segunda-feira, 12 de maio de 2025

O polivalente canhoto das Taipas que ganhou quase tudo no futebol. Quem se lembra de César Peixoto?

César Peixoto representou FC Porto e Benfica
Futebolista canhoto natural de Caldas das Taipas que durante a carreira desempenhou várias posições, como lateral e extremo esquerdo, mas também médio centro, cresceu no seio de uma família humilde e começou por jogar à bola nas camadas jovens do Vitória de Guimarães.
 
Depois de passagens pela formação de Ribeira de Pena e Brito, foi ao Dom Afonso Henriques concluir a formação, mas quando transitou para sénior viu-se obrigado a ir ganhar rodagem ao serviço do clube da terra, os Caçadores das Taipas, na antiga II Divisão B em 1999-00 e na III Divisão na época seguinte.
 
No verão de 2001, após ajudar os taipenses a assegurar a promoção à II B, deu o salto para o Belenenses. “Foi difícil adquirir o ritmo de jogo, não tinha nada a ver. Os jogadores tinham outra qualidade e capacidade, tanto em treino como no jogo. Tive de me ambientar à cidade e a entrar naquele balneário, que já tinha muitos anos de I Liga. Tive um pouco de vergonha, também. Era um misto de sensações. Estava muito motivado, porque tinha chegado onde queria, mas, no primeiro mês e meio, foi um reboliço na minha vida em termos profissionais e pessoais. Andei ali muito inseguro e sozinho. Mas sempre fui muito fixado no meu objetivo. Cheguei a meio da época e, como não estava a ter muitas oportunidades - o que era normal, tinha que me ambientar -, mas era muito ansioso e achava que já devia estar a jogar”, recordou à Tribuna Expresso em abril de 2017.
 
Depois de uns primeiros três meses de adaptação em que foi sendo sobretudo suplente, virou aposta de Marinho Peres para a ala esquerda a partir de dezembro de 2001 e explodiu, tendo apontado oito golos e somado três internacionalizações pela seleção nacional de sub-21 até ao final da época. O jogo em que mais se notabilizou foi numa vitória por 3-0 sobre o FC Porto de José Mourinho no Estádio do Restelo em março de 2002, tendo apontado um fantástico golo a 30 metros da baliza.
 
 
Após esse encontro, o interesse do FC Porto, que já existia, foi reforçado, tendo a transferência para a Invicta sido concretizada no final da época. “Apareceram outras equipas, até do estrangeiro. Mas o FC Porto foi a prioridade por, nessa fase, nunca me ter adaptado bem à cidade grande. Queria voltar para perto dos meus amigos e da família. Sendo o FC Porto um clube a lutar pelo título, e tendo a oportunidade de voltar para aqui, foi logo a minha primeira prioridade. Quase que nem quis saber dos outros interessados. Tinha um projeto de carreira na minha cabeça e queria voltar para perto da minha família, mas num clube com aspirações para lutar pelo título, para estar lá dois anos e, depois, ir para o estrangeiro”, contou.
 
Nas Antas até começou bem, com muitos minutos e participação em golos, mas lesões nos ligamentos cruzados anteriores no mesmo joelho e problemas de meniscos travaram-lhe a afirmação. Venceu dois campeonatos, uma Taça de Portugal, uma Taça UEFA e uma Liga dos Campeões nos dois anos que passou às ordens de Mourinho, mas não foi além de um total de 26 jogos (e seis golos) nesse período.
 
Na primeira metade de 2004-05, já com Victor Fernández ao leme, venceu uma Supertaça Cândido de Oliveira e somou nove encontros de dragão ao peito antes de ser emprestado ao Vitória de Guimarães na segunda parte da temporada, contribuindo para o apuramento dos vimaranenses para a Taça UEFA. Nessa época somou, em janeiro de 2005, duas internacionalizações pela seleção B.
 
 
Voltou ao Dragão em 2005-06, com Co Adriaanse, e até se tornou titular indiscutível em novembro de 2005, mas uma grave lesão em janeiro de 2006 meteu-o no estaleiro durante ano e meio. “Fiquei quase um ano e meio parado, até fui para Espanha [Espanyol] e não consegui jogar. Foi um retrocesso muito grande na minha carreira, apesar de ter tido uma grande carreira e de ter vencido muitos títulos. Deixei de ter certas capacidades e qualidades. Tive que me adaptar às condicionantes da lesão. Deixei de ser o mesmo jogador que era”, lembrou.
 
 
Quem acreditou em César Peixoto foi o Sp. Braga, que o recrutou a custo zero no verão de 2007. No emblema arsenalista mostrou-se um jogador menos explosivo e mais cerebral do que era, abandonando a posição original de extremo esquerdo para passar para a zona central do meio-campo. Explodiu sobretudo em 2008-09, às ordens de Jorge Jesus, temporada na qual atuou em 38 encontros, venceu a Taça Intertoto e apontou quatro golos e somou a única internacionalização A que tem no currículo, diante do Brasil em novembro de 2008 (2-6).
 
 
Quando Jesus foi para o Benfica, no verão de 2009, levou-o, numa transferência que rendeu 400 mil euros aos cofres bracarenses. César Peixoto até foi bastante utilizado nas duas épocas que passou na Luz, foi campeão e venceu duas Taças da Liga, mas nunca se afirmou como titular e jogou sobretudo numa posição na qual não gostava, a de lateral esquerdo.
 
 
Afastado das opções de Jesus na primeira metade de 2011-12, rescindiu em janeiro de 2012 e foi para o Gil Vicente para voltar a ser feliz… como médio, tendo ajudado os barcelenses a atingir a final da Taça da Liga nessa época.
 
Continuou nos gilistas até ao final de 2014, quando abandonou o clube, em litígio com o mesmo, e encerrou a carreira, aos 34 anos.
 
 
Depois tornou-se treinador e tem tido sempre a oportunidade de trabalhar nas ligas profissionais, mas ainda não conseguiu ficar uma temporada inteira num clube. Presentemente orienta o Gil Vicente.
 
Fora dos relvados também tem dados que falar. Foi casado com a apresentadora de televisão, modelo e atriz Isabel Figueira, com quem tem um filho, Rodrigo; e desde 2008 que está numa relação com a também apresentadora de televisão e modelo Diana Chaves, com quem tem uma filha, Pilar. 



 
  



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