Hoje faz anos o chileno que rescindiu com o Benfica devido a um passaporte falso. Quem se lembra de Escalona?
Escalona disputou apenas onze jogos oficiais pelo Benfica
Chegou a Portugal em julho de 2000,
aos 21 anos, rotulado de um promissor lateral esquerdo chileno e depois de o Nápoles
não o ter conseguido contratar ao Torino.
Estreou-se numa vitória sobre os norte-irlandeses do Linfield num particular
disputado a 2 de agosto em Belfast, e deixou de tal forma boa impressão que o Record
lhe dedicou a manchete no dia seguinte: “Brilho. Escalona entusiasma na estreia
pelo Benfica.”
Dias depois, reforçou o otimismo
dos benfiquistas em relação à sua contratação com uma frase forte: “Mostrarei em
campo quem sou.” Julgava-se que seria apenas o
início de um percurso bem-sucedido, mas afinal foi o canto do cisne para o jovem
esquerdino recrutado com a ajuda do compatriota Cristián Uribe – médio do Benfica
que o convenceu a rumar à Luz
–, que passou praticamente toda a temporada 2000-01 na sombra do paraguaio
Rojas e do jovem Diogo Luís.
Capa do Record a 3 de agosto de 2000
Às ordens de Jupp Heynckes foi
somente uma vez suplente utilizado, entrando nos minutos finais de uma goleada
caseira sobre o Beira-Mar
(4-1). Com José
Mourinho nem chegou a ir para o banco. Já sob a orientação de Toni
viveu, de longe, a melhor fase, quando atuou em dez partidas, todas na condição
de titular, tendo visto oito cartões amarelos e dois vermelhos (ambos por
acumulação).
Curiosamente, foi na fase em que
começou a jogar com mais regularidade que se viu envolvido numa polémica fora
de campo, um escândalo relacionado com falsos passaportes italianos, obra do
seu agente, Pablo Tallarico. Investigado por alegada fraude, viu o passaporte
italiano ser-lhe apreendido pela Polícia Judiciária, o que o tornou num extracomunitário,
estatuto que lhe retirou o lugar no plantel e que levou Alejandro Escalona e Benfica
a acordar a rescisão de contrato no final de maio de 2001. Pouco depois assinou pelo River
Plate, mas jogou apenas duas vezes pelo clube argentino, tendo regressado
ao Chile em janeiro de 2001 para assinar pelo Everton de Viña del Mar, da
segunda divisão. As boas atuações não só
contribuíram para a promoção ao primeiro escalão como despertaram o interesse
do Grêmio,
então na Série B brasileira, tendo ajudado o tricolor
gaúcho a regressar ao Brasileirão em 2005. Seguiram-se passagens sem grande
brilhou pelos brasileiros do Náutico
e pelos chilenos do San Luis de Quillota e do Curicó Unido e dois regressos ao Everton
de Viña del Mar antes de pendurar discretamente as botas em 2012, aos 32 anos.
Uma carreira que acabou por
defraudar as expetativas criadas após um início promissor ao serviço do Colo-Colo,
clube pelo qual ganhou o Torneio Clausura de 1997 e o campeonato de 1998 e que
o catapultou para o futebol europeu. Embora bastante elogiado pelos seus
desempenhos no Campeonato Sul-Americano de sub-20 em 1999, nunca chegou a
internacional A.
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