Hoje faz anos o ex-árbitro condenado em três casos de adulteração da verdade desportiva. Quem se lembra de Martins dos Santos?
Martins dos Santos esteve 12 anos na I Liga
Mítico árbitro do futebol
português na década de 1990 e do início do século XXI, Martins dos Santos fez
parte de uma geração de juízes carismáticos e matreiros e com um visual mais
castiço e um físico menos cuidado daqueles que apita hoje em dia na I
Liga.
Foi árbitro de primeira categoria
em 1992-93 e 2003-04 (saindo quando atingiu o limite de idade) e posteriormente
observador na Associação
de Futebol do Porto e na Federação Portuguesa de Futebol. Operador de telecomunicações fora
das quatro linhas, tinha um bigode vistoso e ao longo da carreira dirigiu três
dérbis entre Benfica
e Sporting
(1997-98 na Luz
e 1998-99 e 2001-02 em Alvalade)
e apitou o Benfica-FC
Porto de 1999-00 no qual não foi validado um golo de canto direto de Clayton,
o FC
Porto-Sporting
de 2001-02 no qual três jogadores leoninos
foram expulsos e ainda o dérbi portuense da Supertaça
de 2001, com vitória portista. Nunca foi internacional, mas arbitrou
uma partida do Barcelona
em novembro de 2003, no jogo de inauguração do Estádio
do Dragão que marcou a estreia de Lionel Messi pela equipa principal dos catalães. Após ter pendurado o apito, foi
por três vezes constituído arguido por adulteração da verdade desportiva: em
2007 foi condenado, por crime de corrupção desportiva, após ter aceitado meia
libra de ouro para o filho Daniel dos Santos, árbitro do jogo Vilaverdense-Maria
da Fonte; em 2008 foi condenado a 20 meses de pena suspensa por corrupção
desportiva passiva por ter arbitrado o Marítimo-Nacional
de 2003, jogo em que António Henriques, ex-vice-presidente do Conselho de
Arbitragem da FPF, lhe prometeu a promoção do filho Daniel se o Marítimo
vencesse; e em 2013 foi condenado a um ano e seis meses de pensa suspensa, por
tráfico de influências, após ter sido acusado pelo presidente do São Pedro da
Cova, Vítor Catão, solicitando-lhe cinco mil euros para, através da sua
influência na arbitragem, evitar a descida de divisão do clube. Neste último caso, a Polícia
Judiciária montou-lhe uma cilada, ao patrulhar a entrega de um envelope com
1100 euros em notas, marcadas para posterior identificação, por parte do
dirigente a Martins dos Santos.
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