Ao plantel às ordens do novo
técnico, Tomislav Ivic, chegaram cinco reforços: os portugueses Jorge Plácido,
Barriga e Rui Neves e os brasileiros Geraldão e Raudnei. Os dois estrangeiros
chegaram juntos, mas o segundo esteve bastante longe do relevo atingido pelo
primeiro nas Antas, até porque a sua aventura na Invicta, já se sabia à
partida, tinha tudo para não dar certo. “O treinador Ivic não me queria, mas o
meu empresário [Delane Vieira] era muito próximo do senhor Pinto
da Costa e convenceu-o”, contou o antigo avançado, recrutado à Juventus de
São Paulo, ao Maisfutebol
em outubro de 2020. Embora pudesse desempenhar várias
funções no ataque, Raudnei esbarrou na concorrência de “jogadores espetaculares”
como Fernando Gomes, Rabah
Madjer, Jaime Magalhães e Domingos. “Eu era um menino e tive dificuldades.
Acabei por entrar em alguns jogos [oito] e por fazer alguns golos [três]”,
recordou o brasileiro, que faturou diante do Moura
para a Taça
de Portugal e frente a Salgueiros
e Académica
para o campeonato, contribuindo assim para a dobradinha portista de 1987-88. Na época seguinte beneficiou da
entrada de Quinito
para o comando técnico, ganhou o lugar durante a pré-época e até foi titular na
1.ª jornada da I
Divisão, no dérbi com o Boavista,
mas não se exibiu a bom nível e não voltou a atuar de dragão ao peito. Começou por ser emprestado ao Deportivo
da Corunha, então na II Liga Espanhola, tornando-se no primeiro reforço dos
galegos
sob a presidência de Augusto César Lendoiro.
Depois de 18 golos em 69 jogos pelo
Depor
ao longo de dois voltou a Portugal para vestir as camisolas de Belenenses
e Gil
Vicente, tendo descido de divisão no Restelo em 1990-91 e conseguido a permanência
em Barcelos às ordens de António
Oliveira na época seguinte, sempre por empréstimo do FC Porto.
Após regressos ao Brasil para
representar Guarani
e Santo
André e a Espanha para defender as cores do Castellón, reforçou o Bahia em
1994 e tornou-se num herói da torcida ao marcar o golo, aos 90+2
minutos, na final frente ao rival Vitória,
que garantiu a conquista do campeonato baiano, perante 94 mil espetadores: “O
momento marcou-me na história do Bahia, é o maior clube do Nordeste. Sou ídolo
do clube, convidam-me sempre para tudo.”
Até ao final da carreira voltou à
Juventus de São Paulo, experimentou o futebol japonês e representou emblemas
modestos no Brasil. Depois tornou-se agente de jogadores.
Sem comentários:
Enviar um comentário