Sporting e Marítimo protagonizaram jogo desinteressante |
Já lá vão dez anos
desde a sua criação e a Taça da Liga continua sem se afirmar no
panorama futebolístico português. Por muito que se tenha mudado o
formato e se exalte a implementação da (pouco relevante) Final
Four, os clubes continuam a apresentar segundas linhas e os
estádios ainda se mostram mais despidos do que quando são palco de
encontros da I Liga.
Não há grandes exceções
na política de utilização de habituais suplentes e reservas,
sobretudo durante a fase de grupos. Os exemplos mais visíveis, os
três grandes, têm as desculpas de possuírem plantéis com opções
que dão confiança necessária para bater adversários menores e de
se verem obrigados a gerir a condição física de jogadores que
competem de três em três dias.
Veja-se o caso do
Sporting, que há uma semana mudou nove jogadores no onze de um jogo
de campeonato frente ao Tondela para outro para a Taça da Liga
diante do Marítimo. Contudo, os maritimistas, sem já estarem
envolvidos em competições europeias e com um plantel bem mais
modesto, promoveram sete alterações.
O próprio discurso dos
treinadores não disfarça rigorosamente nada: a principal
preocupação é dar minutos aos menos utilizados – os tais
reservas -. Depois - só depois -, se der para vencer, melhor.
Mais gritante ainda é o
facto de se estarem constantemente a adiar partidas. Imagino técnicos
e dirigentes a dizerem uns para os outros que “jogar naquela semana
para aquela taça rasca não vem nada a calhar”. Que o diga o
timoneiro do Sp. Braga, Abel Ferreira, que mesmo com vários
jogadores entregues às seleções – como os importantes Vukcevic
(Montenegro) e Xadas (sub-21 portugueses) -, preferiu enfrentar o
Boavista precisamente num fim de semana em que os campeonatos pararam
para dar lugar aos compromissos das equipas nacionais.
Estará tudo dito? Ainda
não. O modelo desenhado, cada vez mais favorável aos grandes,
tem-se traduzido numa lista de vencedores até bastante razoável,
com o nome do Benfica a aparecer por sete vezes em dez edições. Dá
para ir tapando o sol com a peneira, enquanto FC Porto e Sporting
continuam sem levantar o troféu. Será só incompetência desportiva
de dragões e leões? Obviamente que não.
Por outro lado, é o
Moreirense o detentor do título, alcançado numa final que por ser
diante do não grande Sp. Braga deverá ter dado um enorme desgosto à
organização. Os axadrezados de Moreira de Cónegos levaram a taça
para o museu, mas apenas e só isso. Nem qualificação europeia, nem
estatuto de cabeça de série na edição deste ano. Zero!
Do que se estará à
espera para, de uma vez por todas, se rever a continuidade e não o
modelo da competição? Reconheço a grande importância de dar
minutos às reservas, mas poder ter de o fazer com viagens às ilhas
e a pontos distantes do país a meio da semana é algo que certamente
dará azo a muitas... reservas.
Sem comentários:
Enviar um comentário