Hoje faz anos o avançado móvel que o Vitória de Guimarães catapultou para a seleção. Quem se lembra de Romeu?
Romeu somou duas internacionalizações pela seleção nacional A
Não era um goleador e apenas
superou a fasquia da dezena de golos numa época, em 2002-03, mas fez render a
melhor fase da carreira: ajudou o Vitória
de Guimarães então orientado por Augusto
Inácio a alcançar o quarto lugar no campeonato, uma das melhores
classificações dos minhotos
neste século, e convenceu o interino Agostinho Oliveira a convoca-lo para a seleção
nacional A.
Nascido a 8 de outubro de 1974 em
Santa Maria da Feira, emigrou em tenra idade para a Suíça, onde jogou nas camadas
jovens do Neuchâtel Xamax. Voltou a Portugal já no último ano de júnior, a
tempo de integrar a equipa do FC
Porto campeã nacional da categoria em 1992-93. Sem espaço na equipa principal
dos dragões,
iniciou o percurso como sénior no Infesta, que na altura militava na II Divisão
B e era comandado pelo eterno Augusto Mata, que esteve no cargo ininterruptamente
entre 1983 e 2003, depois de uma primeira passagem entre 1973 e 1982. Após três anos como titular na
equipa de São Mamede de Infesta, sempre na II B, foi recontratado pelo FC
Porto e imediatamente emprestado ao Felgueiras,
clube no qual foi orientado por Augusto
Inácio, que o conhecia bem desde os tempos nos juniores portistas. Apesar de ter marcado apenas um
golo pelos durienses,
foi novamente cedido em 1997-98, desta vez a um emblema da I
Liga, o Marítimo
de… Augusto
Inácio. Juntos guiaram os insulares
a um honroso quinto lugar e ao consequente apuramento para a Taça
UEFA, numa temporada em que Romeu atuou em 23 jogos (oito a titular) e
apontou quatro golos. Em 1998-99 iniciou a época na II
Liga, ao serviço do Leça,
mais uma vez por empréstimo do FC
Porto, mas após três remates certeiros em oito encontros foi novamente
cedido ao Marítimo,
mostrando-se em melhor nível nesta segunda passagem pelos Barreiros: seis golos
em 20 partidas, todas como titular.
O bom meio ano na Madeira valeu-lhe
o bilhete de regresso às Antas. No entanto, foi sempre pouco utilizado por
Fernando Santos, não indo além de um total de 27 jogos (e zero golos) no
somatório das temporadas 1999-00 e 2000-01. Como consolação, jogou na Liga
dos Campeões e venceu uma Supertaça
Cândido de Oliveira e duas Taças
de Portugal. À procura de jogar com mais
regularidade, numa altura em que já tinha perto de 27 anos, transferiu-se a
título definitivo para o Vitória
de Guimarães no verão de 2001. Primeiro como extremo esquerdo, depois como
ponta de lança, mostrou a sua melhor versão mais uma vez às ordens de Augusto
Inácio. Em 2001-02 marcou provavelmente o melhor golo da carreira, de
calcanhar ao Boavista,
mas foi na época seguinte que mais brilhou, com 12 golos em todas as provas –
10 no campeonato –, o que lhe valeu a chamada à seleção
nacional A durante a longa fase de preparação para o Euro 2004.
Estreou-se de quinas ao peito num
empate diante da Tunísia
no Restelo (1-1), a 12 de outubro de 2002, e marcou no triunfo
sobre a Suécia em Gotemburgo (3-2) quatro dias depois. Embora tivesse
correspondido a aposta do selecionador interino Agostinho Oliveira, não voltou
a ser convocado.
Em quatro anos ao serviço do Vitória
de Guimarães amealhou 23 golos em 115 partidas, tendo contribuído para o
regresso dos vimaranenses
às competições europeias em 2005, fruto de um quinto lugar no campeonato
alcançado sob o comando técnico de Manuel
Machado. Dois anos antes até tinha ajudado os minhotos
a ficar uma posição acima, com Inácio,
mas na altura a quarta posição não dava acesso às provas da UEFA.
O que lhe faltava em veia
goleadora sobrava em abnegação, mobilidade e no tal futebol associativo de que
tanto se fala hoje – era comum participar nas chamadas tabelinhas com os
companheiros de ataque –, o que fez dele um jogador muito apreciado pela
exigente massa associativa do Vitória
Sport Clube.
Em 2006-07 não contou para o novo
treinador do Belenenses,
Jorge
Jesus, e na época seguinte começou a carreira de treinador nas camadas
jovens do clube, principalmente como adjunto de Rui
Jorge. Em 2011 acompanhou o antigo
lateral esquerdo internacional português quando este se tornou selecionador
nacional de sub-21, tendo-o coadjuvado durante os 14 anos que passou no cargo.
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