Cluj-Sp. Braga. As más memórias que os minhotos têm do clube mais português da Roménia
Mossoró em disputa de bola com Camora, que continua no Cluj
Ao olhar hoje para a composição
do plantel do Cluj,
encontramos dois portugueses: Simão Rocha e o já naturalizado romeno Mário
Camora. O que é estranho é serem tão poucos. Outrora foi uma espécie de colónia
lusa no noroeste da Transilvânia, que já teve nas suas fileiras mais de 30
futebolistas e três treinadores portugueses.
Até ao duplo confronto que se
avizinha com o Sp.
Braga na 3.ª pré-eliminatória da Liga
Europa (esta quinta-feira às 17:30 na Roménia, uma semana depois às 19:30 no
Minho), o Cluj
apenas por uma vez se tinha cruzado em jogos oficiais, curiosamente e
precisamente diante dos bracarenses,
na fase de grupos da Liga
dos Campeões em 2012-13. Na altura, os romenos e os arsenalistas
ficaram alojados no Grupo H, juntamente com o favorito Manchester
United (de Nani) e um poderoso Galatasaray
que tinha Wesley Sneijder e Didier Drogba, e defrontaram-se logo na primeira
jornada em Braga, numa oportunidade de somar três pontos e ganhar algum avanço
na luta pela continuidade nas provas europeias. Depois dos bons desempenhos na
UEFA nas épocas anteriores, sobretudo em 2010-11, quando atingiu a final
da Liga Europa após ter ficado a um pequeno passo dos oitavos de final da Liga
dos Campeões, esperava-se que o Sp.
Braga de José
Peseiro pudesse arrancar com os três pontos, mas saiu tudo ao contrário.
Na Pedreira, os portugueses que
saíram a festejar foram os do Cluj
(Mário
Felgueiras, Ivo Pinto, Cadú, Mário Camora e Rui Pedro). A equipa romena
então orientada por Ioan Andone venceu por 2-0 graças a um bis de um avançado
brasileiro que três épocas antes havia desapontado ao serviço do Sp.
Braga, Rafael Bastos.
“O Sp.
Braga volta a marcar passo na abertura da fase de grupos da Champions.
Força de vontade ajuda, mas não chega. Com 65 por cento de posse de bola e 35
remates, a formação arsenalista chegou ao final do encontro a zero. O Cluj,
com eficácia alicerçada em nomes negligenciados pelo mercado português,
garantiu os três pontos (0-2). Mário
Felgueiras e Rafael Bastos. Dois protagonistas, a mesma causa. Ex-arsenalistas
com motivação extra para o encontro num Estádio AXA pouco composto (menos de
dez mil espectadores). A crise ajudará a explicar esse facto. A experiência não
é argumento para justificar a derrota, face aos nomes apresentados pelo
treinador arsenalista.
Rafael Bastos bisou na primeira parte, Mário
Felgueiras defendeu tudo na segunda. 24 intervenções do guardião
português. Um número impressionante!”, resumiu o Maisfutebol.
Entretanto, o Sp.
Braga redimiu-se com uma vitória sobre o Galatasaray
em Istambul (0-2) e perdeu duas vezes com o Manchester
United (2-3 em Old Trafford e 1-3 em casa) antes de se apresentar na
Roménia, à entrada para a quinta jornada, com três pontos somados – menos um do
que o Cluj
e do que o Galatasaray.
Numa espécie de partida de tudo
ou nada, o médio ofensivo português Rui Pedro, formado no FC
Porto, mas que em Portugal tinha atuado sobretudo na II
Liga, virou protagonista, ao apontar um hat trick no espaço de 26
minutos (7, 15 e 33) ainda na primeira parte. O melhor que o Sp.
Braga conseguiu fazer foi reduzir por Alan (17’) antes de ter ficado a
jogar com apenas dez unidades devido à expulsão de Douglão. E assim os minhotos
ficaram afastados das provas da UEFA, até porque o Galatasaray
bateu o Manchester
United em Istambul à mesma hora.
“A viagem à Transilvânia foi mais
do que um pesadelo. Para o Sp.
Braga, revelou-se uma página digna de figurar no mais negro romance de Bram
Stoker. Sem ponta de exagero, podemos afirmar que o que era possível correr
mal, correu pior do que isso. Os minhotos estão fora das provas da UEFA. Por
uma questão cronológica, podemos começar pela abordagem inicial ao jogo. O CFR
Cluj, portuguesíssimo, entrou arrasador. Intenso, a pressionar, a
aproveitar a tolice confrangedora da defesa minhota e a acumular dois golos
através de Rui Pedro. O menino que não coube no futebol português seria, de
resto, a figura da noite. Depois de Alan fazer o seu quinto golo na Liga
dos Campeões - os mesmos de Messi e Ronaldo
- e sugerido que o Sp.
Braga podia reentrar na partida, Rui Pedro chegaria ao hat-trick,
noutro lance revelador do desnorte incompreensível que toldou por completo a
mente à equipa de José
Peseiro”, escreveu o Maisfutebol.
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