Dez jogadores que ficaram na história do Penafiel |
Fundado a 8 de fevereiro de 1951,
o Futebol
Clube de Penafiel surgiu para colmatar a ausência de um clube que
representasse a cidade, depois da extinção do Clube Desportivo Penafiel, que em
1933 foi originado pela fusão do Sport Club de Penafiel e da União Desportiva
Penafidelense.
Nas décadas que se seguiram o emblema
rubro-negro foi ganhando protagonismo a nível distrital e nacional, tendo
chegado pela primeira vez à III Divisão em 1957, à II em 1965 e, finalmente, ao
patamar
maior do futebol português em 1980.
A década de 1980 foi, aliás,
aquela em que os durienses
foram mais pujantes, uma vez que iniciaram aí um ciclo de dez presenças na I
Divisão em 12 anos, conseguindo obter em 1980-81 e em 1987-88 o 10.º lugar,
a melhor classificação alguma vez alcançada no primeiro
escalão.
Após ser despromovido à II
Divisão em 1992, o Penafiel
regressou ao convívio entre os grandes entre 2004 e 2006 e mais tarde em
2014-15.
Paralelamente, atingiu as
meias-finais da Taça
de Portugal em 1985-86 e os quartos de final em 1978-79, 1981-82, 1987-88,
1991-92, 1995-96 e 2013-14.
Em 13 participações, 180
futebolistas jogaram pelo Penafiel
na I
Divisão. Vale por isso a pena recordar os dez que o fizeram por mais vezes.
10. Caetano (86 jogos)
Caetano |
Extremo de baixa estatura (1,62
m) natural de Penafiel
e formado no clube
da terra, estreou-se na equipa principal quando os rubro
negros militavam na I
Divisão, em 1985-86.
Nessa temporada foi utilizado em
14 jogos (três a titular) e contribuiu para a caminhada até às meias-finais da Taça
de Portugal, mas foi impotente para evitar a despromoção.
Na época seguinte foi importante
para garantir a subida ao primeiro
escalão, patamar em que participou nas 38 jornadas (todas como titular) do campeonato
de 1987-88, tendo apontado dois golos, diante de Sp.
Covilhã e Sporting,
contribuindo para a obtenção do 10.º lugar.
Na derradeira temporada no
Estádio Municipal 25 de Abril atuou em 34 partidas (32 a titular) e marcou um
golo ao Beira-Mar, dando depois o salto para o FC
Porto.
Embora não tivesse sido feliz nas
Antas, recuperou protagonismo no Tirsense,
que o catapultou para a seleção nacional AA.
O seu filho, o também baixinho
Rui Caetano, representou o Penafiel
em 2015-16 e entre 2017 e 2019.
9. Fernando (86 jogos)
Fernando |
Disputou o mesmo número de jogos
que Caetano, mas amealhou mais 1139 minutos em campo – 7481 contra 6342.
Defesa central brasileiro que
jogou ao lado de Zico no Flamengo, entrou no futebol português pela porta do Boavista,
tendo ainda passado pelo Académico de Viseu antes de reforçar o Penafiel
no verão de 1981.
Na primeira época no Municipal 25
de Abril foi totalista no campeonato,
uma vez que cumpriu os 2700 minutos referentes aos 30 jogos, tendo apontado
dois golos, diante de Vitória
de Setúbal e Estoril,
que foram insuficientes para evitar a despromoção.
Na temporada seguinte venceu a II
Divisão – Zona Norte e subiu ao primeiro
escalão, patamar em que competiu em 36 encontros (todos como titular) em
1983-84.
Na época que se seguiu foi
utilizado em 26 partidas (22 a titular) e marcou um autogolo num encontro
frente à Académica,
ajudando uma vez mais os penafidelenses
a assegurarem a permanência.
Embora muito utilizado nos rubro
negros, no verão de 1985 transferiu-se para o Leixões,
então a militar na II Divisão.
8. Rebelo (94 jogos)
Rebelo |
Extremo natural de Penafiel
e formado no clube
da terra, subiu à equipa principal em 1987-88, tendo estado em campo
durante 28 minutos numa derrota às mãos do FC
Porto no Estádio das Antas.
Na temporada seguinte também foi
alvo de escassa utilização, não indo além de 21 minutos distribuídos por dois
jogos, na visita ao Marítimo e uma vez mais nas Antas diante do FC
Porto.
Em 1989-90 começou a ganhar
espaço na equipa principal, tendo participado em 32 encontros (16 a titular) e
apontado três golos, diante de Boavista,
Belenenses
e Sporting.
Na época seguinte apresentou
números idênticos, tendo disputado 30 partidas (16 a titular) e faturado por
duas vezes, frente a Desp.
Chaves e Boavista,
ajudando uma vez mais a assegurar a permanência.
Por fim, em 1991-92 foi utilizado
em 29 jogos (25 a titular) e apontou dois golos, diante de Salgueiros
e Benfica,
não conseguindo evitar a despromoção.
Após a descida à II Divisão
manteve-se no patamar
maior do futebol português ao serviço do Famalicão.
7. Djão (96 jogos)
Djão |
Extremo moçambicano, entrou no
futebol português pela porta do Desp.
Chaves, mas foi ao serviço do Belenenses
que ganhou notoriedade, ao ponto de se ter tornado internacional AA por
Portugal.
No verão de 1987, aos 29 anos, transferiu-se para o Penafiel,
tendo sido uma das principais figuras da equipa que em 1987-88 alcançou o 10.º
lugar na I
Divisão, ao atuar em 35 jogos (29 a titular) e apontar cinco golos, diante
de Sp.
Braga, Rio
Ave, Sporting,
Desp.
Chaves e Vitória
de Guimarães.
Na temporada seguinte foi utilizado em 37 partidas (35 a titular) e somou
sete remates certeiros, frente a Desp.
Chaves (dois), Nacional,
Vitória
de Setúbal, Vitória
de Guimarães, Leixões
e Académico de Viseu.
Por fim, em 1989-90, disputou 24 encontros (15 a titular) e marcou dois
golos, diante de Belenenses
e Vitória
de Guimarães.
“No Penafiel
fiz as últimas épocas na primeira divisão. Foram as melhores épocas do clube na
primeira divisão. Essa equipa tinha o Caetano, o Elias, o Rui Manuel, o
Cerqueira… Bons tempos”, recordou ao Maisfutebol
em setembro de 2017.
Depois rumou ao Marco,
acabando por ficar radicado na região Norte.
6. Amâncio (96 jogos)
Amâncio |
Disputou o mesmo número de jogos
de Djão, mas amealhou mais 1339 minutos em campo – 8065 contra 6726.
Ponta de lança paraguaio de baixa
estatura (1,67 m) mas com apurado faro para o golo, é o melhor marcador de
sempre do Penafiel
na I
Divisão, com 26 golos – mais onze do que o brasileiro César, o segundo da
lista.
Recrutado no verão de 1986 aos
uruguaios do Nacional de Montevideu, foi determinante para a subida ao patamar
maior do futebol português na época de estreia, ao apontar onze golos.
Em 1987-88, na estreia no primeiro
escalão, participou em 30 partidas (26 a titular) e apontou sete golos, diante
de Sp.
Braga, Rio
Ave, Farense,
Sp. Espinho, Académica,
Belenenses
e Varzim, ajudando os durienses
a igualar a melhor classificação de sempre do clube, o 10.º lugar.
Na temporada seguinte explodiu,
ao marcar 15 golos em 37 jogos (todos a titular). Leixões,
Beira-Mar (dois), Nacional
(quatro), Sp. Espinho (dois), Benfica,
Sporting,
Boavista,
Portimonense,
Académico de Viseu e Belenenses
foram as vítimas de Amâncio. Apenas o benfiquista
Vata, com 16 golos, faturou mais nesse campeonato.
Por fim, em 1989-90, disputou 29
jogos (28 a titular) e marcou quatro golos, frente a Desp.
Chaves, Estrela
da Amadora, Vitória
de Setúbal e Portimonense.
Depois mudou-se para o Vitória
de Setúbal.
5. Branco (97 jogos)
Na primeira época de rubro
negro, que ficou marcada pela estreia do clube no primeiro
escalão, disputou 29 jogos (todos como titular) e marcou um golo ao
Marítimo, ajudando os durienses
a obter um muito honroso 10.º lugar.
Na temporada seguinte foi
utilizado em 28 encontros (27 a titular), mas foi impotente para evitar a
despromoção.
Após a descida de divisão
permaneceu no Municipal 25 de Abril, sagrando-se campeão da II Divisão – Zona
Norte. Em 1983-84, no regresso à I
Divisão, atuou em 24 partidas (19 a titular) e apontou quatro golos, diante
de Sporting,
Portimonense,
Recreio
de Águeda, Salgueiros
e Desp.
Chaves.
Na época que se seguiu, a última
ao serviço dos penafidelenses,
esteve presente em 16 jogos (12 a titular) e marcou um golo ao Benfica.
Depois mudou-se para o Paredes,
então a militar na II Divisão.
4. Cerqueira (133 jogos)
Cerqueira |
Mais um filho da terra e um
produto da formação do clube, neste caso um guarda-redes, que subiu à equipa
principal em 1976-77, então na II Divisão, e só deixou de jogar no Penafiel
em 1997, à beira dos 40 anos – pelo meio, teve apenas uma passagem pelo
Valonguense em 1983-84.
Ainda assim, demorou a conquistar
o seu espaço, tendo atuado em apenas 11 jogos (10 a titular) e sofrido 20 golos
durante as duas primeiras épocas dos durienses
no primeiro
escalão, entre 1980 e 1982. Na altura, era Luz o dono da baliza.
Depois de ter estado no
Valonguense deparou-se com a concorrência de Trindade, não tendo ido além de 28
encontros (26 a titular) e 34 golos sofridos na I
Divisão entre 1984 e 1986. Ainda assim, ajudou os rubro
negros a atingir as meias-finais da Taça
de Portugal em 1985-86.
Após ter contribuído pela
terceira vez para a promoção dos penafidelenses
ao patamar
maior do futebol português, em 1987, viveu um ano na sombra de Amaral, mas
agarrou a titularidade nas temporadas que se seguiram, tendo somado um total de
69 partidas e 85 golos sofridos entre 1988 e 1990.
Nas duas derradeiras épocas na I
Divisão, 1990-91 e 1991-92, viveu na sombra de Quim e Musil, não indo além
de um total 25 jogos e 29 golos sofridos.
Haveria de permanecer no clube
por mais cinco anos, mas quase sempre com o estatuto de segunda escolha para a
baliza duriense.
Em 1997-98 pendurou as luvas ao
serviço do Rebordosa e desde a época que se seguiu que está ligado ao Penafiel
como treinador de guarda-redes.
3. Elias (151 jogos)
Depois de ter estado na subida à I
Divisão na primeira época de sénior, afirmou-se como titular logo em
1983-84, na estreia no primeiro
escalão, tendo disputado 25 jogos (23 a titular) e apontado dois golos,
diante de Farense
e Rio
Ave.
Na temporada seguinte foi
utilizado em 27 partidas (23 a titular) e somou dois remates certeiros, frente
a Belenenses
e Vizela.
Já em 1985-86 participou em 24
encontros (20 a titular) e faturou por quatro vezes, diante de Vitória
de Guimarães (dois), Sp.
Braga e Desp.
Chaves, mostrando-se impotente para evitar a despromoção. Ainda assim, ajudou
os durienses
a chegar às meias-finais da Taça
de Portugal.
Após a descida à II Divisão
manteve-se no clube, tendo contribuído para o regresso ao patamar
maior do futebol português em 1987. No regresso à elite,
foi utilizado nas 38 jornadas (sempre a titular) do campeonato
e apontou dois golos, frente a Varzim e Sp. Espinho, ajudando os rubro
negros a igualarem a melhor classificação de sempre da sua história, o 10.º
lugar.
Por fim, em 1988-89 marcou
presença em 37 jogos (todos como titular) e marcou um golo ao Marítimo.
Entretanto passou por Estrela
da Amadora e Tirsense,
regressando ao Municipal 25 de Abril em 1994 para jogar quatro anos na II
Liga.
2. Artur (182 jogos)
Na primeira época no clube e
também no primeiro
escalão disputou 26 jogos (23 a titular) e marcou um golo ao Amora,
contribuindo para a obtenção do 10.º lugar.
Na temporada seguinte participou
em 29 partidas (todos como titular), não conseguindo evitar a despromoção.
Após a descida de divisão
mudou-se para o Vitória
de Setúbal, mas regressou ao Municipal 25 de Abril em 1983-84, quando
marcou presença em 28 encontros (todos como titular). Durante essa época, a 22
de dezembro, foi pai de um menino chamado… José Fonte.
No verão de 1984 transferiu-se
para o Belenenses,
mas quatro anos depois voltou a Penafiel
para mais quatro temporadas na I
Divisão. Entre 1988 e 1992 disputou um total de 99 jogos (98 a titular) e
foi pai de um menino chamado… Rui Fonte, despedindo-se dos rubro
negros com a despromoção à II
Liga.
Após a descida de divisão rumou
ao Malveira,
último clube da carreira.
1. Vasco (196 jogos)
Vasco Alves |
Defesa central natural de Penafiel
e formado no clube
da terra, subiu à equipa principal em 1982-83, tendo nessa época
contribuído para a promoção à I
Divisão.
Na estreia no primeiro
escalão foi utilizado regularmente (20 jogos), mas nos dois anos que se
seguiram não foi além de seis e sete encontros, não conseguindo evitar a
descida à II Divisão em 1985-86, temporada em que os durienses
até atingiram as meias-finais da Taça
de Portugal.
Após nova descida à II Divisão regressou
ao patamar
maior do futebol português em 1987 para mais cinco anos de convívio com os
grandes. Nesse período amealhou um total de 163 encontros (162 a titular) e
apontou três golos, diante de Salgueiros
(1987-88) e Farense
e Benfica
(ambos em 1991-92), não conseguindo evitar mais uma despromoção em 1992.
Após jogar um ano pelo Penafiel
na II
Liga, em 1993-94 regressou à I
Divisão pela porta do Gil
Vicente.
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