Hoje faz anos o canhoto açoriano do Sporting que bisou nos 7-1 ao Benfica. Quem se lembra de Mário Jorge?
Mário Jorge somou 261 jogos e 21 golos pelo Sporting entre 1979 e 1991
Um dos melhores jogadores
açorianos de sempre, um pódio que certamente dividirá com o goleador Pauleta e
o comendador Eliseu. Natural de Ponta Delgada, fez toda a formação do Sporting,
afirmando-se cedo como um promissor futebolista graças a características como
qualidade técnica, visão de jogo e velocidade de execução.
Canhoto capaz de fazer todo o
flanco esquerdo, dividiu a carreira entre as posições de lateral e de médio
ala, com semelhante nível de desempenho. Foi lançado na equipa principal
dos leões por Rodrigues Dias a 12 de setembro de 1979, nos minutos finais de
uma vitória caseira sobre o Estoril
(2-0), numa altura em que tinha 18 anos praticamente acabadinhos de fazer, o
que no final dessa época lhe valeu o estatuto de campeão nacional. Na temporada seguinte não foi
além de duas partidas, mas em 1981-82 tornou-se uma peça importante no plantel às
ordens de Malcolm
Allison que conquistou a dobradinha. “Foi fantástico! Ganhámos o campeonato
e a Taça
de Portugal e até podíamos ter vencido a Taça
UEFA, mas fomos eliminados pelo Neuchâtel Xamax na terceira eliminatória,
possivelmente porque os desvalorizámos. Empatámos 0-0 em casa e perdemos 1-0 na
Suíça. Tínhamos um grupo extraordinário, completamente identificado com o clube,
o presidente e principalmente com o treinador Malcolm
Allison”, recordou ao portal
do Sporting em março de 2013. Porém, foi nas épocas que se
seguiram, após a saída de Augusto
Inácio para o FC
Porto, que se afirmou como titular no lado esquerdo da defesa, o que valeu
a estreia na seleção
nacional A em junho de 1983, numa goleada sofrida às mãos do Brasil
em Coimbra (0-4).
Em 1985-86 Manuel José decidiu
apostar no jovem Fernando Mendes para a lateral esquerda, adiantando Mário
Jorge, distinguido com o Prémio Stromp na categoria futebolista em 1985, para o
meio-campo. Essa mudança permitiu-lhe voltar a jogar pela equipa
das quinas, mas acabou por ficar de fora dos convocados de José
Torres para o Mundial
1986, no México. “Na defesa era mais um, no meio-campo não. A defender,
aproveitei o balanço que trazia como lateral, mas começaram a olhar para mim de
maneira diferente, pois viam que tinha algumas qualidades que antes tinham
passado despercebidas… Até passei a ser chamado à seleção
nacional, o que até aí não tinha sucedido”, lembrou. Contudo, na temporada seguinte
aproveitou o castigo dado aos jogadores envolvidos no Caso
Saltillo para somar as cinco últimas (das nove) internacionalizações A que conseguiu
na carreira e foi um dos protagonistas da histórica goleada por 7-1 ao eterno
rival Benfica
a 14 de dezembro de 1986, jogo no qual bisou.
No final de 1987 ganhou a segunda
Supertaça
do currículo – depois da de 1982 –, numa espécie de canto do cisne de leão ao
peito. É que, após sete anos como habitual titular, perdeu espaço na equipa em
1988-89, época em que não foi além de 15 jogos em todas as provas.
Seguiu-se um empréstimo ao Beira-Mar
antes de um regresso pouco conseguido à casa-mãe em 1990-91, despedindo-se de Alvalade
no final dessa temporada ao fim de um total de 261 encontros, 21 golos e cinco
troféus. No ocaso da carreira defendeu
ainda as cores de Estrela
da Amadora e Estoril
Praia, tendo pendurado as botas em 1995, aos 33 anos.
Mais tarde voltou a representar o
Sporting,
mas na vertente de futebol de praia, tendo posteriormente regressado ao clube
em 2018 para integrar a estrutura da Academia. Pelo meio foi diretor desportivo
do Estoril
e do GD Oásis (Cabo Verde).
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