O talentoso médio do Benfica que se retirou aos 27 anos devido a um AVC. Quem se lembra de Vítor Martins?
Vítor Martins somou 192 jogos, 28 golos e 8 títulos pelo Benfica
Uma das pérolas do Benfica
na década de 1970, a par de Humberto Coelho, Toni
e Nené, um dos mais talentosos médios da sua geração, que pautava por uma refinada
qualidade técnica, inteligência tática e um grande brio.
Natural de Alcobaça, ingressou
nas camadas jovens dos encarnados quando tinha 15 anos, proveniente do
Nazarenos, e fez a estreia oficial pela equipa principal aos 19, a 26 de
novembro de 1969, e logo num jogo da Taça
dos Campeões Europeus, uma vitória sobre os escoceses do Celtic
por 3-0 na Luz,
substituindo o lesionado Eusébio
ao intervalo. Porém, os encarnados
haviam perdido por igual resultado em Glasgow, o que fez com que a passagem à
próxima eliminatória fosse decidida por… moeda o ar, sorteio no qual os católicos
levaram a melhor. Cinco dias depois estreou-se na I
Divisão e logo com um golo, numa goleada ao União
de Tomar no Estádio
da Luz (6-0), a 1 de dezembro. A partir de então, o “Garoupa”
foi cimentando a sua importância na equipa, tendo amealhado 192 jogos e 28
golos entre 1969 e 1977, vencendo seis campeonatos (1970-71, 1971-72, 1972-73,
1974-75, 1975-76 e 1976-77) e duas Taças
de Portugal (1969-70 e 1971-72). Pelo meio somou dez internacionalizações
pelas seleções jovens, tendo marcado presença no Campeonato da Europa de sub-23
em 1974, e duas pela principal
equipa das quinas, uma num nulo com Inglaterra
em Wembley
em novembro de 1974 e outra numa derrota num particular com o Brasil
em solo brasileiro em março de 1975 (1-2). Em 1977, quando tinha apenas 27
anos, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) que o afastou dos relvados para
sempre, um dia após ser operado a um menisco. A 31 de janeiro de 1980 o Benfica
realizou uma festa de homenagem, no Estádio
da Luz, de forma a agradecer e a apoiar o atleta na sua recuperação, tendo
a mesma contado com a presença de cerca de 50 mil pessoas. Depois continuou
ligado ao clube enquanto olheiro.
“Era um pequeno génio no
meio-campo. Tinha um toque de bola e um remate fantásticos”, recordou o antigo
companheiro de equipa Ângelo Martins num documentário da BTV. “Surpreendeu
tudo e todos. O Otto
Glória pô-lo a jogar e ele foi fantástico”, lembrou Adolfo Calisto. “É um
dos grandes jogadores da minha geração”, destacou Toni.
“Era um jogador especial. Era um pouco malandro e com uma qualidade fora do
normal”, frisou Shéu. “Nunca parava, estava sempre em movimento, e tinha uma
visão de jogo extraordinária. Era pequeno, mas tinha uma caixa de ar muito
grande”, afirmou José Henrique.
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