Recordar o primeiro jogo
entre Benfica e Vitória de Setúbal é como voltar à infância, a
tempos que infelizmente não se repetirão. Lembro-me que estava de
férias com os meus pais em Lagos e que um tio emigrado em França e
o seu filho francês mas benfiquista apaixonado como poucos tinham
ido ao antigo Estádio da Luz assistir ao encontro. O campeonato
estava no início, na 3.ª jornada, e o encontro foi disputado no
final de uma tarde de verão, a 25 de agosto de 2001.
O Vitória, orientado por
Jorge Jesus, tinha acabado de regressar à I Liga após um ano no
segundo escalão. O Benfica, por sua vez, vinha de um péssimo sexto
lugar mas tinha promovido uma revolução no plantel naquele que era
o primeiro defeso de Manuel Vilarinho e... Luís Filipe Vieira. Os
defesas Argel (ex-Palmeiras e FC Porto), Júlio César (ex-Real
Madrid e AC Milan), Cabral (ex-Belenenses), Pesaresi (emprestado pela
Lazio) e Caneira (emprestado pelo Reggina), os médios Zahovic
(ex-Valencia e FC Porto) e Andersson (internacional sueco e
ex-Aalborg) e os atacantes Simão (ex-Barcelona e Sporting),
Mantorras (ex-Alverca), Drulovic (ex-FC Porto) e Sokota (ex-Dínamo
Zagreb) eram algumas das caras novas à disposição de Toni.
Apesar da proveniência dos vários reforços, era talvez o que vinha de um clube menos sonante o que custou mais. Sim, falo de Pedro Mantorras, que custou cinco milhões de euros e assinou nessa tarde de verão aquela que terá sido, muito provavelmente, a melhor exibição da carreira.
Apesar da proveniência dos vários reforços, era talvez o que vinha de um clube menos sonante o que custou mais. Sim, falo de Pedro Mantorras, que custou cinco milhões de euros e assinou nessa tarde de verão aquela que terá sido, muito provavelmente, a melhor exibição da carreira.
Ainda assim, os primeiros
a marcar foram os sadinos, por Marco
Ferreira (22 minutos), através de um remate do meio da rua que
surpreendeu Enke.
O Benfica não demorou a
reagir, tendo empatado aos 31' por Mantorras, a passe de Drulovic. O
avançado internacional angolano chegaria ao bis seis minutos depois,
a meias com Hugo Costa, após desviar de cabeça um livre lateral
apontado por Zahovic. E já no segundo tempo, o momento que motivou
(mais) comparações com Eusébio: um fantástico golo de livre
direto que deixou Marco Tábuas – que assinou belíssima exibição
apesar dos três golos sofridos - pregado ao solo, a fazer lembrar o
King (69').
Já no final da partida,
o avançado brasileiro Hugo Henrique reduziu para os setubalenses, a
passe do recém-entrado Jorginho (87'), numa fase em que os
visitantes já jogavam reduzidos a dez devido à expulsão de Eliseu
- minutos depois Costa haveria de ver o cartão vermelho que deixou
o Vitória a jogar o tempo de compensação com apenas nove unidades.
"Magia africana
voltou. Uma tarde memorável de Pedro Mantorras deixou a nação
benfiquista em êxtase. O jovem avançado mostrou mais uma vez ser
quase... imparável. Como conseguirá o Benfica (e o futebol
português) segurar este diamante?”, resumiu o jornal O Jogo
no título e na entrada da crónica referente à partida.
E para o caro leitor, qual foi o primeiro clássico entre Benfica e Vitória de Setúbal de que tem memória? E quais foram os melhores e mais marcantes clássicos de sempre entre as duas equipas?
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