Associação Cultural de Salir disputou a II Divisão B em 1993-94 |
Fundada a 3 de março de 1975, a Associação
Cultural de Salir reativou o associativismo na localidade do concelho de Loulé,
já depois das terem sido desativados os Leões da Serra, que nasceram na década
de 1920 e duraram pouco mais de uma dezena de anos, e o Sport Salir e Benfica,
criado nos anos 50 e dissolvido nos finais da década de 1960.
Após a construção do Campo
Joaquim António Teixeira, o Salir viveu momentos altos como a conquista do
campeonato da AF
Algarve em 1990-91, o primeiro lugar na Série F da III Divisão em 1992-93 e
a participação na II Divisão B na época seguinte, que culminou no 17.º lugar
(em 18 equipas) e consequente despromoção.
A ascensão do emblema algarvio
foi meteórica, mas queda que se seguiu foi abrupta, uma vez que em 1995 o Salir
caiu para os distritais e não mais voltou aos patamares nacionais, tendo
extinguido o futebol sénior em 2010.
Vale por isso a pena recordar os
dez futebolistas com mais jogos pelo Salir na II Divisão B.
10. Nélson (26 jogos)
Nélson |
Médio angolano
dotado de qualidade técnica, começou a jogar futebol no Petro Huambo e foi
jogar para o sul de Portugal no final da década de 1980, tendo passado por Louletano,
Quarteirense
e Desp.
Beja – e também pelo Alcains,
de Castelo Branco – antes de se mudar para o Salir no verão de 1993.
Presença habitual no meio-campo da formação do concelho de Loulé,
participou em 26 encontros (24 a titular) no campeonato, mas foi impotente para
evitar a despromoção.
Após a descida de divisão continuou no Algarve
ao serviço do Sambrasense, mas depois rumou ao Operário de Lisboa.
9. Rui Guerreiro (26 jogos)
Rui Guerreiro |
Disputou o mesmo número de jogos de Nélson, mas amealhou mais 290 minutos
em campo – 2340 contra 2050.
Defesa central natural de Faro,
concluiu a formação no Farense
e reforçou o Salir quando subiu a sénior, em 1992-93, tendo contribuído para a
obtenção do segundo lugar na Série F da III Divisão e consequente promoção logo
nessa época.
Na temporada seguinte disputou 26
jogos (todos a titular) e marcou um golo ao Montijo
na II Divisão B, mas não conseguiu evitar a despromoção.
Após a descida de divisão rumou a
norte para representar o Maia, mas depois voltou ao Algarve
para vestir as camisolas de Quarteirense,
Armacenenses,
Messinense
e Silves.
8. Miguel Mendes (27 jogos)
Miguel Mendes |
Mais um jogador que concluiu a formação no Farense,
neste caso um médio, mas que passou ainda por Louletano,
Campinense,
Quarteirense
e Almancilense antes de reforçar o Salir no verão e 1993.
Na única temporada em que esteve
ao serviço do clube do concelho de Loulé participou num total de 27 jogos (24 a
titular), mas foi impotente para evitar a descida à III Divisão.
Após a despromoção, transferiu-se
para o Maia na companhia de Rui Guerreiro, tendo ainda representado Paredes e Vizela
no norte do país.
7. Matias (27 jogos)
Matias |
Disputou o mesmo número de jogos de Miguel Mendes, mas amealhou mais 82
minutos em campo – 2266 contra 2184.
Defesa polivalente, capaz de atuar no eixo defensivo e nas laterais,
nascido em Olhão, formado no Olhanense
e com uma longa passagem pelo Torralta, jogou ainda por Silves, Quarteirense,
Juventude
Évora e Almancilense antes de reforçar o Salir no verão de 1993, quando já
tinha 30 anos.
Em 1993-94, disputou 27 jogos (25 a titular) pelo emblema do concelho de
Loulé na II Divisão B, mas não conseguiu evitar a despromoção.
Após a descida de divisão mudou-se para o Sambrasense, mas em 1995-96
voltou a Salir para jogar nos distritais da AF
Algarve.
6. Mauro (29 jogos)
Mauro |
Médio brasileiro que surgiu no futebol
algarvio para jogar pelos Leões Tavira na III Divisão entre 1991 e 1993,
mudou-se para o Salir após esses dois anos nos tavirenses.
Titular no meio-campo da turma do concelho de Loulé, atuou em 29 partidas
(27 a titular) e marcou um golo ao Olivais e Moscavide, insuficiente para
evitar a despromoção.
Após a descida à III Divisão permaneceu no clube por mais uma temporada,
voltando a ser despromovido.
5. Toninho Cavaleiro (31 jogos)
Toninho Cavaleiro |
Médio ofensivo natural de Serpa, mas com quase toda a carreira feita no Algarve,
despontou no Louletano
e passou ainda por Almancilense e Desp.
Beja antes de reforçar o Salir no verão de 1991, aquando da subida do clube
do interior algarvio
à III Divisão.
Na segunda época no emblema do concelho de Loulé alcançou a promoção à II
Divisão B, patamar em que em 1993-94 disputou 31 jogos (28 a titular) e apontou
cinco golos, diante de O
Elvas, União de Montemor, Fanhões, Odivelas
e Amora,
insuficientes para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão mudou-se para o Quarteirense
e, entretanto, passou por Quarteirense,
Louletano,
Imortal
e Almancilense antes de regressar a Salir em 2002 para jogar nos distritais da AF
Algarve durante três anos.
Depois encerrou a carreira de jogador e iniciou a de treinador, tendo
assumido as funções de técnico adjunto da equipa principal do Salir em 2005-06.
4. Varela (31 jogos)
Varela |
Disputou o mesmo número de jogos de Toninho Cavaleiro, mas amealhou mais
190 minutos em campo – 2635 contra 2445.
Avançado cabo-verdiano que
veio para Portugal com 12 anos de idade, começou a jogar futebol no Damaiense,
da Amadora, mas ainda no início da carreira rumou ao Algarve,
onde fez grande parte do seu trajeto como futebolista.
Na região mais a sul de Portugal representou Alvorense e Messinense,
enquanto trabalhava na construção civil e teve uma passagem fugaz pelo Portimonense antes
de uma longa passagem pelo Quarteirense
entre 1987 e 1993.
Após deixar Quarteira, rumou a Salir. Em 1993-94, disputou 31 jogos (28 a
titular) e apontou uma dezena de golos na II Divisão B, um registo assinalável,
mas insuficiente para evitar a despromoção. Oriental,
Fanhões (três), Esperança
de Lagos, Sintrense,
O
Elvas (dois), Camacha
e Olivais e Moscavide foram as vítimas de Varela.
Depois voltou ao Messinense e
foi continuando a jogar futebol nos distritais da AF
Algarve e da AF
Beja até 2020, quando completou… 58 anos.
3. Rui Madeira (32 jogos)
Rui Madeira |
Avançado que representou mais de 20 clubes ao longo da carreira,
representou Salir em 1993-94, já depois de passagens por clubes como Lusitano
Évora, União
de Leiria, Sp.
Braga, Lusitano
VRSA, Imortal
e Montalegre.
Nessa única temporada ao serviço
do emblema do interior algarvio
disputou 32 jogos (28 a titular) e apontou dez golos, registo que faz dele o
melhor marcador da equipa na II Divisão B a par de Varela. Juventude
Évora, Montijo,
Olhanense,
Amora,
Esperança
de Lagos (dois), Odivelas
(dois) e Barreirense
(dois) foram as vítimas de Rui Madeira, que foi impotente para evitar a
despromoção.
Após a descida à III Divisão
continuou a percorrer o país a jogar futebol, tendo passado por clubes como Esperança
de Lagos, Recreio
de Águeda, Alcains
e Moura.
2. Mica (32 jogos)
Mica |
Disputou o mesmo número de jogos de Rui Madeira, mas amealhou mais 218
minutos em campo – 2751 contra 2533.
Lateral esquerdo nascido em Angola,
radicou-se no Algarve
ainda em tenra idade e fez toda a carreira no futebol
algarvio, tendo concluído a formação no Farense
e passado pelo Silves antes de mudar para o Salir no verão de 1991.
Na segunda época no clube,
sagrou-se campeão da Série F da III Divisão e subiu à II Divisão B, patamar em
que disputou 32 jogos (31 a titular) em 1993-94, não conseguindo evitar a despromoção.
Após a descida à III Divisão
permaneceu mais um ano no clube, voltando a ser despromovido, desta feita aos
distritais da AF
Algarve.
Depois fez uma pausa de um ano e
voltou ao futebol em 1996-97 para jogar pelo Quarteirense.
1. Roberto Bahia (34 jogos)
Roberto Bahia |
Não podia falar um guarda-redes nesta lista. Neste caso concreto, um goleiro brasileiro que passou pelo Bahia
e entrou em Portugal pela porta do Farense
em 1988.
Tapado pelo compatriota Celso
(primeiro) e por Lemajic (depois), mudou-se para o Almancilense em 1990, um ano
antes de reforçar o Salir.
Na segunda época ao serviço do
pequeno emblema do interior algarvio
conseguiu subir à II Divisão, patamar em que foi totalista em 1993-94, tendo
estado em campo durante os 3060 minutos referentes às 34 jornadas e sofrido 63
golos.
Impotente para evitar a
despromoção, permaneceu no clube durante mais um ano, voltando a descer de
divisão, mas aos distritais da AF
Algarve.
Depois mudou-se para o Lagoa,
clube em que viria a encerrar a carreira.
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