João Coimbra tenta fugir a um jogador espanhol |
A minha primeira de um
jogo entre Portugal e Espanha em sub-17 foi também a minha primeira
memória de uma conquista de um título por parte de uma seleção
portuguesa de futebol – a única que vi até 2016 – e uma das
minhas primeiras memórias de jogadores que viriam a atingir a
seleção A, como Miguel Veloso, João
Moutinho ou Vieirinha. Quando esses três jogadores e outros como
Mário
Felgueiras, João Coimbra, Carlos Saleiro, Bruno Gama e Manuel
Curto chegaram ao futebol profissional, já estava familiarizado com
esses nomes.
A jogar em casa, os
meninos de António Violante tinham despachado Áustria,
Dinamarca e Hungria na fase de grupos antes de eliminar a Inglaterra
de James Milner e Aaron Lennon através de um desempate por grandes
penalidades nas meias-finais. Na final, agendada para o Estádio do
Fontelo, em Viseu, o adversário era a Espanha de Adán e David
Silva.
Não me lembrava
exatamente do resultado nem dos marcadores dos golos, mas recordo-me
perfeitamente não só do desfecho. Felizmente, a Internet consegue
lembrar-me que Márcio Sousa, na altura apelidado de Maradoninha,
apontou os dois golos portugueses – o primeiro através de um
belíssimo remate de pé esquerdo, após passe de João Coimbra e
falha do defesa espanhol Ruz (22 minutos), o segundo na execução de
um livre direto (47'). Pelo meio, David Rodríguez chegou a empatar a
partida (42'), de cabeça, na sequência de um cruzamento de Sisi
González.
“Dois golos de Márcio
Sousa permitiram hoje a Portugal
conquistar o quinto título europeu de sub-17 (sub-16 até 2001), ao
bater a Espanha (2-1) no Estádio do Fontelo, em Viseu, numa
emocionante final entre as duas melhores equipas da prova. O
talentoso médio do FC Porto deu expressão à melhor exibição
portuguesa em todo o torneio, no jogo do 'tira-teimas' entre os
colossos ibéricos, que permitiu a Portugal
aproximar-se do recorde de seis troféus dos espanhóis. O
guarda-redes Mário
Felgueiras, autor de uma exibição irrepreensível, foi outra
das figuras de um jogo em que o poderoso ataque espanhol foi
manietado pelo 'colete de forças' criado pela defesa portuguesa”,
escreveu o Record.
“A vitória de Portugal
teve a assinatura de Márcio Sousa, que com dois golos inspirou os
companheiros para uma exibição personalizada, sem receios que
pudessem criar fissuras perigosas. Mas, na baliza, a segurança de
Mário
Felgueiras foi um sustentáculo decisivo, sobretudo nos cinco
minutos de compensação, altura aproveitada pelos espanhóis no
sentido de desatinar a defesa lusitana. Portugal recompensou as
bancadas cheias do Estádio do Fontelo, pois soube superar a evoluída
organização tática da Espanha, depois de reparados ligeiros
percalços nos minutos iniciais”, sintetizou o jornal O Jogo.
A seguir a este título,
acompanhei com algum interesse a participação portuguesa no
Campeonato do Mundo da categoria, que se viria a realizar na
Finlândia em agosto de 2003. Mas nesse torneio as expetativas saíram
goradas. Além de uma vitória demasiado difícil diante do Iémen
(4-3) no início do torneio e das derrotas pesada às mãos de Brasil
(0-5) e Espanha (2-5), recordo-me de algo que deve estar muito perto
de ser inédito na história do futebol: um empate a cinco golos,
entre Portugal e Camarões, depois de a equipa das quinas ter estado
a vencer por 5-0 até aos 70 minutos.
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