Hamilton Timbirá Dias dos Santos
Júnior é o seu nome, mas no futebol todos o conhecem por Juninho Petrolina.
Médio ofensivo brasileiro bastante criativo, teve um impacto significativo no Beira-Mar
no início deste milénio e ainda representou Belenenses
e Penafiel
em Portugal.
Nasceu em Juazeiro, na Bahia, mas
despontou num clube do estado de Pernambuco, o Sport
Recife, ao qual chegou após ter defrontado ao serviço do 1º de Maio, de…
Petrolina. Ao serviço do leão
venceu três campeonatos pernambucanos (1996, 1997 e 1999).
Antes de se mudar para o futebol
português, representou ainda Atlético
Mineiro, Vitória
e Santa
Cruz. Em 2000, foi o autor de um dos golos do dérbi diante do Bahia, clube
que apoiava na infância e do qual os pais eram adeptos, que deu o título baiano
ao Vitória.
“Antes de todos os jogos, eu ligava para a minha mãe para pedir bênção. Nesta
época, ela dizia: 'Deus o abençoe, jogue bem, só não faça gol no meu Bahia, meu
filho’”, contou ao portal UOL
em setembro de 2020.
No verão de 2001 ingressou no Beira-Mar
e assim que chegou a Aveiro apontou… ao título nacional. “Eu só ouvia falar em
Portugal, mas a cultura, costume, essas coisas, eu não sabia. Não tinha aquele
entendimento como eu tenho hoje pela internet. Fui para Portugal e a minha
primeira entrevista tinha de ser lá no clube [Beira-Mar].
Teve a primeira pergunta para mim, que foi qual era o meu pensamento. Eu disse:
'Vim para Portugal para ser campeão português'. Quando eu disse um negócio
desse, todo mundo sorriu. Fui para um clube de mediano para pequeno, o Beira-Mar
nunca tinha ficado em décimo lugar no campeonato português. Aí, disseram: 'Ah,
você pensa grande', e eu disse para o repórter: 'Em todos os clubes por onde eu
passei no Brasil fui campeão. Vim para Portugal para ser campeão'. Rapaz,
acharam aquilo um afronte, uma autoconfiança e até mesmo que eu me achava. Não
fui campeão português, mas nesse mesmo ano eu fui o melhor médio-direito da
competição e fiquei entre os três melhores jogadores de Portugal”, recordou o
antigo centrocampista, que em três anos de aurinegro apontou 12 golos em 79
jogos, ajudando a estabelecer os aveirenses
na I
Liga.
A aventura no Beira-Mar,
porém, acabou mal. Assediado pelo Belenenses,
não se apresentou na pré-época, em julho de 2004, com o intuito de forçar a
saída, que veio mesmo a concretizar-se. Ainda assim, as memórias de Aveiro são
francamente positivas. “Em Portugal foi sucesso. Foi um aprendizado muito bom.
A partir de Portugal eu conheci o mundo. Viajei muito, fui em muitos países,
aprendi a ter uma qualidade de vida diferente. O clube que cheguei, não era um
clube grande. Era um clube pequeno e nós colocamos a ser grande na época.
Fiquei três anos no Beira-Mar.
O time disputava sempre para não cair. Com a minha chegada e a de outros
jogadores, o Beira-Mar
passou a disputar do meio para cima da tabela. Foi uma época boa. Os torcedores
fanáticos, um clube que cresceu, tem um estádio maravilhoso, uma cidade linda,
boa para se morar. Portugal para mim, foi onde eu realmente me senti muito bem
em minha carreira”, contou ao Globoesporte
em setembro de 2016.
Ao serviço dos azuis
do Restelo, assinou dois golos e sete assistências ao longo da temporada
2004-05. Após um curto regresso ao Brasil
para representar o Náutico,
voltou a Portugal para jogar pelo Penafiel
no primeiro semestre de 2006, tendo atuado em 14 encontros, mas não conseguiu
impedir a despromoção à II
Liga. Entretanto aventurou-se nos
campeonatos de Hong Kong e Azerbaijão, mas foi no Brasil que passou a maior
parte dos últimos anos de carreira, tendo pendurado as botas em 2014, aos 39
anos. Pouco após terminar o seu percurso
como futebolista foi detido pelo não pagamento da pensão de alimentos à
ex-mulher. “Eu tive um divórcio que eu nunca entendi. Entrei com a revisão de
alimentos que só foi julgada dez anos depois. Os anos se passam e o atleta de
futebol passa de um clube para o outro, quando ele está muito bem, o salário
aumenta, quando ele não está bem, o salário cai, e quando ele vai ficando mais
velho, aí é que o salário baixa mesmo. Então, não tinha mais condições de pagar
o valor que era exigido”, justificou. Entretanto, tem feito cursos na Confederação
Brasileira de Futebol (CBF) com o intuito de se tornar treinador ou de montar
uma escola de futebol.
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