temporada seguinte participou em 27 encontros (12 a titular) no segundo escalão e apontou dois golos, diante de Académica e Torreense, ainda assim insuficientes para evitar a despromoção. Por outro lado, contribuiu para a caminhada até aos quartos de final da Taça de Portugal.
Em 1993-94 sagrou-se campeão nacional da II Divisão B e na época que se seguiu atuou em 26 partidas (21 a titular) na II Liga e faturou por três vezes, frente a Sp. Espinho, Nacional e Leça, mas mais uma vez mostrou-se impotente para impedir a descida de divisão.
“A minha maior lembrança enquanto estive no Amora foram as subidas de divisão. Já a pior recordação foi ter saído do Amora e ver a equipa toda vendida e o clube falido às mãos do Mário Rui. Eu, por confiar na direção, fiquei sem receber metade do valor que ganhei no clube”, lembrou.
Após a despromoção transferiu-se para o Varzim.
 
 

1. Vítor Pereira (56 jogos)

Vítor Pereira
Não podia faltar um guarda-redes nesta lista, neste caso um guardião que até começou a jogar futebol nas camadas jovens do Amora, tendo depois jogado ao lado de Emílio Peixe, Abel Xavier, Hugo Porfírio e Luís Figo na formação do Sporting.
Em 1991-92, já sénior, voltou à Medideira a convite de Jorge Jesus, proveniente do vizinho Seixal, para contribuir para a subida à II Liga, patamar em que na época seguinte atuou em 22 jogos e sofreu 37 golos, mostrando-se impotente para evitar a despromoção. Por outro lado, contribuiu para a caminhada até aos quartos de final da Taça de Portugal.
Após a descida de divisão mudou-se para o Torreense, mas em 1994-95 regressou ao Amora para participar em 34 encontros na II Liga e sofrer 42 golos, voltando a não conseguir impedir uma despromoção.
“Tantas recordações boas, como por exemplo: o ano da subida à II Liga, o ser campeão da Zona Sul, o ser a defesa menos batida de todos os campeonatos e estarmos 927 minutos sem sofrer golos, a Medideira cheia, as gentes felizes com os nossos êxitos. Foram anos bons que ficaram para a vida. Os maus não existiram...não havia dinheiro, mas a rapaziada era feliz com pouco”, afirmou ao blogue Coração Amorense 1921 em outubro de 2019.
Ainda assim, a seguir à descida de divisão mudou-se para o Nacional.
 





  





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