quarta-feira, 20 de agosto de 2025

O central/trinco que trocou a engenharia pelo Sporting e fez história no Santa Clara. Quem se lembra de Barrigana?

Barrigana passou quatro anos no Farense e seis no Santa Clara
Médio defensivo que também podia atuar como defesa central, era um promissor centrocampista do Amarante e tinha recusado abordagens de vários clubes para dar prioridade aos estudos, até porque estava já inscrito no curso de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, quando uma viagem de finalistas a Cascais, na altura da Páscoa de 1990, lhe mudou a vida.
 
Manolo Vidal, então diretor do Sporting, contactou o pai para perguntar se o filho podia ir treinar à experiência com os seniores leoninos. E assim foi. Durante uma semana e meia, o então júnior do Amarante treinou com os craques do emblema de Alvalade, agradou e ficou, tendo assinado um contrato de três anos. Quem não ficou muito agradado foi o Amarante, que quis receber uma indemnização e fez uma queixa à Federação Portuguesa de Futebol, o que impediu o jogador de competir oficialmente durante quase dois anos. “Mais valia treinar ali, no meio daqueles craques, do que jogar em outros clubes”, recordou ao Maisfutebol em maio de 2023.
 
Com a afirmação condicionada, rumou a sul para representar o Farense no verão de 1992. Nunca foi um titular indiscutível no São Luís, mas pode gabar-se de ter contribuído para o histórico quinto lugar e consequente apuramento europeu de 1995, tendo começado de início ambos os jogos com o Lyon, da 1.ª eliminatória da Taça UEFA, em setembro desse ano. “Estive quase anos no Farense e fizemos das melhores épocas de sempre. Nessa eliminatória da Taça UEFA só perdemos por 1-0 cá e lá, na altura em que o Lyon começou a crescer. Tínhamos uma grande equipa, que hoje em dia lutaria pela Europa, e eu ainda fiz bons jogos, mas tive vários problemas físicos, fui operado, tive pubalgias, estive demasiado tempo limitado”, lembrou António Pedro Magalhães Baptista, conhecido por Barrigana por causa do tio-avô do pai, Frederico Barrigana, histórico guarda-redes do FC Porto.
 
Após esses quatro anos em Faro, iniciou uma ligação a Manuel Fernandes, treinador que o levou para o Tirsense em 1996-97 e para o Santa Clara em 1998-99. Pelo meio, esteve uma época no Penafiel.
 
Nos Açores viveu os melhores anos da carreira, tendo somado um total de 101 jogos pelo emblema de Ponta Delgada entre 1998 e 2004. “Estive na primeira subida do clube à I Liga, em 1999. Subimos uma vez, descemos, fomos campeões da II Liga e voltámos a subir. O Manuel Fernandes saiu entretanto para o Sporting, mas depois voltou. Era o meu paizinho no futebol. Estive seis anos no Santa Clara, até 2004, foram dos melhores anos do clube, que nunca tinha passado da II Divisão B, e também foi muito especial para mim. Foi onde nasceu a minha filha”, contou o amarantino.
 
Já com 32 anos, Barrigana regressou ao Algarve para vestir a camisola do Portimonense na II Liga. No verão de 2005 comprometeu-se com o Felgueiras, mas os durienses foram despromovidos administrativamente em vésperas de começar o campeonato do segundo escalão e viu-se obrigado a prosseguir a carreira no Silves, então na II Divisão B. Em 2007 pendurou as botas no Imortal, após mais uma época na II B.
 
Após terminar o percurso como futebolista ficou a viver na zona de Vilamoura, no Algarve, onde trabalha atualmente como comercial da Paperpack, uma empresa de produtos de higiene e limpeza. 






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