terça-feira, 25 de novembro de 2025

Hoje faz anos o canhoto da geração de ouro com pé-canhão. Quem se lembra de Paulo Torres?

Paulo Torres disputou 85 jogos pelo Sporting e dois pela seleção A
Há quem diga que faltou um grande canhoto à geração de ouro. Poderia ter sido este lateral esquerdo alentejano dotado de um pontapé fortíssimo que chegou a ser titularíssimo do Sporting e internacional A, mas cuja carreira precocemente empalideceu.
 
Nascido em Évora a 25 de novembro de 1971, despontou numa filial do Benfica, Sport Lisboa e Évora, mas foi o Sporting que o recrutou quando tinha apenas 13 anos, numa altura em que a força do seu remate já se fazia sentir.
 
Enquanto crescia nas camadas jovens leoninas e aparecia paulatinamente na equipa principal, ia integrando a chamada geração de ouro do futebol português. Estreou-se de quinas ao peito pelos sub-16, em fevereiro de 1988, tendo nesse mesmo ano feito parte da seleção nacional da categoria que se sagrou vice-campeã da Europa. Dois anos depois voltou a ser vice-campeão europeu, mas pelos sub-18. Já em 1991 conquistou o título mundial de sub-20, numa competição realizada em Portugal, o que também lhe vale um prémio Stromp.
 
Em termos de Sporting, estreou-se pela equipa principal pela mão de Pedro Rocha a 1 de novembro de 1988, quando tinha apenas 16 anos e 11 meses, cumprindo os 90 minutos numa goleada em Alvalade sobre o Almancilense para a Taça de Portugal (5-0). Contudo, teve de esperar mais de um ano para jogar pela primeira vez no campeonato, estreando-se num triunfo caseiro sobre o Portimonense a 10 de março de 1990 (1-0).
 
A afirmação como titular, porém, foi sendo adiada. Culpa de José Leal, na altura o dono e senhor do lado esquerdo da defesa não só nos leões como na seleção nacional A.
 
Já depois de um curto empréstimo ao Atlético em 1991 e de apenas 23 jogos pela equipa principal até janeiro de 1993, agarrou um lugar no onze já com Bobby Robson no comando técnico, em março desse ano, o que lhe permitiu atuar os 90 minutos em cada um dos últimos dez jogos do campeonato em 1992-93. Curiosamente, já tinha nessa altura amealhado as duas únicas internacionalizações pela seleção A que tem no currículo – uma vitória sobre os Países Baixos em Faro (2-0) e uma derrota fora diante dos Estados Unidos (0-1), ambas em 1992, numa altura em que o selecionador Carlos Queiroz lançava vários jogadores numa perspetiva de futuro.
 
Na temporada seguinte conseguiu afirmar-se de uma forma mais plena, tendo atuado em 43 jogos em todas as competições, sempre como titular, e apontado cinco golos – e pelo meio sagrou-se vice-campeão europeu de sub-21. Esteve no célebre dérbi dos 3-6, mas a sua substituição e a consequente entrada de Pacheco ao intervalo foi considerada o momento crucial do encontro, por ter desequilibrado por completo a equipa leonina então já orientada por Carlos Queiroz, abrindo um enorme buraco no corredor esquerdo.
 
Em 1994-95 perdeu a titularidade, tendo sido preterido em favor de Vujacic, não indo além de um total de sete partidas. Ainda assim conquistou nessa época o único título de leão ao peito, a Taça de Portugal.
 
 
No verão de 1995 despediu-se de Alvalade ao fim de 85 jogos, sete golos e dez anos de ligação para prosseguir a carreira no Campomaiorense, então recém-promovido à I Liga, mas não conseguiu impedir a descida de divisão.
 
Depois emigrou para Espanha, tendo ajudado o Salamanca a subir à La Liga em 1996-97. Na época seguinte estreou-se mesmo no primeiro escalão do futebol espanhol. Embora tivesse disputado menos de metade das jornadas, defrontou o Real Madrid no Santiago Bernabéu (0-1) e o Atlético Madrid no Vicente Calderón (1-1) e cumpriu os 90 minutos numa vitória caseira sobre o Barcelona de Luís Figo, Rivaldo, Luis Enrique, Sonny Anderson e Fernando Couto (4-3).
 
Em 1998-99 dividiu a temporada entre o Rayo Vallecano na II Liga Espanhola e o Desp. Chaves na I Liga, não conseguindo impedir a descida de divisão dos flavienses.
 
 
Voltaria a Espanha em 1999-00 para vestir a camisola do Leganés na II Liga antes de encerrar a carreira nas divisões secundárias do futebol português, tendo passado por Torreense, Penafiel e Imortal antes de pendurar as botas em 2003, aos 31 anos.
 
Entretanto iniciou a carreira de treinador, mas tem trabalhado sobretudo nas divisões secundárias de Portugal e em países africanos de língua portuguesa. Chegou a ser selecionador da Guiné-Bissau (entre 2014 e 2016), mas desde 2017 que está radicado em Angola. Presentemente orienta o Desportivo da Huíla, clube pelo qual venceu a Supertaça angolana em 2022. 







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