quinta-feira, 27 de março de 2025

O talentoso médio do Benfica que se retirou aos 27 anos devido a um AVC. Quem se lembra de Vítor Martins?

Vítor Martins somou 192 jogos, 28 golos e 8 títulos pelo Benfica
Uma das pérolas do Benfica na década de 1970, a par de Humberto Coelho, Toni e Nené, um dos mais talentosos médios da sua geração, que pautava por uma refinada qualidade técnica, inteligência tática e um grande brio.
 
Natural de Alcobaça, ingressou nas camadas jovens dos encarnados quando tinha 15 anos, proveniente do Nazarenos, e fez a estreia oficial pela equipa principal aos 19, a 26 de novembro de 1969, e logo num jogo da Taça dos Campeões Europeus, uma vitória sobre os escoceses do Celtic por 3-0 na Luz, substituindo o lesionado Eusébio ao intervalo. Porém, os encarnados haviam perdido por igual resultado em Glasgow, o que fez com que a passagem à próxima eliminatória fosse decidida por… moeda o ar, sorteio no qual os católicos levaram a melhor.
 
Cinco dias depois estreou-se na I Divisão e logo com um golo, numa goleada ao União de Tomar no Estádio da Luz (6-0), a 1 de dezembro.
 
A partir de então, o “Garoupa” foi cimentando a sua importância na equipa, tendo amealhado 192 jogos e 28 golos entre 1969 e 1977, vencendo seis campeonatos (1970-71, 1971-72, 1972-73, 1974-75, 1975-76 e 1976-77) e duas Taças de Portugal (1969-70 e 1971-72). Pelo meio somou dez internacionalizações pelas seleções jovens, tendo marcado presença no Campeonato da Europa de sub-23 em 1974, e duas pela principal equipa das quinas, uma num nulo com Inglaterra em Wembley em novembro de 1974 e outra numa derrota num particular com o Brasil em solo brasileiro em março de 1975 (1-2).
 
Em 1977, quando tinha apenas 27 anos, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) que o afastou dos relvados para sempre, um dia após ser operado a um menisco.
 
A 31 de janeiro de 1980 o Benfica realizou uma festa de homenagem, no Estádio da Luz, de forma a agradecer e a apoiar o atleta na sua recuperação, tendo a mesma contado com a presença de cerca de 50 mil pessoas. Depois continuou ligado ao clube enquanto olheiro.
 
 
“Era um pequeno génio no meio-campo. Tinha um toque de bola e um remate fantásticos”, recordou o antigo companheiro de equipa Ângelo Martins num documentário da BTV. “Surpreendeu tudo e todos. O Otto Glória pô-lo a jogar e ele foi fantástico”, lembrou Adolfo Calisto. “É um dos grandes jogadores da minha geração”, destacou Toni. “Era um jogador especial. Era um pouco malandro e com uma qualidade fora do normal”, frisou Shéu. “Nunca parava, estava sempre em movimento, e tinha uma visão de jogo extraordinária. Era pequeno, mas tinha uma caixa de ar muito grande”, afirmou José Henrique.



 






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