Fez a formação no FC
Porto, foi internacional pelas seleções jovens, estreou-se na I
Liga aos 20 anos e esteve num Europeu de sub-21,
mas teve a carreira marcada por um violento choque com Mantorras que lhe
provocou um traumatismo cranioencefálico em agosto de 2001.
Guarda-redes nascido na cidade do
Porto a 4 de novembro de 1980, desde cedo que mostrou ter jeito para ir à
baliza. Começou por jogar nas camadas jovens de Maia
e Boavista,
mas em 1995 deu o salto para os juvenis do FC
Porto, clube que o catapultou para as seleções nacionais – somou seis
internacionalizações pelos sub-15 e um pelos sub-16. Aos 15 anos já treinava com os
seniores dos dragões,
aos 16 deixou de estudar porque “tinha destinado ser profissional de futebol” e
aos 17 rejeitou ficar na equipa B do FC
Porto para se estrear como sénior no União
de Lamas, então na II
Liga. Em 2000-01 terminou a época como dono
da baliza lamacense,
o que lhe permitiu dar o salto para o Salgueiros,
então na I
Liga. A trajetória ascendente, porém, foi bruscamente interrompida logo no
primeiro jogo que efetuou no primeiro
escalão. “Fiz o jogo de estreia à segunda jornada, em casa do Benfica,
e estava a correr-me bem até ao lance com o Mantorras. Aquele lance transformou
por completo a minha carreira”, recordou ao Maisfutebol
em fevereiro de 2015. “Logicamente que se fosse ao contrário, se eu estivesse
no Benfica
e ele no Salgueiros,
claro que eu teria agora uma pensão vitalícia e se calhar ele não. Sinto-me
injustiçado porque ainda sinto efeitos do traumatismo. Deixei de jogar futebol
em 2013 porque já não sou o mesmo, e sinto que isso é por causa dos efeitos da
lesão. Infelizmente fui mal-acompanhado”, acrescentou. “Depois daquele jogo, quem
acompanhava o Ivo já percebia que havia nele um receio inconsciente. Estávamos
habituados a um Ivo sem medos. Mas ao longo dos anos foi-se tornando evidente
algo mais, problemas sérios que se foram agravando. Segundo os médicos, é
normal estes efeitos começarem a aparecer a médio prazo depois de um
traumatismo cranioencefálico”, corroborou a mulher, Sofia Lopes, também ao Maisfutebol.
“Estive três meses parado, a
recuperar, e depois voltei. Ainda fiz mais de 20 jogos, entre Taça
de Portugal e campeonato. No final da época, o Salgueiros
acabou por descer, mas ainda fui ao Campeonato da Europa de sub-21”,
prosseguiu o antigo guardião, que teve propostas do Boavista
e dos ingleses do Charlton, mas que acabou por fica em Paranhos até rescindir
por salários em atraso no verão de 2003, altura em que assinou pelo Estoril. Ainda se sagrou campeão da II
Liga pelos canarinhos,
mas foi suplente do francês Fabrice durante toda a temporada 2003-04. Seguiu-se
uma passagem pelo Pontassolense, então na II Divisão B, antes de regressar à II
Liga pela porta do Maia,
mas nos maiatos
voltou a vivenciar o drama dos salários em atraso, o que o levou a abandonar o
profissionalismo.
“Comecei a trabalhar e fui para o
Rebordosa, para a III Divisão. Tive convites de clubes maiores, mas já havia o
receio porque tinha passado por más experiências do ponto de vista financeiro.
Seguiu-se o Lousada, quando podia ter ido para a Roménia, e o Arouca,
ambos na II Divisão B. Ainda surgiu um convite para ir para a Alemanha, mas o
presidente não me deixou sair. (…) Fui
para o Pedrouços e em 2011 para o Salgueiros
08, onde conseguimos a subida para a III Divisão. Ainda me senti muito
feliz nessa altura, com esse feito. Terminei a carreira na época seguinte, ao
serviço do Nogueirense [em 2013]”, contou o internacional jovem português. “Foi uma carreira mediana ou boa.
Não foi de grandes êxitos, mas também não está ao alcance de qualquer miúdo.
Fui campeão nacional na formação, pelo FC
Porto, fui campeão nacional como sénior na II
Liga, foi internacional dos sub-15 aos sub-21,
estive num Europeu e no Mundial. Enfim, não foi de luxo, mas foi uma carreira
boa, fora do alcance de muitos”, concluiu, em jeito de balanço. Entretanto, tornou-se treinador
de guarda-redes, tendo já trabalhado no Gondim-Maia, no Maia Lidador, no
Padroense e no Leixões.
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