Hoje faz anos o antigo selecionador brasileiro que guiou o Marítimo à Europa. Quem se lembra de Lazaroni?
Sebastião Lazaroni comandou o Marítimo em 2007-08
Treinador com um currículo à
prova de bala, que incluía a conquista de uma Copa América pelo Brasil
em 1989 e de troféus ao leme de clubes brasileiros, sauditas, chineses e japoneses,
desaguou nas águas da ilha da Madeira na temporada 2007-08 para apurar o Marítimo
para a Taça
UEFA.
Nessa época, os insulares
não só igualaram a sua melhor classificação de sempre na I
Liga, o quinto lugar – feito antes alcançado em 1992-93, 1993-94, 1997-98 e
posteriormente em 2009-10 e 2011-12 – como estabeleceram o recorde do clube de
menos golos sofridos numa época no primeiro
escalão (28). Apenas FC
Porto (13) e Benfica
(21) sofreram menos golos nesse campeonato. Paralelamente, tiveram também o
quarto melhor ataque da prova, com 39 remates certeiros, sendo apenas superado
pelos três grandes. Na Taça
de Portugal foram eliminados pelo Sporting
em Alvalade. Foi uma grande campanha para uma
equipa que na primeira metade viveu muito dos golos de Ariza Makukula, que em
janeiro de 2008 se transferiu para o Benfica,
e que contava com outros jogadores como o guarda-redes Marcos, o lateral
esquerdo Evaldo e os médios Márcio Mossoró e Marcinho, curiosamente um quarteto
de brasileiros. Contudo, Sebastião Lazaroni não
continuou nos Barreiros por decisão do presidente Carlos Pereira, que não
compareceu a uma reunião decisiva que ambos tinham marcado, apesar do interesse
do treinador em permanecer no cargo. “O Marítimo
tinha-me feito uma proposta onde eu teria que abdicar de um dos elementos da
minha equipa técnica”, lamentou na altura. Esse ano no futebol português
acabou por ser apenas uma gota num oceano de quatro décadas de ligação ao
futebol, três das quais enquanto treinador principal. Começou pelo Flamengo,
tendo conduzido o mengão
à conquista do campeonato carioca em 1986. Nos anos seguintes voltou a vencer o
estadual, mas ao leme do Vasco
da Gama. Depois tornou-se selecionador do Brasil
e em 1989 guiou o escrete
à conquista da Copa América, algo que já não acontecia desde 1949. Com jogadores
como Taffarel, Bebeto e Romário
às suas ordens, deu à canarinha
o seu primeiro título desde o Mundial 1970. No ano seguinte, dirigiu a seleção
brasileira no Mundial 1990, em Itália, não evitando a eliminação nos
oitavos de final aos pés da vizinha e rival Argentina,
num jogo polémico, devido ao “episódio da água batizada”, que o massagista da seleção
albiceleste ofereceu a alguns jogadores brasileiros, causando-lhes
tonturas e náuseas.
Depois aventurou-se na Europa e
na Ásia, entre vários regressos ao Brasil. Entrou no velho continente pela
porta da Fiorentina
e passou pelo Bari, mas foi ao leme do Fenerbahçe
que fez história, ao quebrar a invencibilidade caseira de quatro décadas do Manchester
United nas competições europeias.
Já no continente asiático venceu
uma Taça da Coroa do Príncipe Saudita pelo Al-Hilal em 1995, uma Supertaça da
China pelo Shanghai Shenhua em 1999, uma Taça da Liga do Japão pelo Yokohama
Marinos e uma Taça da Coroa do Príncipe do Qatar uma Taça da Liga do Qatar pelo
Qatar SC em 2009 e 2014, respetivamente. Paralelamente, também foi
selecionador da Jamaica
em dois períodos (2000 e entre 2004 e 2005) e do Qatar (2011 a 2012). Não treina desde maio de 2016,
quando, aos 65 anos, desceu de divisão com o Qatar SC. O seu filho, Bruno Lazaroni,
vestiu a camisola da Naval entre 2007 e 2010.
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