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Romeu somou onze internacionalizações pela seleção nacional A |
No ano seguinte, este médio
ofensivo que nasceu em Vila Praia de Âncora a 4 de março de 1954 e cresceu em
Moçambique transferiu-se para o
Benfica,
mas não se afirmou, apesar da conquista de dois campeonatos (1975-76 e
1976-77). Na segunda de duas épocas na
Luz,
o treinador inglês
John
Mortimore colocou-o a lateral esquerdo numa visita ao
Belenenses
no Restelo (3-2) e nunca mais contou com ele na sua posição natural no
meio-campo. Como o “cenoura” – alcunha motivada pelo cabelo ruivo – não falava
inglês nem
Mortimore
português, o impasse arrastou-se até ao final da temporada, quando os
encarnados
o devolveram ao
Vitória
de Guimarães ao fim de apenas 16 jogos.
Da cidade-berço voltou a saltar
para um grande em 1979, no caso o
FC
Porto de
Pedroto.
E logo na época de estreia nas Antas ficou rendido à sabedoria do
Zé
do Boné: “Quando estava no
FC
Porto, houve aquele empate com o
Sporting
em 1980 [a 11 de maio], nas Antas. Eles estavam a ganhar 1-0, quando o
FC
Porto foi beneficiado de uma grande penalidade. No banco de suplentes, o
adjunto António Morais pediu-me para aproximar e ouvir
Pedroto.
Cheguei lá e ele alertou-me: ‘O
Oliveira
costuma marcar para o lado esquerdo e o melhor lado do Vaz, o guarda-redes do
Sporting,
é o direito. Vê lá se estás atento à recarga.’ Recebida a mensagem, corri do
meio-campo até ao limite da grande área do
Sporting
e, quando
Oliveira
rematou para a esquerda, já eu ia em corrida, pelo que ganhei avanço aos demais
opositores. O Vaz defendeu mesmo o penálti e tive êxito na recarga. Estava
feito o 1-1, resultado com que acabou o jogo. O
FC
Porto estava na corrida pelo tricampeonato, mas o campeão dessa época foi o
Sporting.
Mas essa cena com o
Pedroto
é espantosa e demonstra toda a cultura futebolística de um dos melhores
treinadores portugueses de sempre. Se estivesse vivo e em condições de treinar,
continuaria a ser um dos melhores, porque tinha um conhecimento do futebol em
constante atualização.”
Após 99 partidas e onze golos em
quatro anos na Invicta, nos quais venceu somente a
Supertaça
Cândido de Oliveira de 1981, transferiu-se para o
Sporting
em 1983, quando já tinha 29 anos. Na primeira época afirmou-se como titular no
meio-campo leonino, mas nas duas que se seguiram jogou pouco, acabando essa
aventura com um total de 55 encontros e quatro remates certeiros. Tal como nas
passagens por
Benfica
e
FC
Porto, também foi utilizado como lateral esquerdo.
Até terminar a carreira, em 1988,
ainda representou
Salgueiros
e Amora.
Após pendurar as botas tornou-se
treinador de futebol, começando pelas camadas jovens do
Sporting,
tendo posteriormente integrado as equipas técnicas do plantel principal dos
leões
lideradas por
Marinho
Peres em 1991-92 e
Octávio
Machado em 1997-98. Pelo meio também foi adjunto no
Vitória
de Guimarães e no
Belenenses
e mais tarde trabalhadou como observador do
Benfica.
Também assumiu a função de treinador principal de
Torreense
(1994-95),
Lusitânia
de Lourosa (1998-99),
Paredes
(2003-04), Olivais e Moscavide (2004-05) e os angolanos do Interclube (2006).
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