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Barrigana passou quatro anos no Farense e seis no Santa Clara |
Médio defensivo que também podia
atuar como defesa central, era um promissor centrocampista do
Amarante
e tinha recusado abordagens de vários clubes para dar prioridade aos estudos, até
porque estava já inscrito no curso de Engenharia Eletrotécnica e de
Computadores, quando uma viagem de finalistas a Cascais, na altura da Páscoa de
1990, lhe mudou a vida.
Manolo Vidal, então diretor do
Sporting,
contactou o pai para perguntar se o filho podia ir treinar à experiência com os
seniores
leoninos. E assim foi. Durante uma semana e meia, o então júnior do
Amarante
treinou com os craques do
emblema
de Alvalade, agradou e ficou, tendo assinado um contrato de três anos. Quem
não ficou muito agradado foi o
Amarante,
que quis receber uma indemnização e fez uma queixa à Federação Portuguesa de
Futebol, o que impediu o jogador de competir oficialmente durante quase dois
anos. “Mais valia treinar ali, no meio daqueles craques, do que jogar em outros
clubes”, recordou ao
Maisfutebol
em maio de 2023.
Com a afirmação condicionada,
rumou a sul para representar o
Farense
no verão de 1992. Nunca foi um titular indiscutível no São Luís, mas pode
gabar-se de ter contribuído para o histórico quinto lugar e consequente
apuramento europeu de 1995, tendo começado de início ambos os
jogos
com o Lyon, da 1.ª eliminatória da Taça UEFA, em setembro desse ano. “Estive
quase anos no
Farense
e fizemos das melhores épocas de sempre.
Nessa
eliminatória da Taça UEFA só perdemos por 1-0 cá e lá, na altura em que o
Lyon
começou a crescer. Tínhamos uma grande equipa, que hoje em dia lutaria pela
Europa, e eu ainda fiz bons jogos, mas tive vários problemas físicos, fui
operado, tive pubalgias, estive demasiado tempo limitado”, lembrou António
Pedro Magalhães Baptista, conhecido por Barrigana por causa do tio-avô do pai,
Frederico Barrigana, histórico guarda-redes do
FC
Porto.
Após esses quatro anos em Faro,
iniciou uma ligação a
Manuel
Fernandes, treinador que o levou para o
Tirsense
em 1996-97 e para o
Santa
Clara em 1998-99. Pelo meio, esteve uma época no
Penafiel.
Nos Açores viveu os melhores anos
da carreira, tendo somado um total de 101 jogos pelo
emblema
de Ponta Delgada entre 1998 e 2004. “Estive na primeira subida do clube à
I
Liga, em 1999. Subimos uma vez, descemos, fomos campeões da
II
Liga e voltámos a subir. O
Manuel
Fernandes saiu entretanto para o
Sporting,
mas depois voltou. Era o meu paizinho no futebol. Estive seis anos no
Santa
Clara, até 2004, foram dos melhores anos do clube, que nunca tinha passado
da II Divisão B, e também foi muito especial para mim. Foi onde nasceu a minha
filha”, contou o amarantino.
Já com 32 anos, Barrigana
regressou ao
Algarve
para vestir a camisola do
Portimonense
na
II
Liga. No verão de 2005 comprometeu-se com o
Felgueiras,
mas os
durienses
foram despromovidos administrativamente em vésperas de começar o campeonato do
segundo
escalão e viu-se obrigado a prosseguir a carreira no
Silves,
então na II Divisão B. Em 2007 pendurou as botas no
Imortal,
após mais uma época na II B.
Após terminar o percurso como
futebolista ficou a viver na zona de Vilamoura, no
Algarve,
onde trabalha atualmente como comercial da Paperpack, uma empresa de produtos
de higiene e limpeza.
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