uefa.com |
Ignorando a boa campanha de José Peseiro nos escalões inferiores na
década de 90, comecemos a análise ao percurso pelo Nacional, clube que trouxe
de volta à I Divisão. Em 2002/03, já no principal campeonato português, deixou
a formação insular em 11º lugar. Para um emblema que recém-promovido, geralmente
a permanência é o objetivo, e isso foi de facto conseguido, no entanto, na
época seguinte, o clube madeirense, orientado pelo brasileiro Casemiro Mior,
ficou em 4º lugar, que ainda hoje é a melhor classificação de sempre dos ilhéus
(ainda que o feito tenha sido repetido por Manuel Machado em 2008/09).
Em 2003/04, foi convidado por Carlos Queiroz para ser seu adjunto no
Real Madrid. Infelizmente para si, os “merengues” terminaram em 4º lugar na
Liga Espanhola, a pior classificação da última década (a dupla portuguesa
sucedeu a um Vicente del Bosque campeão), tendo sofrido 54 golos no campeonato
(!), mesmo com um plantel recheado de estrelas como Figo, Zidane, Beckham,
Ronaldo, Raúl e Roberto Carlos.
No seguinte, deu-se o regresso a
Portugal, para treinar o Sporting. Quem se lembra da sua aventura dos leões
certamente relembrará o bom futebol, e a forma como esteve quase a ganhar a
Superliga e a Taça UEFA.
No entanto, para a história fica
a estatística, e essa indica que o clube de Alvalade chegou ao fim das 34
jornadas em 3º lugar, com 61 pontos (menos doze que o antecessor Fernando
Santos), nove derrotas e onze jogos sem conseguir marcar golos, embora tenha
sido o melhor ataque (66 golos), prova da real intermitência nessa temporada.
Intermitência é mesmo a
palavra-chave para 2004/05, até porque aos 80 e poucos minutos da penúltima
jornada era o líder do campeonato, esteve em vantagem na final da Taça UEFA, e
mesmo na Taça de Portugal, esteve por duas vezes a ganhar no jogo em que
terminou eliminado (na Luz, diante do Benfica).
A campanha europeia nessa época
será mesmo o highlight da sua
carreira até aos dias de hoje.
Apesar da contestação, continuou
no emblema leonino no início de 2005/06, mas o falhado apuramento para a fase
de grupos da Liga dos Campeões e a eliminação precoce na pré-eliminatória da
Taça UEFA valeram-lhe a demissão ainda nos primeiros meses.
Seguiu-se uma passagem discreta
pelo Al Hilal da Arábia Saudita, uma aventura na Grécia, ao serviço do
Panathinaikos, onde terminou em 3º lugar na fase regular mas ainda assim
conseguiu posteriormente o apuramento para uma ronda preliminar da Liga dos Campeões
num “Play-Off”. Não esteve abaixo do que esse clube costuma fazer, mas também não
conseguiu romper com o domínio do Olympiacos em terreno helénico.
Em 2008/09 esteve na Roménia, no Rapid
Bucareste (dividiu a época com Viorel Hizo), um dos principais emblemas do país,
que no ano transacto tinha ficado em 3º lugar, mas os resultados voltaram a não
corresponder e o clube da capital romena terminou a prova na 8ª posição (o seu sucessor,
Ioan Andone, ficou em 7º, melhorando ligeiramente o registo).
O regresso ao Médio-Oriente foi o
que se seguiu, para ser selecionador de uma Arábia Saudita habituada a ir a Campeonatos
do Mundo, só que depois de quatro presenças consecutivas (1994, 1998, 2002 e 2006),
o técnico ribatejano voltou a falhar nos seus objetivos.
Em 2011, na Taça Asiática, também não foi feliz, tendo perdido todas as partidas que disputou.
Em 2011, na Taça Asiática, também não foi feliz, tendo perdido todas as partidas que disputou.
No início da presente temporada, novo
retorno a Portugal, para treinar um Sp. Braga que tinha alcançado nas últimas épocas
feitos como 2º e 3º lugar (melhores classificações de sempre do clube), final da
Liga Europa e ainda presença na Liga dos Campeões.
O começo até prometeu, com o apuramento
para a fase de grupos da Champions, um
empate na estreia do campeonato no Estádio da Luz e uma equipa a transpirar ambição,
mas atualmente não aproveitou o péssimo momento do Sporting e está em 4º lugar,
atrás do Paços de Ferreira, já sabe que não será desta que vencerá a Taça de Portugal,
a presença na Europa faz parte do passado e se a toada se manter, só a Taça da Liga
poderá salvar a época.
Este é o percurso de José Peseiro,
um treinador que em termos estatísticos, tarda em ir ao encontro das expetativas.
Sem comentários:
Enviar um comentário