Hoje faz anos o campeão pelo Boavista que deu a Taça Intercontinental ao FC Porto. Quem se lembra de Pedro Emanuel?
Pedro Emanuel esteve em anos dourados do FC Porto e do Boavista
Defesa central nascido a 11 de
fevereiro de 1975 em Angola, para onde o pai foi cumprir serviço militar e posteriormente
abrir um negócio e onde a mãe era emigrante, veio para Portugal em 1978 devido
à instabilidade que se vivia naquele país africano, mais precisamente para Rio
Tinto, e começou a dar os primeiros toques na bola num ringue perto de casa.
Ainda foi aos treinos de captação
do FC
Porto na Constituição, mas acabou por ingressar no Boavista
aos 11 anos, impulsionado por um grande amigo do pai que era o tesoureiro dos axadrezados. Desde os sub-15 que passou a ser
chamado às jovens seleções portuguesas, mas acabou por somar apenas quatro
internacionalizações, todas pelos sub-21 entre 1996 e 1997, o suficiente para
duas décadas depois a FIFA o impedir de jogar o Campeonato do Mundo por Angola. Quando transitou a sénior foi
emprestado a Marco
(II Divisão B), Ovarense
e Penafiel
(ambos II
Liga), o que lhe deu estaleca para finalmente integrar o plantel principal
do Boavista,
então às ordens de Zoran
Filipovic, em 1996-97. A opção do treinador
jugoslavo por um sistema com três centrais beneficiou-o, tendo feito o
primeiro de 268 jogos na I
Divisão numa vitória sobre o Belenenses
no Restelo (2-4), na noite de 24 de agosto de 1996. “Não só é o jogo da minha
estreia na I
Divisão como, para cúmulo daquilo que possa ser a felicidade desse primeiro
momento, marco o primeiro golo no campeonato, aos 25 minutos de jogo”, recordou
à Tribuna
Expresso em abril de 2020. Nessa época começou a afirmar-se
como titular, tendo atuado em 28 jogos em todas as competições, e venceu o
primeiro troféu da carreira, a Taça
de Portugal. Em 1998-99 ajudou o Boavista
a alcançar um segundo lugar na I
Liga, na temporada seguinte estreou-se na Liga
dos Campeões em 2000-01 foi um dos esteios da equipa que conquistou o
inédito título nacional. “Acho que todos nós pensávamos individualmente que era
possível. Sempre soubemos que iria ser muito difícil, mas que ia haver um
ponto-chave. E esse ponto-chave foi quando saltámos para a frente. Olhámos e
estávamos com uma vantagem de quatro pontos relativamente a quem vinha atrás e
dissemos: agora depende de nós”, contou à Tribuna
Expresso em abril de 2019.
Ainda permaneceu mais um ano no
Bessa, despedindo-se em final de contrato no verão de 2002, quando era um dos
capitães de equipa, ao fim de 200 jogos e três golos com a camisola axadrezada.
Não chegou a acordo para renovar e mudou-se para o vizinho FC
Porto, apesar de também ter recebido propostas de clubes como Udinese
e Alavés. Nas Antas até começou como
titular no onze de gala de José
Mourinho, ao lado de Jorge Costa, mas nos últimos meses da época 2002-03
começou a ser preterido a favor de Ricardo Carvalho. No entanto, nunca
desapareceu propriamente das escolhas do treinador, tendo sido suplente
utilizado nas vitórias sobre Celtic
e Mónaco
nas finais da Taça
UEFA em 2002-03 e da Liga
dos Campeões em 2003-04, respetivamente, e titular no triunfo sobre a União
de Leiria na Supertaça
Cândido de Oliveira em 2003. Nessas duas temporadas foi ainda bicampeão
nacional e venceu a Taça
de Portugal em 2002-03. Na ressaca da conquista do título
europeu, Ricardo Carvalho transferiu-se para o Chelsea
no verão de 2004, enquanto Jorge Costa foi dispensado por Co Adriaanse um ano
depois. Apesar da chegada de Pepe,
Pedro Emanuel aproveitou para voltar a ser presença assídua no onze inicial nas
temporadas 2004-05 e 2005-06, com Victor Fernández, José
Couceiro e Co Adriaanse. Foi titular, por exemplo, na vitória sobre o Benfica
na Supertaça
de 2004 e no jogo que
valeu a conquista da Taça Intercontinental 2004, diante do Once Caldas,
tendo inclusivamente marcado o penálti decisivo no desempate por grandes
penalidades. “Queria era acabar com aquilo e sabia que tinha de marcar para
acabar com aquilo. Só dependia de mim. Não fui a pensar que podia errar, fui a
pensar que queria marcar. Tão simples quanto isso”, recordou.
Em 2005-06 contribuiu para a
conquista da dobradinha, mas no início da pré-época seguinte rompeu o tendão de
Aquiles e esteve um ano afastado dos relvados, tendo regressado somente em 2007-08,
temporada marcada pela conquista do tricampeonato, já com Jesualdo Ferreira no
comando técnico. “Fiz a operação, não correu bem, tive de ser novamente
operado. Estive 10 meses parado. Nunca regressei a 100%”, confessou. Em 2008-09 venceu a terceira dobradinha
da carreira, apesar de ter vivido na sombra de Bruno Alves e Rolando, tendo
pendurado as botas no final da temporada, aos 34 anos.
Logo a seguir iniciou a carreira
de treinador, tendo começado por comandar os juvenis do FC
Porto, vencendo o título nacional da categoria, e depois passado para
adjunto de André
Villas-Boas na equipa principal. Em 2011-12 foi convidado para orientar a Académica
e logo nessa época conquistou
a Taça de Portugal. Mais tarde ganhou também a Taça e a Supertaça do Chipre
em 2016 ao leme do Apollon Limassol e a King’s Cup da Arábia Saudita pelo Al
Taawoun em 2019.
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