Nada ganhou, mas há muitos que
defendem que a seleção
brasileira de 1982 era a que melhor futebol jogou. Era uma equipa que tinha
Zico, Sócrates, Falcão, Toninho Cerezo e… Serginho Chulapa, avançado titular
que se viria a tornar nesse ano no melhor marcador de sempre da história do São
Paulo, com 242 golos. Cinco anos depois, teve uma curtíssima, mas
bem-sucedida passagem pelo Marítimo:
cinco jogos, quatro golos.
Ponta de lança de elevada
estatura (1,94 m), nasceu a 23 de dezembro de 1953 e cresceu no bairro da Casa
Verde, em São Paulo. Chegou a passar pelas camadas jovens da Portuguesa,
mas foi no São
Paulo que concluiu a formação e fez história na equipa principal, entre
1973 e 1982. Os registos indicam que nesse período apontou 242 golos em 399
jogos, o que faz dele o melhor marcador de sempre da história do clube, tendo
ainda conquistado um campeonato brasileiro (1977) e três paulistas (1975, 1980
e 1981). Paralelamente, chegou a ser
convocado por Claudio Coutinho para a seleção
brasileira que disputou o Mundial 1978, mas acabou por ficar de fora devido
a castigo, pois teve de cumprir um ano de suspensão por agredir um fiscal de
linha. Contudo, tornou-se internacional A no ano seguinte e foi chamado para o
Campeonato do Mundo de 1982, aproveitando uma lesão de Careca para se fixar
como titular dessa mítica equipa que encantou tudo e todos com um futebol
requintado. Embora tivesse marcado dois golos em cinco jogos no torneio
disputado em Espanha – semanas antes, apontou um póquer ao Belenenses
no Jamor numa goleada do escrete
por 12-3 (!) em partida de preparação –, foi sempre visto como um corpo estranho
no meio de tantos craques. Curiosamente, após o Campeonato do
Mundo começou a perder alguma importância no São
Paulo, com algumas idas ao banco de suplentes, o que o levou a ingressar
pela primeira de quatro vezes no vizinho Santos
em 1983 – voltaria ao peixe
em 1986, 1988 e 1989. Pelo clube
de Pelé venceu um campeonato paulista (em 1984) e sagrou-se melhor marcador
do campeonato brasileiro logo no ano de estreia (com 22 golos).
Entre essas quatro passagens pela
Vila Belmiro passou sem sucesso pelo Corinthians
em 1985, quando o timão
ganhou o apelido de “seleção corintiana”, e teve uma curta experiência no Marítimo
entre março e maio de 1987. Em dois meses nos Barreiros apontou quatro golos – bisou
ao Belenenses
e marcou também a Académica
e Sp.
Braga – em cinco jogos, ajudando os insulares
a assegurar a permanência.
Na fase final da carreira
representou ainda os turcos do Malatyaspor (1988) e voltou ao Brasil para vestir
as camisolas de Portuguesa Santista (1991), São
Caetano (1991 a 1993) e Atlético Sorocaba (1993), tendo pendurado as botas
aos 40 anos. Além de golos, Serginho Chulapa
colecionou confusões: agrediu um fiscal de linha após lhe ter sido anulado um
golo ao Botafogo
por alegado fora de jogo em fevereiro de 1978; chutou uma bola contra o banco
do Corinthians,
motivando uma batalha campal num jogo pelo São
Paulo em 1979; agrediu o guarda-redes Emerson Leão, do Grêmio,
num jogo pelo São
Paulo em 1981; trocou socos com o defesa Mauro, do Corinthians,
num jogo pelo Santos
em 1983; agrediu repórteres que estavam em campo após a final do campeonato
brasileiro entre Santos
e Flamengo
em 1983; e agrediu o lateral Zé Teodoro, do São
Paulo, num encontro pelo Santos
em 1990.
Após encerrar a carreira de
futebolista iniciou a de treinador, mas teve pouco sucesso. Foi adjunto e técnico
principal do Santos
e comandou também União São João, São
Caetano, Sãocarlense e Portuguesa Santista. Também nessa função se envolveu
em polémicas, ao dar uma cabeçada a um jornalista após uma derrota do Santos
com o Corinthians
em 1994.
Sem comentários:
Enviar um comentário