quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Hoje faz anos o recordista de precocidade que despontou no Belenenses. Quem se lembra de Gonçalo Brandão?

Gonçalo Brandão somou duas internacionalizações pela seleção A
Defesa central que também podia desenrascar como lateral esquerdo, foi lançado por Manuel José na equipa principal do Belenenses num dérbi em Alvalade (2-4) em 23 de agosto de 2003, quando tinha apenas 16 anos, 10 meses e 14 dias. Quase dois meses depois, a 18 de outubro, estreou-se como titular numa receção ao FC Porto (1-4) e marcou, aos 17 anos e nove dias, batendo um recorde de precocidade do campeonato português.
 
Na altura, tornou-se no quinto mais jovem de sempre a atuar na I Liga, apenas atrás de José Fernandes (16 anos e 31 dias pelo Olhanense em 1950-51), Carlos Sim Sim (16 anos, quatro meses e oito dias pelo Atlético em 1954-55), Gabriel Gaspar (16 anos, sete meses e cinco dias pelo Atlético em 1966-67) e Rui Pereira (16 anos, sete meses e dez dias pela União de Leiria em 1995-96). E passou também a ser o mais jovem jogador de sempre a marcar na I Divisão, tendo sido somente destronado no final de 2021, quando Roger Fernandes faturou pelo Sp. Braga aos 16 anos, um mês e 19 dias. Quando alcançou esses feitos já era um internacional jovem por Portugal, mas durante essa época reforçou essa condição.
 
 
Esse pico precoce, porém, não teve sequência. Ainda foi utilizado em 14 encontros em 2003-04, incluindo a meia-final da Taça de Portugal diante do Benfica, mas no somatório das quatro épocas que se seguiram não conseguiu totalizar dez jogos, mesmo com um empréstimo aos ingleses do Charlton pelo meio (em 2005-06).
 
 
No verão de 2008 mudou-se para o Siena, então na Serie A italiana, e em boa hora o fez. Começou a jogar com mais regularidade e foi inclusivamente chamado por Carlos Queiroz à seleção nacional A, estreando-se numa vitória sobre a África no Sul na Suíça (2-0), a 31 de março de 2009. Cerca de dois meses e meio depois, a 10 de junho, somou a segunda e última internacionalização, num empate na Estónia (0-0). Ambos os jogos de quinas ao peito foram de caráter particular.
 
No verão de 2010, após a despromoção à Serie B, foi emprestado à Juventus com o intuito integrar uma digressão de final de época aos Estados Unidos e esteve prestes a assinar contrato a título definitivo. No entanto, foi tramado por uma grave lesão no tendão de Aquiles que o afastou dos relvados durante quase toda a temporada 2010-11, marcada pela subida à Serie A, sob a orientação de Antonio Conte.
 
 
Depois transferiu-se para o Parma, mas jogou pouco pelos parmesãos, tendo sido emprestado ao Cesena em 2012-13 e aos romenos do Cluj antes de voltar ao Belenenses em janeiro de 2014, inicialmente por empréstimo. “Foi espetacular, os adeptos receberam-me muito bem, de forma fantástica. Todos, desde sócios normais à Fúria Azul, receberam-me de forma fantástica. Na altura um fisioterapeuta e os roupeiros ainda eram os mesmos que encontrei quando entrei aos seis anos. Tinha o Marco Paulo como diretor técnico, o Van der Gaag era o treinador e também me recebeu muito bem. Da minha geração estava lá o Fredy, que tinha sido meu colega do tempo do mister [Jorge] Jesus. Não tenho nada a dizer e foi o melhor que fiz para a minha carreira, ter voltado ao Belenenses”, contou à Tribuna Expresso em outubro de 2020.
 
Nessa meia época de regresso ao Restelo ajudou a equipa a assegurar a permanência, tendo depois assinado a título definitivo, ficando no clube até ao início de 2017. Contribuiu para o apuramento para a Liga Europa em 2015, jogou na prova europeia e somou um total de 99 partidas e um golo nesses três anos, depois de 23 encontros na primeira passagem pela equipa principal dos azuis.
 
 
“Quando cheguei o Belenenses estava em penúltimo e conseguimos na última jornada salvar e ficar I Liga, contra o Arouca, com o mister Lito Vidigal. Na época a seguir volto para o Parma porque vinha emprestado do Parma e disse ao presidente Rui Pedro Soares: ‘Presidente, guarde lugar para mim, porque embora com salários completamente diferentes dos que eu tinha em Itália, dou-lhe a palavra que vou voltar porque o Parma está numa situação financeira muito má e pela indicação que tenho aquilo vai acabar e eu vou ficar um jogador livre’. E assim foi, fiquei jogador livre, voltei para o Belenenses, era o mister Lito Vidigal que tinha transitado da época anterior. Fizemos com ele metade da época, depois o mister saiu, desentendeu-se com o presidente e vem o mister Jorge Simão que me marcou muito. Um treinador que veio do Mafra e que teve um impacto fenomenal em nós”, recordou.
 
 
Em janeiro de 2017 assinou pelo Estoril, numa altura em que estava em rota de colisão com o treinador Quim Machado, mas acabou por jogar pouco pelos canarinhos, muito por culpa do maldito tendão de Aquiles: apenas 12 jogos em ano e meio. Em 2017-18 fez parte de uma equipa que, embora recheada de jogadores talentosos, não conseguiu impedir a descida de divisão.
 
Após a despromoção voltou a emigrar, mas para a Suíça, para representar o Lausanne-Sport, falhando por pouco a subida à primeira divisão helvética.
 
Depois voltou a Portugal para abraçar um projeto bastante diferente: capitanear e liderar em campo o FC Porto B na II Liga. Fê-lo entre 2019 e 2021, quando pendurou as botas, à beira de comemorar o 35.º aniversário.
 
Entretanto tornou-se treinador, tendo trabalhado como adjunto da equipa B do Sporting entre 2021 e 2024. Depois passou a coadjuvar João Pereira no Casa Pia







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