Tondela está na terceira temporada seguida na I Liga |
Com 25 pontos somados ao cabo de
22 jornadas, o Tondela tem feito praticamente todo o campeonato afastado da
zona de despromoção, conseguindo sempre ter uma almofada pontual que permite
entrar em campo a cada fim-de-semana de uma forma mais tranquila.
É certo que ainda é cedo para se
fazer balanços. A permanência ainda não é um dado adquirido, mas é de louvar o
trabalho efetuado por Pepa com as armas que têm à disposição. Com um plantel
sem craques ou elementos com potencial para serem jogadores de equipa grande –
Osorio era exceção, mas rumou ao FC Porto no mercado de inverno -, é um dos
conjuntos que mais tem vivido acima das suas possibilidades,
classificativamente falando.
Olhar para a formação beirã é
olhar para um verdadeiro coletivo, sem vedetas e espremido ao máximo, em que
todos correm tão ou mais depressa para trás do que para a frente. Sem laterais de
grande pendor ofensivo, médios com qualidade na construção de jogo – mas que
têm enorme capacidade de trabalho – atacantes capazes de decidir uma partida
através de um rasgo individual ou um ponta de lança exímio na finalização,
vive-se essencialmente da organização, da eficácia na definição dos lances, do
pragmatismo, da consolidação de movimentos ofensivos, das zonas e momentos de
pressão escolhidos a dedo, da solidariedade e generosidade de todos, da
harmonia, da velocíssima reação à perda da bola e do posicionamento assertivo.
O Tondela até nem está no lote de
equipas menos batidas da I Liga – 34 golos sofridos -, mas não é fácil
marcar-lhe. Com jogadores fortes nos duelos no quarteto defensivo, um duplo pivot de trabalho no meio-campo integrados
num coletivo muito organizado, é realmente necessário ser-se bem mais rápido,
saltar bem alto, imprimir uma grande dinâmica e desviar ao máximo a bola do
grande guarda-redes que Cláudio Ramos é.
Também nos momentos ofensivos, a
força do coletivo é bem maior do que a soma das partes. O médio ofensivo Pedro
Nuno não é um maestro mas define bem, os extremos Miguel Cardoso e Tyler Boyd
(ou Murilo) não serpenteiam nem desequilibram através do drible mas trocam
muitas vezes de flanco entre eles para confundir as marcações e sabem bem onde
colocar a bola, e o avançado Tomané não um é matador mas aparece nos flancos,
arrasta os centrais consigo e serve bem os companheiros que o substituem na
zona de finalização.
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