É impossível escrever a história
futebolística do Portimonense sem fazer referência a jogadores brasileiras. A
presença de nativos de terras de Vera Cruz tem sido uma constante ao longo das 17
presenças do emblema algarvio
na I Divisão.
Logo na primeira participação no
primeiro escalão, em 1976-77, os alvinegros utilizaram quatro futebolistas
brasileiros: Sapinho, Jaílson, Hilton e Aírton.
Daí para cá, foram-se sucedendo.
No total, foram 70 a jogar pelo Portimonense na I Divisão. Em termos relativos,
28 por cento dos futebolistas que representaram a formação de Portimão no
patamar maior do futebol português eram brasileiros. Uma tradição que tem vindo
a ganhar maior expressão nos últimos anos, desde que Rodiney Sampaio está à
frente dos destinos da SAD.
Vale por isso a pena recordar os 10
futebolistas brasileiros com mais jogos pelo Portimonense na I Divisão.
10. Lucas Fernandes (56 jogos)
Lucas Fernandes |
Médio de características
ofensivas formado no São
Paulo e que somou mais de meia centena de jogos oficiais pela equipa
principal do tricolor
paulista, chegou pela primeira vez a Portimão
por empréstimo do histórico
clube brasileiro no verão de 2018.
Maioritariamente titular,
disputou 29 jogos (21 a titular) e marcou um golo no campeonato em 2018-19. Valorizado pelo seu
desempenho ao serviço do Portimonense,
disputou e venceu o Torneio de Toulon no final dessa época ao lado do
companheiro de equipa Tabata,
do sportinguista
Wendel e do agora benfiquista
Pedrinho ao serviço da seleção brasileira de sub-20.
Na temporada seguinte atuou em 27
partidas (23 a titular) e apontou dois golos.
Ao que tudo indica continuará em Portimão
em 2020-21, mas tem mercado e poderá sair até ao fecho do mercado de verão. Os
franceses do Rennes e do Marselha estão na corrida.
9. Paulo Campos (56 jogos)
Paulo Campos |
Disputou 56 jogos tal como Lucas Fernandes, mas amealhou mais 975 minutos em campo - 4803 contra 3828.
Médio ofensivo/extremo formado no Botafogo e proveniente do Goiás, chegou a Portugal no verão de 1978 para, com 11 golos, ajudar o Portimonense a sagrar-se campeão nacional da II Divisão e consequentemente a subir ao patamar maior do futebol português.
Médio ofensivo/extremo formado no Botafogo e proveniente do Goiás, chegou a Portugal no verão de 1978 para, com 11 golos, ajudar o Portimonense a sagrar-se campeão nacional da II Divisão e consequentemente a subir ao patamar maior do futebol português.
Entre a elite continuou a mostrar
qualidades, tendo apontado oito golos em 30 jogos (29 a titular) em 1979-80. Na
época seguinte foi mais longe e faturou por 9 vezes em 26 encontros (todos a
titular).
As exibições e os números de
Paulo Campos despertaram a cobiça de maior dimensão e no verão de 1981 deu o
salto para o Benfica,
tornando-se num dos primeiros brasileiros a jogar de águia ao peito. Porém, não
foi feliz na Luz e voltou ao Algarve,
mas desta feita para o Farense.
Passaria ainda por Marítimo, Recreio
de Águeda, Penafiel,
Beira-Mar, União
de Santiago e Desp. Beja.
Depois tornou-se treinador e
orientou diversos clubes algarvios,
tendo como melhor trabalho duas subidas consecutivas no comando técnico do
Padernense: em 2000 para a III Divisão e no ano seguinte para a II Divisão B.
8. Major (60 jogos)
Major |
Central nascido em Recife,
Pernambuco, reforçou o Portimonense no verão de 1987 e permaneceu no clube
durante cinco temporadas, as três primeiras na I Divisão.
Logo na época de estreia mostrou
ao que vinha, fixando-se como titular, cumprindo 23 jogos (21 a titular) e tendo
feito parte de uma equipa que chegou às meias-finais da Taça
de Portugal. Em 1988-89 perdeu um pouco de gás, tendo participado apenas em
11 encontros (oito a titular), mas na época seguinte, marcada pela descida de
divisão, recuperou espaço, ao disputar 26 partidas (22 a titular).
Nas duas temporadas que passou na
II Liga também não foi muito utilizado, sendo que na segunda esteve ligado à
despromoção à II Divisão B.
Depois prosseguiu a carreira nas
divisões inferiores ao serviço de Montijo, Amora, Torreense, Juventude Évora,
Quarteirense e Monchiquense.
7. Carlos Alberto (71 jogos)
Carlos Alberto |
Médio natural de Santos Dumont, Minas Gerais, reforçou o Portimonense no último semestre de 1979, numa temporada marcada pelo regresso do clube algarvio ao primeiro escalão, afirmando-se como titular sobretudo na segunda volta, fechando o campeonato com 13 jogos (11 a titular) e um golo, apontado numa goleada caseira ao Estoril.
Nas épocas seguintes contribuiu para a consolidação dos alvinegros no patamar maior do futebol português, tendo participado em 27 jogos (todos a titular) e marcado três golos em 1980-81 e cumpriu 23 encontros (21 a titular) e faturado por uma vez em 1981-82.
Na época seguinte não foi além de oito partidas (três a titular), mas teve um pequeno contributo para a caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal. Em 1983-84 fez parte do plantel, mas não atuou em um único jogo, despedindo-se com 71 jogos.
Depois prosseguiu a carreira no Olhanense, Leixões e Sp. Covilhã, voltando à I Divisão em 1987-88 como jogador dos serranos.
6. Tabata (76 jogos)
Bruno Tabata |
Já
com António Folha no comando técnico agarrou definitivamente a titularidade, o
que lhe tem valido várias chamadas para a seleção olímpica brasileira, tendo
contribuído para a vitória no Torneio de Toulon em 2019 e para o apuramento
para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Em 2018-19 disputou 31 jogos e marcou três
golos no campeonato e na época passada atuou em 26 partidas (23 a titular) e marcou um golo.
5. Dener (80 jogos)
Dener |
Mais um elemento da fornada Rodiney Sampaio. Formado no São Paulo, da sua cidade-natal, chegou ao Portimonense em janeiro de 2015, ainda na II Liga. Médio possante (1,85 m), está há mais de cinco anos no emblema alvinegro, mas nunca se impor verdadeiramente como um titular indiscutível.
Nas duas primeiras temporadas e meia, ainda no segundo escalão, participou num total de 35 encontros (31 a titular) e apontou cinco golos, tendo feito parte da equipa que se sagrou campeã da II Liga e subiu ao patamar maior do futebol português em 2017.
Entre elite competiu já em 80 partidas, entre as quais 62 a titular, e marcou 12 golos, incluindo um na temporada transata frente ao FC Porto. Embora a época passada não tivesse corrido de feição aos algarvios, uma vez que terminaram o campeonato na zona de despromoção, foi a melhor de Dener em Portugal em termos de remates certeiros (seis) e uma das mais conseguidas ao nível de utilização, pois somou 26 encontros (22 a titular) na I Liga.
Em 2020-21 vai continuar a jogar no Portimonense.
Em 2020-21 vai continuar a jogar no Portimonense.
4. Lucas Possignolo (80 jogos)
Lucas Possignolo |
Disputou 80 jogos tal como Dener, mas amealhou mais 1591 minutos em campo - 7027 contra 5436.
Central paulista de elevada estatura (1,87 m), natural de Piracicaba, fez a formação no São Paulo e foi de lá que saiu pela primeira vez para o Portimonense em janeiro de 2014, tendo conseguido roubar a titularidade a Rui Correia e estabelecer-se ao lado de Ivo Nicolau durante a fase final da época, tendo cumprido sete jogos (seis a titular) na II Liga.
Central paulista de elevada estatura (1,87 m), natural de Piracicaba, fez a formação no São Paulo e foi de lá que saiu pela primeira vez para o Portimonense em janeiro de 2014, tendo conseguido roubar a titularidade a Rui Correia e estabelecer-se ao lado de Ivo Nicolau durante a fase final da época, tendo cumprido sete jogos (seis a titular) na II Liga.
Depois voltou ao São
Paulo, mas regressou a Portimão no verão de 2015, cumprindo 50 encontros e
marcado quatro golos no segundo escalão, contribuindo para a caminhada até às
meias-finais da Taça
da Liga em 2015-16 e para o primeiro lugar na II Liga e consequente
promoção em 2016-17.
No patamar maior do futebol
português também tem dado cartas. Primeiro ao lado de Rúben Fernandes, depois ao
formar dupla com o compatriota Jadson. Titular indiscutível para os técnicos
que têm passado pelo clube algarvio,
efetuou 26 partidas e marcou um golo, ao FC Porto em 2017-18; 28 jogos (27 a
titular) na época seguinte; e 26 encontros e dois remates certeiros na temporada passada.
Em 2020-21 vai continuar em Portimão.
Em 2020-21 vai continuar em Portimão.
3. Aurélio (86 jogos)
Aurélio |
Mais um central, mas este natural
do Rio de Janeiro e com passagem pelo Portimonense no final da década de 1980 e
no início da de 1990. Desenvolvido em jovem pelo Vasco da Gama, chegou a
Portugal em janeiro de 1986 pela porta do Marítimo, na altura cedido pelos
vascaínos.
Após época e meia nos Barreiros mudou-se
para Portimão, onde rapidamente conquistou um lugar no eixo defensivo. Em três
épocas na I Divisão pelos algarvios
somou 86 jogos, dos quais apenas um como suplente utilizado, e apontou um golo,
curiosamente numa deslocação ao terreno do… Marítimo, na jornada inaugural do
campeonato 1988-89. Paralelamente, ajudou os alvinegros a chegarem às
meias-finais da Taça
de Portugal na temporada de estreia, em 1987-88.
Após a descida à II Liga
continuou no Portimonense por mais dois anos, encerrando o seu trajeto no Algarve
com a descida à II Divisão B. Depois mudou-se para os alentejanos do
Campomaiorense, contribuindo para a promoção à I Liga em 1995.
Com a missão cumprida, encerrou a
carreira em 1996 no campeonato de Hong Kong, ao serviço do South China.
2. Tião (98 jogos)
Tião |
Médio carioca, natural de
Valenças, fez boa parte da carreira no futebol português, ao qual chegou nos
últimos meses de 1977 pela porta do Portimonense. Estreou-se à 8.ª jornada, pegou
de estaca e não mais perdeu o lugar no onze de Mário Lino, tendo disputado os
23 jogos que restavam até ao final do campeonato e apontado dois golos, nas
vitórias caseiras sobre Feirense e Sporting. Ainda assim, não conseguiu ajudar
os algarvios
a evitar a despromoção.
No entanto, na temporada seguinte
contribuiu para a conquista do título nacional da II Divisão e consequente subida
ao patamar maior do futebol português, no qual jogou com a camisola alvinegra
por mais quatro anos, embora tenha perdido o estatuto de titular indiscutível.
Nesse período, participou 75 jogos (56 a titular) e marcou nove golos, entre os
quais nas receções a FC Porto e Sporting em 1982. Paralelamente, contribuiu
para a caminhada até às meias-finais da Taça
de Portugal em 1982-83.
Depois mudou-se para o Estoril,
permanecendo na I Divisão mais uma época. Seguiram-se passagens por Estrela
da Amadora, Recreio
de Águeda, Pessegueirense e Oliveirense, tendo encerrado a carreira de
jogador e iniciado a de treinador no clube de Oliveira de Azeméis.
Viria a falecer em agosto de
2014, aos 64 anos.
1. Nivaldo (109 jogos)
Nivaldo |
Médio defensivo natural de
Ferreiros, Pernambuco, passou por clube como o Sport Recife e Cruzeiro antes de
aterrar em Portugal no verão de 1980 para reforçar o Vitória
de Guimarães. Após quatro anos no D. Afonso Henriques deu o salto para o Benfica,
rejeitando então uma proposta mais vantajosa do Portimonense. Porém, não foi
feliz nas águias e um ano depois mudou-se mesmo para o Algarve.
Com a camisola alvinegra disputou
109 encontros (105 a titular) e marcou cinco golos, entre os quais um ao Sporting
e outro ao FC Porto, ao longo de quatro temporadas na I Divisão, tendo
conquistado o estatuto de capitão. Logo na época de estreia participou na
célebre eliminatória europeia com o Partizan, tendo jogado tanto na vitória
caseira por 1-0 como na derrota por 0-4 sofrida em Belgrado. Contribuiu ainda
para as caminhadas até às meias-finais da Taça
de Portugal em 1986-87 e 1987-88.
No verão de 1989 mudou-se para a União
de Leiria, então na II Divisão. Já o Portimonense sentiu a ausência do seu
capitão nas épocas anteriores e acabou por cair no segundo escalão.
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