Dez jogadores que ficaram na história do Trofense |
Fundado a 28 de setembro de 1930,
o Clube
Desportivo Trofense viveu o momento alto da sua história em 2008, quando se
sagrou campeão da II
Liga e alcançou uma inédita presença na I
Liga, não indo além do 16.º e último lugar.
Ainda assim, foi um feito enorme
para um clube que até 1984 ainda não tinha competido nos campeonatos nacionais
e que até 2006 ainda não tinha sido visto nas ligas profissionais e um motivo
de orgulho para um concelho com quase 40 mil habitantes.
Embora tenha terminado o
campeonato como lanterna vermelha, pontuou frente aos três grandes: empatou em
casa com o Sporting
e com o FC
Porto no Dragão
e venceu o Benfica
na Trofa e empatou na Luz.
No total, averbou cinco vitórias,
oito empates, 17 derrotas, 25 golos marcados e 42 sofridos ao longo das 30
jornadas.
10. Paulinho (19 jogos)
Paulinho |
Lateral direito brasileiro, entrou no futebol português pela porta do Vitória
de Setúbal em 2007-08, tendo conquistado a primeira edição da Taça
da Liga nessa época.
Após a descida de divisão permaneceu mais um ano na Trofa, rumando depois
ao futebol cipriota.
9. Delfim (20 jogos)
Delfim |
Médio internacional português natural de Amarante que ficou conhecido
pelo seu pontapé-canhão, notabilizou-se ao serviço de Boavista
e Sporting,
tendo ainda passado pelos franceses do Marselha, os suíços do Young Boys e por Moreirense
e Naval antes de ingressar no Trofense
no verão de 2008.
“Venho para o Porto, mentalizado para terminar a carreira e em agosto
volta à carga o Trofense
‘Delfim, Delfim, Delfim’. Pensei: ‘Estou a 28km de casa, porque não? Vou fazer
mais uma época’. Ainda estava com o bichinho do treino e lá fiz mais uma época”,
contou à Tribuna
Expresso em fevereiro de
2018.
Na única temporada que passou na
Trofa atuou em 20 partidas (18 a titular), não conseguindo evitar a despromoção
à II
Liga.
Após a descida de divisão
encerrou, aos 32 anos, uma carreira marcada por graves lesões. “Em maio decidi
acabar definitivamente a carreira porque em março ou abril dessa época tive que
operar o joelho direito pela quarta vez. Mais uma artroscopia. Decidi que
estava na altura de preparar-me para ter qualidade de vida e não me sujeitar à
decadência”, acrescentou.
8. Reguila (21 jogos)
Reguila |
Um dos primeiros nomes que nos vem à cabeça quando se fala de Trofense.
Em 2004-05 estreou-se na II Liga com a camisola do Gondomar, mas na época seguinte regressou à Trofa
para contribuir para a promoção ao segundo escalão, patamar em que se sagrou campeão em
2007-08.
Seguiu-se uma temporada na I Liga, na qual participou em 21 encontros (16 a titular) e apontou três golos,
um dos quais um dos golos numa vitória sobre o Benfica de Quique Flores. “Não direi que foi o [golo] mais marcante, mas o
mais mediático. Nunca escondi: sempre fui benfiquista. E ainda hoje as pessoas abordam-me na rua para falar desse golo.
Recordo com satisfação. Irá ficar para a vida”, afirmou ao Maisfutebol em fevereiro de 2018. Ainda assim, e
apesar de também ter marcado a Marítimo e Paços
de Ferreira, mostrou-se impotente para evitar a despromoção, numa altura em
que já tinha 30 anos.
Após a descida de divisão manteve-se no Trofense,
clube que representou ao longo de mais três épocas na II Liga. Em 2009-10 foi o melhor marcador do campeonato, com 15 golos, e na
temporada que se seguiu esteve à beira de alcançar nova subida de divisão.
Depois de sete anos ininterruptos e nove intercalados na Trofa,
transferiu-se para o Santa Clara no verão de 2012.
7. Hugo Leal (21 jogos)
Hugo Leal |
Disputou o mesmo número de jogos
de Reguila, mas amealhou mais 197 minutos em campo – 1659 contra 1462.
Médio internacional português que
na viragem do milénio se perfilava como uma das principais promessas do futebol
luso, foi revelado pelo Benfica
e passou ainda por clubes como Atlético
Madrid, Paris
Saint-Germain, FC
Porto, Académica,
Sp.
Braga e Belenenses
antes de reforçar o Trofense
já depois da janela de verão de 2008 do mercado de transferências ter
encerrado.
“Estava a treinar no Estoril,
porque o treinador, o Tulipa, era meu amigo, e quem estava na direção era meu
conhecido. Treinava com o plantel. Estive dois meses a treinar lá, até que o
Tulipa vai para o Trofense
e pede-me para ir para lá”, contou à Tribuna
Expresso.
“Nesse momento as conversas em
casa foram do género, "vamos para o Trofense
porque o Tulipa está a pedir, é uma ajuda para ele"… é que ir para o Trofense
significava voltar a viver no Porto e a minha mulher não tinha gostado de viver
no Porto. As dúvidas punham-se, mas acabamos por decidir ir. Essa segunda
experiência curiosamente correu muito bem, a minha mulher gostou muito mais de
estar por lá e foram sete meses que estive a representar o Trofense”,
acrescentou o centrocampista.
Na única temporada que passou no
clube atuou em 21 partidas (18 a titular) na I
Liga e apontou três golos, diante de Nacional,
Belenenses
e FC
Porto, ainda assim insuficientes para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão voltou
a Espanha
para representar o Salamanca.
6. Pinheiro (22 jogos)
Pinheiro |
Médio de características ofensivas que passou pelas camadas jovens e
representou Gil
Vicente, Ovarense,
Estoril
e Belenenses
nas ligas profissionais, ingressou no Trofense
no verão de 2007, aos 30 anos.
Na primeira época na Trofa foi
decisivo para a conquista do título de campeão da II
Liga, contribuindo com seis golos que fizeram dele o melhor marcador da
equipa.
Em 2008-09 perdeu algum espaço,
mas ainda assim participou em 22 jogos (nove a titular) e apontou três golos,
frente a Sporting
(em Alvalade),
Vitória
de Setúbal e Rio
Ave, insuficientes para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão rumou
ao Feirense,
clube pelo qual somou a terceira subida ao primeiro
escalão – a primeira foi ao serviço do Estoril
em 2004.
5. Mércio (25 jogos)
Mércio |
Médio brasileiro que entrou no futebol português pela porta do Rio
Ave em 2001, representou Desp.
Aves na I
Liga antes de reforçar o Trofense
no verão de 2008.
Na primeira época no clube disputou 25 jogos (24 a titular) no primeiro
escalão, mostrando-se impotente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão continuou mais um ano na Trofa, tendo rumado
depois aos cipriotas do Olympiakos Nicosia.
4. Miguel Ângelo (25 jogos)
Miguel Ângelo |
Disputou o mesmo número de jogos
de Mércio, mas amealhou mais 261 minutos em campo – 2250 contra 1989.
Defesa central internacional
jovem português formado no Sporting ao
lado de Cristiano
Ronaldo, Hugo Viana, José Fonte, Ricardo
Quaresma, Miguel Veloso, Semedo, Yannick
Djaló e Silvestre Varela, entre outros, chegou pela primeira vez ao Trofense
em 2006-07, proveniente do Barreirense,
precisamente o clube pelo qual se estreou nas ligas profissionais.
Após ter ajudado o emblema
da Trofa a assegurar a permanência na II
Liga, mudou-se para o Portimonense,
mas haveria de regressar ao conjunto
nortenho em 2008-09 para disputar 25 partidas (todas como titular) e marcar
um golo à Naval, insuficiente para evitar a despromoção.
A seguir à descida de divisão
transferiu-se para o Marítimo.
3. Milton do Ó (27 jogos)
No primeiro
escalão manteve o estatuto de titular indiscutível, tendo atuado em 27
partidas (todas no onze inicial) no campeonato. Porém, mostrou-se impotente
para impedir a despromoção.
Após a descida de divisão
permaneceu mais alguns meses no clube, mas foi obrigado a encerrar a carreira,
aos 30 anos, após sofrer uma grave lesão no joelho direito.
“Eu tive a lesão no menisco no
meio da II
Liga, só que optei por não fazer a cirurgia para poder terminar o
campeonato. Faltavam sete jogos, joguei os sete, mas o meu joelho inchava muito
e acabei lesionando-o ainda mais. Por um lado, valeu a pena, porque eu fiz o
golo que decretou a nossa subida à I
Liga. Só que arrebentou com meu joelho, afetou a cartilagem e consegui
jogar somente mais um ano no clube. Cheguei a operar o joelho, mas tive que
encerrar a carreira”, explicou ao Globoesporte.
2. Hélder Barbosa (28 jogos)
Na única temporada que passou no
clube disputou 28 jogos (22 a titular) na I
Liga e marcou um golo na vitória sobre o Benfica
na Trofa, mas mostrou-se impotente para evitar a despromoção.
“Fizemos um excelente campeonato
com os grandes, mas não foi suficiente para garantirmos a permanência. Estamos
tristes porque o clube tem boas condições, os salários estão em dia e não
merecia esta descida”, afirmou no final da época, em jeito de balanço.
Após a descida de divisão voltou
a ser emprestado pelos portistas,
desta feita ao Vitória
de Setúbal.
1. Valdomiro (28 jogos)
Valdomiro |
Disputou o mesmo número de jogos de Hélder
Barbosa, mas amealhou mais 570 minutos em campo – 2469 contra 1899.
Defesa central brasileiro de
elevada estatura (1,92 m), chegou a Portugal para reforçar a União
de Leiria em 2006-07, mas na época seguinte rumado ao Trofense.
Na primeira temporada na Trofa
contribuiu para a conquista do título de campeão da II
Liga e para a consequente promoção à I
Liga, patamar em que atuou em 28 encontros (todos a titular) e apontou
cinco golos, frente a Vitória
de Setúbal, Rio
Ave, Belenenses,
Naval e Benfica,
registo que faz dele o melhor marcador de sempre do clube no primeiro
escalão, mas que se revelou insuficiente para evitar a despromoção.
“O mundo não acabou pela descida
do Trofense.
A vida continua. Infelizmente trata-se de um clube que tem os salários em dia e
que oferece todas as condições que um atleta precisa. Mas o futebol é assim e
por incapacidade nossa não fomos felizes durante esta época”, afirmou no final
do campeonato, em jeito de balanço.
Após a descida de divisão rumou
ao Al Wasl, dos Emirados Árabes Unidos.
Sem comentários:
Enviar um comentário