Oito internacionais cabo-verdianos que jogaram no Farense |
É uma história recente, tal como
a da própria seleção
de Cabo Verde, que participou pela primeira vez na fase de qualificação
para um Campeonato do Mundo no apuramento para o Mundial
2002. Mesmo após a independência do país, em 1975, não integrou a CAF até
meados da década de 1990 e teve períodos de inatividade até ao início do século
XXI.
Foi precisamente a partir dos
primeiros anos após a viragem do milénio que começaram a surgir no Farense
os primeiros jogadores internacionais cabo-verdianos
ou que viriam a atingir a equipa nacional dos tubarões
azuis algum tempo depois. No total, foram oito – o reforço Vasco Lopes será
o nono.
Pelé |
O primeiro futebolista a passar
pelos leões
de Faro que viria a chegar à seleção
de Cabo Verde até nasceu no Algarve,
mais precisamente em Albufeira, e até tinha nome de craque brasileiro: Pelé. Defesa central formado no Imortal,
representou o Farense
em 2002-03, numa temporada em que a equipa principal disputou a II
Liga e em que, apesar do 12.º lugar alcançado dentro de campo, culminou na
descida administrativa à II Divisão B.
Nessa época, o jogador
albufeirense disputou 28 encontros (26 a titular) no campeonato e apontou dois
golos, diante de Alverca
e Penafiel,
tendo ainda atuado em dois jogos da Taça
de Portugal.
Em setembro de 2006, quando já se
encontrava a representar os ingleses do Southampton, somou as primeiras
internacionalizações pelos tubarões
azuis.
Mateus |
Dez anos depois, no início de
2013, surgiu no São
Luís mais um internacional cabo-verdiano,
desta feita um jogador nascido no arquipélago, mais precisamente na capital
Praia, e que já tinha representado os tubarões
azuis, o avançado Mateus.
Após ter jogado nas ligas
profissionais ao serviço de clubes como Felgueiras,
Ovarense,
Marco,
Desp.
Chaves, Portimonense,
Santa
Clara e Rio
Ave, o atacante chegou ao Farense
proveniente dos cipriotas do Omonia Aradippou e foi a tempo de participar em 12
partidas (nove a titular) e marcar um golo ao Fátima
na II Divisão B, contribuindo assim para a promoção à II
Liga.
Concluída a missão, permaneceu no
Algarve,
mas ao serviço do Quarteirense.
Hernâni |
Na temporada seguinte surgiram em
Faro mais dois internacionais cabo-verdianos.
De regresso às ligas profissionais após
dez anos de ausência, os algarvios
foram ao mercado contratar Hernâni, um
extremo experimentadíssimo na II
Liga, patamar em que representado Desp.
Aves, Beira-Mar, Santa
Clara, Penafiel
e Leixões.
A aposta deu frutos, pois o
jogador disputou 37 jogos (28 a titular) e marcou cinco golos em todas as
competições 2013-14, ajudando o Farense
a obter um honroso 10.º lugar. Na época seguinte também estava a ser bastante
utilizado, mas após 28 encontros (24 a titular) e dois golos em todas as provas
mudou-se no mercado de inverno para o Varzim, tendo contribuído para a promoção
dos poveiros ao segundo
escalão.
Rambé |
Também em 2013-14 surgiu no São
Luís o possante ponta de lança Rambé,
emprestado pelo Belenenses
após ter ajudado os azuis
do Restelo a subir à I
Liga, poucos meses depois de ter marcado presença no CAN 2013.
O avançado cabo-verdiano
só se estreou pelo Farense
à 7.ª jornada, a 8 de setembro, mas rapidamente começou a fazer parte do onze
inicial e a marcar golos. Até ao final de dezembro faturou por onze vezes em 18
partidas em todas as competições, contribuindo para o campeonato tranquilo que
os algarvios
realizaram. Lusitânia Lourosa na Taça
de Portugal e Sp.
Braga B, Sp.
Covilhã, Desp.
Chaves, Feirense,
Oliveirense
(três), FC
Porto B, Atlético
e Benfica
B na II
Liga foram as vítimas deste atacante, que no início de janeiro de 2014
acabou por regressar ao Belenenses.
Entretanto foi contratado pelo Sp.
Braga, que o emprestou ao Vitória
de Setúbal na segunda metade de 2014-15 e ao Farense
na temporada que se seguiu. Nesta segunda passagem pelos leões
de Faro participou em 35 encontros em todas as competições e apontou oito
golos, todos na II
Liga, diante de Sp.
Braga B (dois), Vitória
de Guimarães B (dois), Académico Viseu, Santa
Clara, Leixões
e FC
Porto B, mas mostrou-se impotente para evitar a despromoção ao Campeonato
de Portugal.
Carlos Ponck |
No verão de 2014, o Farense
recrutou ao vizinho Quarteirense
o médio defensivo Carlos Ponck, que
se estabeleceu rapidamente de pedra e cal no onze, tendo sido titular em 39 dos
40 encontros que disputou em todas as provas na época de estreia, afirmando-se
como uma peça imprescindível para Pedro Correia e Abel Xavier, os dois
treinadores que estiveram à frente da equipa.
Na temporada seguinte manteve a
importância, tendo atuado em 25 partidas (24 a titular) até janeiro, quando o Benfica
o contratou e o emprestou ao Paços
de Ferreira.
Cerca de um após ter deixado o Farense,
em março de 2017, somou a primeira internacionalização pela seleção
de Cabo Verde, tendo contribuído para o apuramento para a fase final do CAN
2021.
Delmiro |
Quem chegou a cruzar-se com Rambé
e Carlos Ponck no São
Luís foi o possante central/lateral esquerdo Delmiro, que chegou ao Farense
no verão de 2015, proveniente dos angolanos
do Progresso Sambizanga após passagens por Madalena, Lusitano Vildemoinhos, Benfica
Castelo Branco e União da Madeira.
Nessa primeira época em Faro
impôs-se imediatamente como titular num contexto de II
Liga, tendo amealhado 33 encontros e três golos, apontados diante de Famalicão,
Leixões
e Varzim no campeonato. No entanto, não conseguiu impedir a despromoção.
Após a descida de divisão
transferiu-se para o Varzim e passou pelos espanhóis do Arenas Club de Getxo,
tendo regressado a Faro em fevereiro de 2018 para participar em sete jogos e
apontar dois golos (ambos ao Almancilense) numa campanha que culminou na
promoção à II
Liga. Valorizado, o defesa foi chamado à seleção
em junho para atuar num compromisso de caráter particular diante de Andorra.
Na temporada que se seguiu
permaneceu no plantel e somou mais sete partidas pelo Farense,
seis das quais no segundo
escalão, acabando por rescindir contrato ainda antes da conclusão do
campeonato, em meados de abril.
Depois transferiu-se para os
cipriotas do Aris Limassol.
Nuno Borges |
Na segunda passagem pelo São
Luís, Delmiro foi companheiro de equipa do médio de características
defensivas Nuno Borges, que passou
pelos juniores do Farense
em 2005-06, esteve cinco anos sem jogar futebol e passou por vários clubes dos
distritais da AF
Lisboa antes de ingressar nos leões
de Faro em fevereiro de 2018, proveniente do Sacavenense.
Nessa primeira meia época foi a
tempo de disputar 13 jogos e marcar um golo ao Felgueiras
no Campeonato
de Portugal, contribuindo assim para a promoção à II
Liga. No final do campeonato, foi premiado com a primeira chamada à seleção
de Cabo Verde.
Na temporada que se seguiu
amealhou 31 encontros e dois golos (diante de FC
Porto B e Mafra,
ambos no segundo
escalão) em todas as competições, ajudando os algarvios
a alcançar a permanência.
Patrick |
Por fim, mas nem por isso menos
importante, o único internacional cabo-verdiano
que jogou pelo Farense
na I
Liga, o possante ponta de lança Patrick.
Contratado ao Tondela
no verão de 2019, depois de passagens bem-sucedidas por Oliveira do Hospital e Felgueiras
e numa altura em que já tinha atuado pelo seu país, acabou por nunca se impor
no São
Luís.
Na primeira época nos leões
de Faro disputou sete jogos em todas as competições e apontou um golo ao FC
Porto B na II
Liga, dando um pequeno contributo para a subida ao primeiro
escalão.
Na temporada seguinte participou
em 12 encontros em todas as provas e marcou um golo ao Benfica
na I
Liga, mas em janeiro de 2021 mudou de ares, rumo ao Varzim.
Vasco Lopes |
Agora, será a vez do extremo Vasco Lopes, cujas exibições no União
de Santarém convenceram o selecionador de Cabo
Verde a convoca-lo para os compromissos de março e junho, mostrar o que
vale aos exigentes adeptos do Farense.
“Após uma intensa corrida com
vários clubes da I e II
Liga pela jovem promessa, o internacional cabo-verdiano,
de 21 anos, com formação no Benfica
e Sporting,
assinou pelo Sporting Clube Farense
por três épocas”, revelou o emblema
algarvio nas redes sociais a 28 de junho.
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