Dez futebolistas que jogaram pelo Barreirense na II Liga |
No início do século XX, um grupo
de aprendizes das oficinas dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste fundaram uma
agremiação a que deram o nome de Sport Recreativo Operário Barreirense,
que foi crescendo e beneficiando da extinção de outras coletividades para
aumentar o número de sócios. No entanto, dificuldades financeiras levaram o
clube a proceder a uma profunda reorganização interna e, em assembleia geral
realizada a 11 de abril de 1911, foi decidido que tendo como base esse clube
nascesse o Foot-Ball
Club Barreirense.
Hoje nos campeonatos distritais,
o Barreirense já
foi um dos clubes mais importantes do futebol nacional. Na década de 1930, foi
duas vezes finalista do Campeonato de Portugal, perdendo em 1930 para o Benfica no
prolongamento e em 1934 para o Sporting.
Na I
Divisão também foi presença assídua nos anos 1950, 1960 e 1970, tendo
como melhor classificação o quarto lugar obtido em 1969-70, que valeu a
qualificação para a Taça das Cidades com Feiras, precursora da antiga
Taça UEFA e atualmente Liga Europa, em que defrontou o Dínamo Zagreb: 2-0
no Barreiro,
1-6 na Croácia.
Remetidos para as divisões
secundárias desde 1979, os alvirrubros assumiram-se
como uma das principais equipas da II Divisão B – Zona Sul entre 1991 e 2005,
numa fase em que conseguiam colocar vários produtos da formação na equipa
principal, arrastar multidões a todos os campos em que jogavam e obter honrosas
classificações. Em 2004-05, sagraram-se mesmo campeões e alcançaram a subida
à II
Liga.
Em termos de II
Liga, o histórico
clube do Barreiro participou na edição inaugural, em 1990-91, tendo lá
voltado em 2005-06. Em ambas as vezes a despromoção foi o desfecho. No total, os
camarros
somaram 12 vitórias, 24 empates, 36 derrotas e um saldo de 57-117 em golos em
72 jogos no segundo
escalão.
10. Hugo Morais (28 jogos)
Hugo Morais |
Médio lisboeta de características ofensivas, passou pelas camadas jovens
de Benfica
e Estrela
da Amadora e pelos seniores de Futebol
Benfica, Casa
Pia, Sintrense,
Estrela
Vendas Novas, Marítimo, Camacha,
União da Madeira e Desp.
Aves antes de ingressar no Barreirense
no verão de 2005, por empréstimo do Estrela
da Amadora.
Na única temporada que passou no Dom
Manuel de Mello participou em 28 jogos (11 a titular) na II
Liga e apontou três golos, diante de Desp.
Chaves, Olhanense
e Portimonense,
ainda assim insuficientes para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão mudou-se para o Leixões,
tendo ajudado o emblema
de Matosinhos a subir à I
Liga.
9. Marco Soares (30 jogos)
Marco Soares |
Médio defensivo com raízes cabo-verdianas,
mas nascido em Setúbal, chegou
a jogar nos iniciados do Sporting
ao lado de Miguel
Garcia, Ricardo
Quaresma, Luís
Lourenço e Cristiano
Ronaldo, mas fez quase toda a formação no Barreirense.
Em 2002-03 transitou para a equipa principal e duas épocas depois foi um
dos esteios da equipa que alcançou a promoção à II
Liga, patamar em que em 2005-06 atuou em 30 partidas (26 a titular) e
marcou dois golos, frente a Maia e Desp.
Aves, não conseguindo evitar a descida à II Divisão B.
Apesar da despromoção, no final da temporada conseguiu estrear-se pela seleção
de Cabo Verde e dar o salto para a União
de Leiria, então na I
Liga.
8. Formiga (31 jogos)
Formiga |
Médio ofensivo natural de Sesimbra, passou pelo clube
da terra, assim como por Vitória
de Setúbal, Esperança
de Lagos, Gil
Vicente e Recreio
de Águeda antes de ingressar no Barreirense
no verão de 1989.
Na primeira época no Dom
Manuel de Mello contribuiu para o apuramento para a edição inaugural da II
Liga, em 1990-91, na qual atuou em 31 jogos (30 a titular) e marcou dois
golos, diante de Portimonense
e O
Elvas, ainda assim insuficientes para evitar a despromoção.
Após a descida à II Divisão B transferiu-se para o Lusitano
VRSA.
7. Pedro Duarte (32 jogos)
Pedro Duarte |
Lateral/médio esquerdo natural de Setúbal, chegou ao Barreirense ainda
júnior, em 1995-96, tendo subido à equipa principal duas épocas depois pela mão
de José Rachão.
Em 1998-99 representou o Montijo,
mas regressou ao Dom
Manuel de Mello no verão de 1999 para ir paulatinamente ganhando o seu
espaço, tendo explodido em 2004-05, temporada que ficou marcada pela subida
à II
Liga.
“Tive o prazer de viver neste clube um dos dias mais felizes da minha
carreira, a tão desejada subida de divisão. Lembro-me como se fosse hoje: o
estádio completamente repleto de barreirenses a torcer pela tão desejada vitória,
e a mais que merecida subida de divisão. Tínhamos uma equipa composta por
jogadores jovens, de grande qualidade e humildade, e um dos orçamentos mais
baixos da II Divisão B. Todos trabalhávamos para alcançar um só objetivo, a
vitória. Encarávamos todos os jogos como se fossem finais e éramos uma
verdadeira família dentro e fora de campo”, afirmou ao Maisfutebol em
dezembro de 2012.
Em 2005-06 participou em 32 partidas (31 a titular) no segundo
escalão e apontou três golos, frente a Desp.
Aves, Desp.
Chaves e Olhanense,
mas mostrou-se impotente para evitar a despromoção.
Após a descida à II B
transferiu-se para o Estoril,
tendo ainda passado cinco anos no futebol cipriota antes de regressar ao Barreirense em
2013-14, na derradeira temporada da carreira.
Na época que se seguiu iniciou o seu promissor trajeto de treinador no
comando técnico da equipa principal dos alvirrubros com
a conquista do título distrital da AF
Setúbal, tendo em 2015-16 garantido a permanência no Campeonato
de Portugal. No entanto, não resistiu aos maus resultados em dezembro de
2016.
No verão de 2020 regressou ao clube para assumir novamente o comando
técnico, mas foi sol de pouca dura, uma vez que ainda antes do início da
temporada 2020-21 rumou ao Gil
Vicente para ser adjunto de Rui Almeida.
“Foi um prazer fazer parte da família Barreirense.
Digo isto porque éramos realmente uma família dentro e fora de campo. Um clube
onde encontrei grandes profissionais, pessoas competentes, muita ambição,
profissionalismo e onde vivi grandes alegrias. Os adeptos eram incansáveis no
apoio à equipa e a nossa claque (Brigada Relote) acompanhava-nos para todo
lado. O Estádio
Dom Manuel de Mello estava sempre muito composto nos jogos em casa e
tornava-se um campo difícil para as equipas adversárias”, recordou, saudosista.
6. Luís Miguel (33 jogos)
Luís Miguel |
Defesa central nascido no Seixal, ingressou nos juniores do Barreirense
no final da década de 1980, tendo transitado para a equipa principal em
1989-90, época marcada pelo apuramento para a edição inaugural da II
Liga.
No segundo
escalão participou em 33 encontros (32 a titular) e marcou um golo ao
Freamunde pelos alvirrubros,
mas não conseguiu impedir a descida à II Divisão B.
Após a despromoção permaneceu mais dois anos no Dom
Manuel de Mello, tendo participado numa eliminatória da Taça
de Portugal frente ao Sporting
em novembro de 1992 antes de dar o salto para a União
de Leiria no verão de 1993.
5. Hilário Gomes (34 jogos)
Hilário Gomes |
Médio defensivo natural de Sarilhos Pequenos, despontou no 1º de Maio
Sarilhense e passou pela Quimigal
antes de passar pela primeira vez pelo Barreirense
entre 1982 e 1984, na altura para competir na II Divisão Nacional.
Seguiram-se aventuras no Vitória
de Guimarães e no Belenenses
antes do regresso ao Dom
Manuel de Mello no verão de 1988. Em 1989-90 contribuiu para o apuramento para a edição inaugural da II
Liga, na qual participou em 34 encontros, todos na condição de titular, mas
sem conseguir evitar a despromoção.
Após a descida de divisão permaneceu mais dois anos no clube, tendo
participado numa eliminatória da Taça
de Portugal frente ao Sporting
em novembro de 1992.
No verão de 1993 transferiu-se para o Palmelense.
4. Paiva (34 jogos)
Defesa central/trinco internacional jovem português que jogou ao lado de Futre,
Fernando Mendes, Morato e Venâncio nas camadas jovens do Sporting,
passou pelos seniores de Sesimbra,
Peniche
e Esperança
de Lagos antes de ser recrutado pelo Barreirense
durante o verão de 1989.
Na primeira época no Dom
Manuel de Mello contribuiu para o apuramento para a edição inaugural da II
Liga, em 1990-91, na qual atuou em 34 encontros (todos como titular),
mostrando-se impotente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão transferiu-se para o Lusitano
VRSA.
3. Quim (35 jogos)
Quim |
Não podia faltar um guarda-redes nesta lista. Nascido em Sintra, dividiu
a formação entre Sintrense
e Belenenses,
tendo passado ainda pelos seniores dos azuis
do Restelo, do Torreense,
do Atlético
e do Sacavenense
antes de ingressar no Barreirense
no verão de 1987, na altura para competir na II Divisão Nacional.
Em 1989-90 contribuiu para o apuramento para a edição
inaugural da II
Liga, na qual participou em 35 encontros e sofreu 63 golos, mostrando-se
impotente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão
permaneceu mais três anos no clube, sempre a jogar na II Divisão B.
2. Pascoal (36 jogos)
Pascoal |
Defesa que concluiu a formação e despontou no Amora,
teve uma passagem pelo Seixal
antes de ingressar no Barreirense
no verão de 1989.
Na primeira época no Dom
Manuel de Mello contribuiu para o apuramento para a edição inaugural da II
Liga, em 1990-91, na qual participou em 36 partidas (todas como titular) e marcou
um golo ao Freamunde, insuficiente para evitar a descida à II Divisão B.
Após a despromoção permaneceu mais um ano no clube, rumando depois ao Lusitano
VRSA.
1. Ricardo Jorge (37 jogos)
Ricardo Jorge |
Lateral esquerdo internacional jovem português formado e revelado
pelo Montijo,
mas que jogou ao lado de Paulo Madeira e Paulo Sousa nos juniores do Benfica,
ingressou no Barreirense
no verão de 1990.
Na única temporada que passou no Dom
Manuel de Mello disputou 37 jogos (todos a titular) na II
Liga e marcou um golo à União
de Leiria, insuficiente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão regressou ao Montijo.
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