sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Hoje faz anos um internacional jovem português e antigo capitão do Amora. Quem se lembra de Jorge Paixão?

Jorge Paixão capitaneou o Amora e jogou na I Divisão pela Académica
Hoje é mais conhecido pelo seu trabalho como treinador, tendo chegado a orientar o Sp. Braga e feito bons trabalhos nas divisões secundárias, mas antes foi um avançado internacional jovem português que passou pelos juniores do Benfica e chegou a jogar na I Divisão ao serviço da Académica.
 
Nascido a 19 de dezembro de 1965, em Almada, começou a jogar futebol nas camadas jovens do Almada, clube que o pai, Fernando Paixão, presidia. Em 1980 mudou-se para o Amora, onde concluiu a formação quatro anos depois e voltou a ter o pai como presidente. Pelo meio, representou os juniores do Benfica em 1982-83. Nessa época estreou-se pela seleção nacional de sub-16. Na temporada seguinte, de regresso à Medideira, jogou pela primeira vez pela equipa principal, então recém-despromovida à II Divisão Nacional, ainda com idade de júnior, e somou mais sete internacionalizações, mas pelos sub-18.
 
Valorizado pelos bons desempenhos, entrou no primeiro escalão pela porta da Académica em 1985-86, mas não foi além de dois jogos na I Divisão, ambos como suplente utilizado. Foi uma vez titular na Taça de Portugal, curiosamente diante do clube em que começou a jogar futebol, o Almada. “Não era muito opção, era novo e não havia uma aposta grande nos jovens na altura”, justificou, em entrevista à Tribuna Expresso, em abril de 2022.
 
Depois foi emprestado ao vizinho União de Coimbra, tendo apontado onze golos na II Divisão em 1986-87. “Fiz uma grande época. Joguei sempre, fui o melhor marcador”, recordou.
 
Seguiram-se passagens por Louletano (a convite de Mário Wilson) e Bragança antes de voltar ao Amora em 1989-90, época em que contribuiu para a subida da III Divisão à II Divisão B.
 
Jorge Paixão no Amora às ordens de Jorge Jesus (ao centro)
Nos três anos que se seguiram foi orientado por Jorge Jesus na Medideira, tendo subido à II Liga em 1992 e descido à II Divisão B na temporada seguinte. “Ele chegou ao clube e eu era uma figura do clube. Fui internacional já como jogador do clube, joguei na formação do clube, o meu pai foi presidente do Amora e eu era capitão de equipa. Ainda por cima tinha uma relação muito próxima com o presidente da altura porque o conhecia desde pequenino, tratava-o por tu. O Jesus quando chegou, a ideia com que fiquei é que ele pensou que eu podia ter alguma influência e reparei que houve sempre um bocado de resistência em relação a mim, até que me tirou mesmo a braçadeira de capitão. Ele estava a começar, mas foi o treinador que despertou em mim a ideia de querer ser treinador”, contou.
 
Nos últimos dois anos da carreira, entre 1993 e 1995, vestiu a camisola do Malveira na III Divisão Nacional. “Tive um treinador impecável, o Celestino Ruas, infelizmente já faleceu, era uma pessoa com um trato muito bom, um gentleman. Foi uma novidade para mim, aquilo era amador, mas eu gostava do ambiente, o clube tinha pessoas muito boas e sérias. Gostei muito de ter terminado ali. Tive de parar, aos 30 anos, porque tinha de ser operado [à coluna]”, lembrou.
 
Após pendurar as botas tornou-se treinador. Começou pelo Malveira, foi adjunto de Guilherme Farinha no Casa Pia e no Académico de Viseu e voltou a lançar-se a solo no Almada, tendo conquistado o título distrital da AF Setúbal em 2003-04: “Uma das maiores alegrias que tenho na carreira de treinador foi ter colocado o Almada na III Divisão. A última vez que o Almada subiu foi comigo, nunca mais conseguiu subir, infelizmente. Fizemos um grande trabalho com uma equipa extraordinária.”
 
Jorge Paixão orientou o Sp. Braga entre fevereiro e maio de 2014
Depois foi continuando a subir a pulso. Guiou o Real SC à fase de promoção à II Liga em 2006-07, esteve perto de fazer o mesmo ao leme do Pontassolense na época seguinte e do Mafra em 2010-11 e passou por Angola e pelo Bahrain antes de entrar no futebol profissional pela porta do Farense em 2013-14. Nessa época, pegou na equipa à 7.ª jornada, em último lugar e ainda sem vitórias, e deixou-a na primeira metade da tabela da II Liga à 31.ª, quando recebeu um convite para orientar o Sp. Braga.
 
No entanto, não teve êxito na Pedreira. Somou duas vitórias, quatro empates e quatro derrotas na I Liga, não conseguindo evitar o 9.º lugar no final do campeonato após ter pegado na equipa na 7.ª posição, e foi eliminado nas meias-finais da Taça de Portugal pelo Rio Ave.
 
Nunca mais voltou ao patamar maior do futebol português, mas venceu um troféu ainda em 2014, a Supertaça da Polónia ao comando do Zawisza Bydgoszcz. Nos meses que se seguiram orientou Olhanense, Farense e Mafra na II Liga, mas desde 2018 que está radicado no estrangeiro.
 
 
Já passou por China, Ruanda, Kuwait e Marrocos e atualmente é treinador dos sub-18 do Al-Nassr.
 









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