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| Jorge Paixão capitaneou o Amora e jogou na I Divisão pela Académica |
Hoje é mais conhecido pelo seu
trabalho como treinador, tendo chegado a orientar o
Sp.
Braga e feito bons trabalhos nas divisões secundárias, mas antes foi um
avançado internacional jovem português que passou pelos juniores do
Benfica
e chegou a jogar na
I
Divisão ao serviço da
Académica.
Nascido a 19 de dezembro de 1965,
em Almada, começou a jogar futebol nas camadas jovens do
Almada,
clube que o pai,
Fernando Paixão, presidia. Em 1980 mudou-se para o
Amora,
onde concluiu a formação quatro anos depois e voltou a ter o pai como
presidente. Pelo meio, representou os juniores do
Benfica
em 1982-83. Nessa época estreou-se pela seleção nacional de sub-16. Na temporada
seguinte, de regresso à
Medideira, jogou pela primeira vez pela equipa
principal, então recém-despromovida à
II Divisão Nacional, ainda com idade de
júnior, e somou mais sete internacionalizações, mas pelos sub-18.
Valorizado pelos bons desempenhos,
entrou no
primeiro
escalão pela porta da
Académica
em 1985-86, mas não foi além de dois jogos na
I
Divisão, ambos como suplente utilizado. Foi uma vez titular na
Taça
de Portugal, curiosamente diante do clube em que começou a jogar futebol, o
Almada.
“Não era muito opção, era novo e não havia uma aposta grande nos jovens na
altura”, justificou, em entrevista à
Tribuna
Expresso, em abril de 2022.
Depois foi emprestado ao vizinho
União
de Coimbra, tendo apontado onze golos na II Divisão em 1986-87. “Fiz uma
grande época. Joguei sempre, fui o melhor marcador”, recordou.
Seguiram-se passagens por
Louletano
(a convite de
Mário Wilson) e
Bragança
antes de voltar ao
Amora
em 1989-90, época em que contribuiu para a subida da III Divisão à II Divisão
B.
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| Jorge Paixão no Amora às ordens de Jorge Jesus (ao centro) |
Nos três anos que se seguiram foi
orientado por
Jorge
Jesus na Medideira, tendo subido à
II
Liga em 1992 e descido à II Divisão B na temporada seguinte. “Ele chegou ao
clube e eu era uma figura do clube. Fui internacional já como jogador do clube,
joguei na formação do clube, o meu pai foi presidente do
Amora
e eu era capitão de equipa. Ainda por cima tinha uma relação muito próxima com
o presidente da altura porque o conhecia desde pequenino, tratava-o por tu. O
Jesus
quando chegou, a ideia com que fiquei é que ele pensou que eu podia ter alguma
influência e reparei que houve sempre um bocado de resistência em relação a
mim, até que me tirou mesmo a braçadeira de capitão. Ele estava a começar, mas
foi o treinador que despertou em mim a ideia de querer ser treinador”, contou.
Nos últimos dois anos da carreira,
entre 1993 e 1995, vestiu a camisola do
Malveira
na
III Divisão Nacional. “Tive um treinador impecável, o
Celestino Ruas,
infelizmente já faleceu, era uma pessoa com um trato muito bom, um gentleman.
Foi uma novidade para mim, aquilo era amador, mas eu gostava do ambiente, o
clube tinha pessoas muito boas e sérias. Gostei muito de ter terminado ali.
Tive de parar, aos 30 anos, porque tinha de ser operado [à coluna]”, lembrou.
Após pendurar as botas tornou-se
treinador. Começou pelo
Malveira,
foi adjunto de
Guilherme Farinha no
Casa
Pia e no
Académico
de Viseu e voltou a lançar-se a solo no
Almada,
tendo conquistado o título distrital da
AF
Setúbal em 2003-04: “Uma das maiores alegrias que tenho na carreira de
treinador foi ter colocado o
Almada
na III Divisão. A última vez que o
Almada
subiu foi comigo, nunca mais conseguiu subir, infelizmente. Fizemos um grande
trabalho com uma equipa extraordinária.”
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| Jorge Paixão orientou o Sp. Braga entre fevereiro e maio de 2014 |
Depois foi continuando a subir a
pulso. Guiou o
Real
SC à fase de promoção à
II
Liga em 2006-07, esteve perto de fazer o mesmo ao leme do
Pontassolense na
época seguinte e do
Mafra
em 2010-11 e passou por
Angola e pelo
Bahrain antes de entrar no futebol profissional
pela porta do
Farense
em 2013-14. Nessa época, pegou na equipa à 7.ª jornada, em último lugar e ainda
sem vitórias, e deixou-a na primeira metade da tabela da
II
Liga à 31.ª, quando recebeu um convite para orientar o
Sp.
Braga.
No entanto, não teve êxito na
Pedreira. Somou duas vitórias, quatro empates e quatro derrotas na
I
Liga, não conseguindo evitar o 9.º lugar no final do campeonato após ter
pegado na equipa na 7.ª posição, e foi eliminado nas meias-finais da
Taça
de Portugal pelo
Rio
Ave.
Nunca mais voltou ao
patamar
maior do futebol português, mas venceu um troféu ainda em 2014, a Supertaça
da Polónia ao comando do
Zawisza Bydgoszcz. Nos meses que se seguiram orientou
Olhanense,
Farense
e
Mafra
na
II
Liga, mas desde 2018 que está radicado no estrangeiro.
Já passou por
China,
Ruanda,
Kuwait
e
Marrocos e atualmente é treinador dos sub-18 do
Al-Nassr.
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