terça-feira, 23 de setembro de 2025

Fez-se internacional A no Vitória de Guimarães e jogou pelos três grandes. Quem se lembra de Romeu?

Romeu somou onze internacionalizações pela seleção nacional A
Um dos raros casos de jogadores que representaram os chamados três grandes do futebol português, Benfica, FC Porto e Sporting, mas que curiosamente somou a primeira de onze internacionalizações pela seleção nacional A quando ainda representava o clube que o projetou, o Vitória de Guimarães, em abril de 1974, pela mão de José Maria Pedroto.
 
No ano seguinte, este médio ofensivo que nasceu em Vila Praia de Âncora a 4 de março de 1954 e cresceu em Moçambique transferiu-se para o Benfica, mas não se afirmou, apesar da conquista de dois campeonatos (1975-76 e 1976-77). Na segunda de duas épocas na Luz, o treinador inglês John Mortimore colocou-o a lateral esquerdo numa visita ao Belenenses no Restelo (3-2) e nunca mais contou com ele na sua posição natural no meio-campo. Como o “cenoura” – alcunha motivada pelo cabelo ruivo – não falava inglês nem Mortimore português, o impasse arrastou-se até ao final da temporada, quando os encarnados o devolveram ao Vitória de Guimarães ao fim de apenas 16 jogos.
 
Da cidade-berço voltou a saltar para um grande em 1979, no caso o FC Porto de Pedroto. E logo na época de estreia nas Antas ficou rendido à sabedoria do Zé do Boné: “Quando estava no FC Porto, houve aquele empate com o Sporting em 1980 [a 11 de maio], nas Antas. Eles estavam a ganhar 1-0, quando o FC Porto foi beneficiado de uma grande penalidade. No banco de suplentes, o adjunto António Morais pediu-me para aproximar e ouvir Pedroto. Cheguei lá e ele alertou-me: ‘O Oliveira costuma marcar para o lado esquerdo e o melhor lado do Vaz, o guarda-redes do Sporting, é o direito. Vê lá se estás atento à recarga.’ Recebida a mensagem, corri do meio-campo até ao limite da grande área do Sporting e, quando Oliveira rematou para a esquerda, já eu ia em corrida, pelo que ganhei avanço aos demais opositores. O Vaz defendeu mesmo o penálti e tive êxito na recarga. Estava feito o 1-1, resultado com que acabou o jogo. O FC Porto estava na corrida pelo tricampeonato, mas o campeão dessa época foi o Sporting. Mas essa cena com o Pedroto é espantosa e demonstra toda a cultura futebolística de um dos melhores treinadores portugueses de sempre. Se estivesse vivo e em condições de treinar, continuaria a ser um dos melhores, porque tinha um conhecimento do futebol em constante atualização.”
 
Após 99 partidas e onze golos em quatro anos na Invicta, nos quais venceu somente a Supertaça Cândido de Oliveira de 1981, transferiu-se para o Sporting em 1983, quando já tinha 29 anos. Na primeira época afirmou-se como titular no meio-campo leonino, mas nas duas que se seguiram jogou pouco, acabando essa aventura com um total de 55 encontros e quatro remates certeiros. Tal como nas passagens por Benfica e FC Porto, também foi utilizado como lateral esquerdo.
 
 
Até terminar a carreira, em 1988, ainda representou Salgueiros e Amora.
 
Após pendurar as botas tornou-se treinador de futebol, começando pelas camadas jovens do Sporting, tendo posteriormente integrado as equipas técnicas do plantel principal dos leões lideradas por Marinho Peres em 1991-92 e Octávio Machado em 1997-98. Pelo meio também foi adjunto no Vitória de Guimarães e no Belenenses e mais tarde trabalhadou como observador do Benfica. Também assumiu a função de treinador principal de Torreense (1994-95), Lusitânia de Lourosa (1998-99), Paredes (2003-04), Olivais e Moscavide (2004-05) e os angolanos do Interclube (2006).



 




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