segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Hoje faz anos o rei das assistências da I Liga em 2005-06… pela Naval. Quem se lembra de Fajardo?

Fajardo brilhou pela Naval e pelo Vitória de Guimarães
Hoje em dia um jogador aos 21 ou 23 anos que não esteja ao nível que lhe era perspetivado já é considerado uma promessa adiada, mas na década de 1990 era comum ver jovens jogadores serem emprestados durante dois ou mais anos antes de se começarem a afirmar na casa-mãe. Recorde-se os casos de Ricardo Carvalho, Beto, Jorge Costa, Fernando Couto, Sérgio Conceição ou Folha, entre outros.
 
João Fajardo nunca atingiu o nível desses futebolistas, mas teve uma proporcionalmente idêntica. Foi um médio ofensivo/extremo lisboeta formado no Belenenses e que teve de procurar a sorte noutras paragens quando transitou para sénior, tendo representado o Pescadores da Costa de Caparica na III Divisão Nacional e o Atlético na III Divisão e na II Divisão.
 
Após uma época em grande plano ao serviço dos alcantarenses, com 13 golos na II B, voltou ao Belenenses no verão de 2001, mas teve de esperar até março do ano seguinte para fazer a estreia na I Liga, entrando nos minutos finais de uma estrondosa vitória sobre o FC Porto de José Mourinho no Restelo (3-0) para o lugar da grande figura do encontro, César Peixoto.
 
Em 2001-02 não foi além desse e de outro jogo, para a Taça de Portugal, e na época seguinte atuou somente nove encontros, todos como suplente utilizado.
 
Em 2003 foi dispensado pelo Belenenses após 14 anos de casa e seguiu para a Naval, então na II Liga, quando estava a poucos meses de festejar o 25.º aniversário. Promessa adiada? Nada disso. Ainda foi bem a tempo de vingar nos maiores palcos do futebol português.
 
Começou a aventura na Figueira da Foz com duas épocas de grande nível na II Liga, tendo contribuído com dez golos para a subida dos navalistas ao patamar maior do futebol português em 2004-05.
 
Na temporada seguinte manteve a bitola, mas na I Liga, sagrando-se no rei das assistências do campeonato, com dez passes para golo, tendo ainda somado quatro remates certeiros que ajudaram os figueirenses a escapar à despromoção. Também em 2006-07 se apresentou em bom plano, embora com números inferiores (um golo e duas assistências). “Estive quatro anos na Naval e foram anos espetaculares. As duas primeiras épocas foram na II Liga, mas subimos pela primeira vez na história do clube e fiz épocas de grande nível. Foram anos maravilhosos”, recordou ao Maisfutebol em outubro de 2020.
 
    
 
Valorizado, numa altura em que estava à beira do 29.º aniversário, deu, no verão de 2007, o salto para o “clube mais alto” que representou na carreira, o Vitória de Guimarães. “Claro que há sempre uma frustração por não ter chegado a um Benfica, um FC Porto ou um Sporting, mas para mim o Vitória é um grande, em todos os aspetos. Não há palavras para descrever aqueles adeptos, aquela cidade. A cidade trata-nos como reis e temos de dar tudo por aquele clube”, frisou.
 
Na primeira época no Dom Afonso Henriques, em 2007-08, ajudou os vimaranenses a igualar a melhor classificação de sempre na I Liga. Fajardo não era um titular indiscutível dessa equipa orientada por Manuel Cajuda, mas ia quase sempre a jogo. No campeonato atuou em 27 encontros: 13 no onze inicial, 14 como suplente utilizado. “Cheguei no ano em que o Vitória regressou à I Liga e tivemos um desempenho fantástico. Terminámos em 3.º, à frente do Benfica, e fomos à pré-eliminatória da Champions. Infelizmente, foi aquela eliminatória do golo mal anulado ao Roberto, frente ao Basileia, que nos impediu de ir à fase de grupos. Fomos para a primeira eliminatória da Liga Europa e acabámos por perder frente ao Portsmouth”, lamentou.
 
    
 
Na temporada seguinte, manteve o registo – 14 vezes titular, 13 suplente utilizado –, e no verão de 2009 emigrou à procura de maior independência financeira, para o Panthrakikos, mas só durou seis meses na Grécia: “Foi uma experiência frustrante. Fui tentar a minha sorte, mas correu mal e perdi por completo a vontade de emigrar novamente.”
 
 
 
Em janeiro de 2010 voltou a Portugal para regressar ao Belenenses, não conseguindo impedir a despromoção à II Liga.
 
Em 2010-11 representou o Santa Clara no segundo escalão e a partir daí radicou-se no Algarve, tendo vestido as camisolas de Farense na III Divisão Nacional e na II Divisão B e de Moncarapachense e 11 Esperanças nos distritais algarvios, tendo pendurado as botas em 2017, aos 38 anos. “Tenho muitas recordações da carreira e muito orgulho naquilo que consegui. Foi uma carreira muito a pulso, sempre a dar provas do meu valor, e é muito gratificante saber que fiz parte da evolução de clubes como a Naval, o Vitória ou o Farense”, afirmou, em jeito de balanço.
 
Entretanto tornou-se treinador. Começou pelas camadas jovens do Farense, depois passou pelos seniores do Olhanense (presidido por Cajuda) e na presente temporada está ao comando do Louletano no Campeonato de Portugal.
  






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