João Vilela e Carlitos em disputa de bola |
Ao consultar a ficha de
jogo, recordo-me vagamente do hat trick de Marco
Ferreira que virou o resultado de 0-2 para um 3-2 favorável aos
sadinos
no Bonfim
a 16 de março de 2002, numa altura em que a dupla dos Ferreiras
(Paulo e Marco)
fazia mossa no corredor direito dos setubalenses.
Porém, a minha primeira
memória a sério dos confrontos entre estas duas equipas remonta a 5
de fevereiro de 2006.
Não por eu ter assistido ao jogo no estádio, mas pelo volume da goleada dos gilistas: 5-0. Nunca, num duelo entre as duas equipas, se registou tamanho desnível.
Não por eu ter assistido ao jogo no estádio, mas pelo volume da goleada dos gilistas: 5-0. Nunca, num duelo entre as duas equipas, se registou tamanho desnível.
E nada o fazia prever. O
Vitória
navegava em águas tranquilas no primeiro terço da tabela, apesar
dos problemas de salários em atraso que obrigaram a uma reconstrução
do plantel em janeiro e de só ter vencido um dos quatro jogos
anteriores. Alguns dos esteios da equipa na primeira volta do
campeonato, como Moretto,
José Fonte, Dembélé e Tchomogo, tinham rumado a outras paragens.
Por outro lado, chegaram os jovens Hélio Roque e Carlitos (ambos
cedidos pelo Benfica) e Silvestre Varela (emprestado pelo Sporting).
Também o o comando técnico mudou de dono por essa altura: saiu
Norton de Matos, entrou Hélio
Sousa.
Mais complicada estava a
missão do Gil Vicente de Ulisses Morais, que entrou para essa
jornada, a 21.ª, com três pontos de vantagem sobre a primeira
equipa na zona de despromoção e com apenas um ponto somado nas três
rondas anteriores. O central Gregory, o lateral João Pereira e os
extremos Carlitos e Nandinho
eram algumas das principais figuras dos gilistas.
Nesse jogo, tudo correu
bem aos de Barcelos e mal aos de
Setúbal. A improvável goleada começou a ser construída pela
cabeça do baixinho Carlitos (1,68 m), que respondeu ao segundo poste
a um cruzamento de Gouveia aos 15 minutos. E logo a seguir o central
brasileiro Rovérsio fez o segundo na recarga a um cabeceamento de
Gregory defendido em primeira instância por Marco Tábuas (18').
No arranque do segundo
tempo Mateus serviu Carlitos para o 3-0 (50'), Carlos Carneiro fez o
quarto a passe de Carlitos (59') e Mateus fechou a goleada já na
reta final (85').
“Não há nada como um
bom adversário. O Gil Vicente deu um autêntico recital de futebol.
Jogo cheio de profundidade, eficácia na frente, defesa concentrada,
equipa curta e inteligente na ocupação dos espaços. Nem era
necessária tanta pressão sobre a bola, porque do outro lado não
havia opositor...”, começava
por escrever o Record na crónica do jogo.
“Ulisses Morais tem
razões para estar orgulhoso. A vitória estava no bolso logo aos 18
minutos e o galo só podia mesmo cantar de goleada perante a incrível
(e incompreensível) passividade dos sadinos. Com o seu campeonato
feito, o V.
Setúbal entrou no jogo a dormir e quando acordou já tinha
vivido um autêntico pesadelo. Um evidente jogo de contrastes.
Sadinos
sem garra. Pouco querer e evidente não poder. Em suma, uma
tristeza!”, pode ler-se.
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