Eixo defensivo do Moreirense reforça qualidade com Artur Jorge

Artur Jorge de volta à I Liga portuguesa à beira dos 27 anos

De regresso a Portugal após uma aventura satisfatória no clube que tem dominado o futebol cipriota nos últimos anos, o APOEL, Artur Jorge vai oferecer qualidade ao eixo defensivo do Moreirense, que na última época teve como defesas centrais Rosic, Steven Vitória, Abdoulaye e Ferraresi.

 

Na última passagem pela I Liga portuguesa, entre 2018 e 2020 com a camisola do Vitória de Setúbal, foi um dos jogadores em maior evidência na turma sadina, sobretudo em 2019-20, quando se destacou entre os demais numa campanha que desportivamente culminou na permanência no primeiro escalão na última jornada, apesar de, dias depois, ter sido decretada a descida de divisão por via administrativa.

 

Depois de ter iniciado a aventura no Bonfim tapado por Vasco Fernandes e Dankler, beneficiou da transferência do brasileiro para o futebol japonês para agarrar a titularidade e da saída do luso-guineense para a Turquia para se afirmar como patrão da defesa. Em 57 encontros de verde e branco, apontou um golo. Adversário? Moreirense, na segunda fase da Taça da Liga, em agosto de 2019.

 

Ao serviço dos setubalenses, evidenciou qualidades em praticamente todos os parâmetros que são exigidos a um jogador da posição dele, tendo sido por demais evidente a forma como impunha o seu 1,86 m no futebol aéreo, o timing de desarme, a marcação apertada aos avançados contrários e a agilidade exibida em fazer cortes providenciais.

 

Esta descrição pode dar a entender que é um jogador demasiado físico, o que não é verdade. O ponto forte dele é o nível elevado de concentração que mantém ao longo dos 90 minutos, sempre à procura de comandar e estar alinhado com os restantes companheiros do setor, de ter os apoios bem colocados para proteger a profundidade e de ler bem o jogo na dimensão tempo-espaço. O que depois mostra em campo é apenas uma consequência desta postura, de uma condição física assinável e do conhecimento que tem do jogo, o que lhe permite ter consciência de quando deve matar uma jogada da equipa contrária através do recurso à falta.

 

E embora o Vitória não optasse propriamente por um futebol apoiado, também foi visível a segurança e serenidade de Artur Jorge na saída de bola. Aliás, era através dele que a equipa saía mais vezes a jogar e raramente pelo companheiro de eixo defensivo Pirri, ainda que o defesa natural de Braga acabasse por soltar quase sempre a bola através de um passe longo, direto para os avançados, um dos princípios do modelo de jogo dos sadinos.

 

 

Será, por isso, interessante vê-lo exprimir essa capacidade para sair a jogar numa equipa com uma ideia de jogo mais atrativa, como costumam ser precisamente os casos das formações comandadas pelo treinador do Moreirense, Vasco Seabra.