Quatro dos cinco melhores treinaram o Benfica na última década |
Na história centenária e recheada
de êxitos do Benfica,
é comum dizer-se que a década de 1960 foi o período áureo do clube e glorificar-se
treinadores que levaram os encarnados
a finais da Taça
dos Campeões Europeus, como Béla Guttmann, Sven-Göran Eriksson, Fernando
Riera ou o próprio Toni.
5. Jorge Jesus (74,7%)
Jorge Jesus |
O treinador que de certa forma
redimensionou o futebol do Benfica,
até porque, se olharmos para os seus antecessores, observamos que a percentagem
de vitórias de Quique Flores (56,7%), José Antonio Camacho (62,3%), Fernando
Santos (64,5%), Ronald Koeman (58,8%) e Giovanni
Trapattoni (55,9%) estão muitos pontos percentuais abaixo.
Chegou pela primeira vez à Luz
no verão de 2009 e logo na época de estreia venceu o campeonato com um futebol
sublime. Seguiram-se três anos a ver o FC
Porto festejar antes de se sagrar bicampeão (2013-14 e 2014-15), mas mesmo
quando não foi campeão somou sempre uma percentagem alta de triunfos. Nesse
período conquistou ainda cinco Taças
da Liga (2009-10, 2010-11, 2011-12,
2013-14 e 2014-15), uma Taça
de Portugal (2013-14) e uma Supertaça
Cândido de Oliveira (2014) e atingiu a final da Liga
Europa por duas ocasiões (2012-13
e 2013-14).Voltaria ao clube no verão de 2020, mas sem o mesmo nível de sucesso, tendo deixado o cargo no final de dezembro de 2021.
No total, somou 174 vitórias, 35 empates e 24 derrotas em 233 jogos ao leme do Benfica na I Liga.
4. Rui Vitória (75,7%)
Rui Vitória |
Quando Jorge
Jesus deixou a Luz,
no verão de 2015, Rui Vitória foi contratado ao Vitória
de Guimarães para lhe suceder no cargo e a verdade é que, em termos de
campeonato, a alteração no comando técnico não se sentiu.
Embora tenha arrancado de forma
algo intermitente, com três derrotas nos primeiros sete jogos, fez uma segunda
volta quase perfeita – 16 vitórias em 17 jogos – e não só se sagrou campeão
nacional em 2015-16 como estabeleceu na altura um recorde de pontos na I
Liga: 88. Na mesma temporada venceu a Taça
da Liga.Na época seguinte venceu mais um campeonato, o quarto da sequência do tetra, e completou a dobradinha ao vencer a Taça de Portugal, mas falhou o penta em 2017-18, temporada que iniciou com a conquista da segunda Supertaça consecutiva.
Haveria de ser demitido em janeiro de 2019, a meio de uma época em que o Benfica voltou a festejar o título, mas a maior parte do mérito foi para quem sucedeu a Rui Vitória (já lá vamos…) e recuperou de uma desvantagem de sete pontos para o FC Porto, então primeiro classificado.
No total, somou 87 vitórias, 16 empates e 12 derrotas em 115 jogos à frente das águias no campeonato.
3. Roger Schmidt (76,4%)
Roger Schmidt |
Treinador alemão que na altura orientava
o PSV
e tinha no currículo um título de campeão da Áustria pelo Salzburgo e
experiências ao leme de clubes como Bayer
Leverkusen ou Beijing Goan, foi contratado pelo Benfica
no verão de 2022 e, à chegada a Lisboa, deixou os benfiquistas
babados com uma afirmação estrondosa: “Quem ama o futebol, ama o Benfica.”
Em campo, os resultados também
começaram por corresponder, com sete vitórias nas primeiras sete jornadas, 12
triunfos nas primeiras 13 rondas ou 23 vitórias nas 26 jornadas iniciais. Paralelamente,
os encarnados
atingiram os quartos de final da Liga
dos Campeões após terem vencido um grupo no qual também constavam Paris
Saint-Germain e Juventus.
Apesar da tremedeira na reta final do campeonato, o Benfica
festejou a conquista do título nacional que lhe escapava há quatro anos.A temporada 2023-24 até começou bem, com a sempre saborosa vitória na Supertaça Cândido de Oliveira sobre o rival FC Porto. Porém, as águias falharam a conquista do título, apesar de terem somado 80 pontos no campeonato.
Schmidt ainda ficou no cargo até ao início da presente época, mas foi despedido após uma derrota e um empate nas primeiras quatro jornadas.
Ainda assim, despediu-se da Luz com 55 vitórias, nove empates e oito derrotas em 72 encontros na I Liga.
2. Bruno Lage (78,1%)
Bruno Lage |
Quando Rui Vitória deixou o
comando técnico do Benfica
em janeiro de 2019, foi promovido interinamente o até então treinador da equipa
B, Bruno
Lage, que depressa passou a escolha definitiva. Afinal, venceu 18 dos 19
jogos que lhe restavam no campeonato até ao final da época, recuperou de uma
desvantagem de sete pontos para o FC
Porto e festejou a conquista de um título nacional que meses antes parecia bastante
improvável. A aposta em João
Félix (e também em Ferro e Florentino) e os 10-0 ao Nacional
foram dois dos marcos do técnico
setubalense nesses meses.
Na temporada seguinte também
arrancou a todo o gás, com 18 vitórias nas 19 primeiras jornadas da I
Liga e uma vantagem de sete pontos para o FC
Porto. Porém, permitiu a ultrapassagem dos azuis
e brancos e acabou por deixar o cargo após a 29.ª ronda, quando os encarnados
já estavam a seis pontos dos portistas.As boas memórias que criou, porém, levaram-no a ser escolhido por Rui Costa para assumir novamente o comando técnico do Benfica em setembro de 2024, após a saída de Roger Schmidt.
1. Jimmy Hagan (83,2%)
Jimmy Hagan |
Se Jorge
Jesus, Rui Vitória, Roger
Schmidt e Bruno
Lage foram de certa forma contemporâneos e apanharam um período de um certo
fulgor financeiro nas águias
e em que o campeonato não é tão competitivo, o inglês Jimmy Hagan é
completamente insuspeito para estar neste top.
Com passagens por Peterborough e
o West Bromwich Albion no currículo, assumiu o comando técnico dos encarnados
no verão de 1970, a convite do presidente Borges Coutinho, e guiou-os à
conquista de um tricampeonato (1970-71, 1971-72 e 1972-73) e de uma Taça
de Portugal (1971-72). Na sua terceira temporada conseguiu mesmo sagrar-se
campeão sem derrotas, conseguindo 28 vitórias em 30 jogos, além de um saldo de
101-13 em golos.Também arrancou relativamente bem a temporada 1973-74, com duas vitórias nas primeiras três jornadas, mas desentendeu-se com os dirigentes benfiquistas em setembro de 1973 devido à composição da convocatória para o jogo de homenagem a Eusébio, uma vez que havia proibido as participações de Humberto Coelho e Toni, e acabou por deixar o cargo.
Despediu-se da Luz com o incrível registo de 74 jogos, dez empates e cinco derrotas em 89 jogos no campeonato.
Viria a permanecer em Portugal, tendo conquistado um título de campeão da II Divisão pelo Estoril (1974-75) e uma Taça de Portugal pelo Boavista (1978-79).
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