quinta-feira, 26 de maio de 2022

A minha primeira memória de… um jogo entre Portugal e Espanha em sub-17

João Coimbra tenta fugir a um jogador espanhol
A minha primeira de um jogo entre Portugal e Espanha em sub-17 foi também a minha primeira memória de uma conquista de um título por parte de uma seleção portuguesa de futebol – a única que vi até 2016 – e uma das minhas primeiras memórias de jogadores que viriam a atingir a seleção A, como Miguel Veloso, João Moutinho ou Vieirinha. Quando esses três jogadores e outros como Mário Felgueiras, João Coimbra, Carlos Saleiro, Bruno Gama e Manuel Curto chegaram ao futebol profissional, já estava familiarizado com esses nomes.

A jogar em casa, os meninos de António Violante tinham despachado Áustria, Dinamarca e Hungria na fase de grupos antes de eliminar a Inglaterra de James Milner e Aaron Lennon através de um desempate por grandes penalidades nas meias-finais. Na final, agendada para o Estádio do Fontelo, em Viseu, o adversário era a Espanha de Adán e David Silva.

Não me lembrava exatamente do resultado nem dos marcadores dos golos, mas recordo-me perfeitamente não só do desfecho. Felizmente, a Internet consegue lembrar-me que Márcio Sousa, na altura apelidado de Maradoninha, apontou os dois golos portugueses – o primeiro através de um belíssimo remate de pé esquerdo, após passe de João Coimbra e falha do defesa espanhol Ruz (22 minutos), o segundo na execução de um livre direto (47'). Pelo meio, David Rodríguez chegou a empatar a partida (42'), de cabeça, na sequência de um cruzamento de Sisi González.

“Dois golos de Márcio Sousa permitiram hoje a Portugal conquistar o quinto título europeu de sub-17 (sub-16 até 2001), ao bater a Espanha (2-1) no Estádio do Fontelo, em Viseu, numa emocionante final entre as duas melhores equipas da prova. O talentoso médio do FC Porto deu expressão à melhor exibição portuguesa em todo o torneio, no jogo do 'tira-teimas' entre os colossos ibéricos, que permitiu a Portugal aproximar-se do recorde de seis troféus dos espanhóis. O guarda-redes Mário Felgueiras, autor de uma exibição irrepreensível, foi outra das figuras de um jogo em que o poderoso ataque espanhol foi manietado pelo 'colete de forças' criado pela defesa portuguesa”, escreveu o Record.

“A vitória de Portugal teve a assinatura de Márcio Sousa, que com dois golos inspirou os companheiros para uma exibição personalizada, sem receios que pudessem criar fissuras perigosas. Mas, na baliza, a segurança de Mário Felgueiras foi um sustentáculo decisivo, sobretudo nos cinco minutos de compensação, altura aproveitada pelos espanhóis no sentido de desatinar a defesa lusitana. Portugal recompensou as bancadas cheias do Estádio do Fontelo, pois soube superar a evoluída organização tática da Espanha, depois de reparados ligeiros percalços nos minutos iniciais”, sintetizou o jornal O Jogo.


A seguir a este título, acompanhei com algum interesse a participação portuguesa no Campeonato do Mundo da categoria, que se viria a realizar na Finlândia em agosto de 2003. Mas nesse torneio as expetativas saíram goradas. Além de uma vitória demasiado difícil diante do Iémen (4-3) no início do torneio e das derrotas pesada às mãos de Brasil (0-5) e Espanha (2-5), recordo-me de algo que deve estar muito perto de ser inédito na história do futebol: um empate a cinco golos, entre Portugal e Camarões, depois de a equipa das quinas ter estado a vencer por 5-0 até aos 70 minutos.





 

 




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