Hoje faz anos o único gilista na seleção e herói improvável de um dérbi. Quem se lembra de Luís Loureiro?
Luís Loureiro jogou no Sporting e foi internacional A
Num século de existência, o Gil
Vicente apenas colocou um jogador na seleção
principal de Portugal. Quem? Luís Loureiro, um possante (1,86 m) e combativo
médio, dotado de alguma qualidade técnica, que foi seis vezes a jogo de quinas
ao peito pela mão de Luiz
Felipe Scolari no primeiro semestre de 2003, durante o longo período de
preparação para o Euro 2004.
Nascido em Sintra a 4 de dezembro
de 1976, começou a jogar futebol nas camadas jovens do Mucifalense, da pequena
aldeia de Mucifal, situada em pleno Parque Natural de Sintra-Cascais. De lá
passou para o Sintrense,
clube no qual concluiu a formação e iniciou o percurso como sénior em 1995.
Lançado por Daúto Faquirá, competiu na III Divisão durante os primeiros três
anos na equipa principal e na II Divisão B na quarta e última época na Portela
de Sintra. Em 1999-00 representou o Portimonense,
também na II B, e na época seguinte estreou-se nas ligas profissionais ao
serviço do Nacional
da Madeira, então orientado por José
Peseiro e a militar na II
Liga. As boas exibições na Choupana,
que se traduziram estatisticamente em oito golos em 34 jogos pelos alvinegros,
abriram-lhe as portas da I
Liga, tendo ingressado no Gil
Vicente no verão de 2001. Em Barcelos viveu três anos pautados
por grande regularidade a nível exibicional e de campanhas coletivas tranquilas
no primeiro
escalão. Premiado pelos bons desempenhos, somou uma internacionalização
pela seleção nacional B em janeiro de 2002 e seis pelos AA
entre fevereiro e junho de 2003, estreando-se precisamente no jogo de estreia
de Scolari,
uma derrota ante a Itália
em Génova (0-1). No verão de 2004 deu o salto para
o Sp.
Braga, mas acabou por ficar na Pedreira apenas até janeiro de 2005, quando
se transferiu para o Dínamo Moscovo. Porém, meio ano depois voltou a Portugal
para jogar no Sporting,
no âmbito da transferência que levou o defesa nigeriano Joseph
Enakarhire para o clube russo. Em Alvalade reencontrou José
Peseiro, que não tardou em apostar nele como titular. Logo no seu quarto
jogo de leão ao peito, o terceiro como titular, marcou num triunfo caseiro
sobre o Benfica,
por 2-1, num dérbi para o campeonato disputado a 10 de setembro de 2005.
Entretanto, perdeu espaço após a
chegada de Paulo
Bento ao comando técnico, tendo finalizado a temporada com apenas 14 jogos
realizados – oito dos quais ainda com Peseiro
entre agosto e setembro de 2005. Sem espaço no plantel verde e
branco, foi emprestado ao Estrela
da Amadora em 2006-07 antes de se mudar para os cipriotas do Anorthosis no
verão de 2007. Viria a regressar a Portugal em janeiro de 2008 para representar
o Boavista,
tendo sido muito utilizado por Jaime
Pacheco até ao final da época, marcada pela despromoção administrativa à II
Liga na sequência do caso Apito Dourado. Seguiu-se um ano discreto ao serviço
do Portimonense
na II
Liga e outro de hiato na carreira antes de pendurar as botas, no final da
época 2010-11, da mesma forma como iniciou o percurso como futebolista sénior: com
a camisola do Sintrense
na III Divisão Nacional. Depois iniciou a carreira de
treinador, em 2011-12, temporada em que lançou o ex-júnior Nélson Semedo na
equipa principal do Sintrense.
Num percurso recheado de altos e baixos, veio a orientar também Fátima,
1º
Dezembro, Lusitanos (França), Casa
Pia, Torreense,
Real
SC e Vitória
de Setúbal, com resultados para todos os gostos: subiu
os casapianos à II Liga em 2019, guiou os realistas
à Liga 3 em 2021 e desceu os sadinos
ao Campeonato
de Portugal em 2023.
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