terça-feira, 7 de outubro de 2025

Os cinco internacionais A pela Irlanda que jogaram na I Liga portuguesa

Cinco internacionais A pela Irlanda jogaram na I Liga desde 1980
País independente desde a década de 1910, a República da Irlanda é representada por uma seleção nacional desde 1924, tendo já marcado presença em três Mundiais (1990, 1994 e 2002) e três Europeus (1988, 2012 e 2016).
 
Atualmente no 61.º lugar do ranking FIFA, a equipa nacional irlandesa chegou a ser sexta classificada na hierarquia mundial em agosto de 1993, três anos depois de ter atingido os quartos de final no Campeonato do Mundo disputado em Itália.
 
Paralelamente, cinco dos seus internacionais A jogaram na I Liga portuguesa, todos desde 1980. Vale a pena recordá-los.
 

Mikey Walsh (FC Porto, Salgueiros e Sp. Espinho, de 1980-81 a 1987-88)

Mikey Walsh
No verão de 1980, quando tinha 26 anos, transferiu-se para o FC Porto, então orientado pelo austríaco Hermann Stessl e à procura de um sucessor para Fernando Gomes (de saída para o Sporting Gijón). Nas Antas confirmou a veia goleadora que havia exibido na Division Two de Inglaterra, ao somar um total de 56 golos em 123 jogos ao longo de seis temporadas – as suas épocas mais produtivas foram as de 1982-83 (19 tentos), 1980-81 (16) e 1983-84 (13). Porém, inicialmente ficou com dúvidas se estaria à altura do desafio. "O estádio era fantástico. Pensei: 'têm a certeza que estão interessados em mim?’”, contou à UEFA em maio de 2011.
De dragão ao peito conquistou um bicampeonato nacional (1984-85 e 1985-86), uma Taça de Portugal (1983-84) e duas Supertaças (1981 e 1984), tendo ainda contribuído para a caminhada até à final da Taça das Taças em 1983-84. “Tenho excelentes recordações da campanha em 1984, que foi muito importante por ser a primeira final europeia do clube”, recordou o britânico, que carimbou o apuramento para as meias-finais nessa campanha graças a um golo ao Shakhtar Donetsk na Ucrânia.
Em 1986 despediu-se do FC Porto, mas não de Portugal, tendo ainda representado Salgueiros, Sp. Espinho e Rio Ave antes de pendurar as botas em 1989, aos 34 anos. Feitas as contas, somou 139 jogos e 51 golos no primeiro escalão do futebol português.
Paralelamente, somou 21 internacionalizações e três golos pela seleção irlandesa entre 1975 e 1984. Não marcou presença em qualquer fase final, mas honrou o pai. “O meu pai morreu antes de eu nascer. Era um irlandês dos bons e apaixonado pelo futebol. Quando comecei a ter alguma consciência das coisas prometi à minha mãe que um dia ia enchê-lo de orgulho. Acho que o consegui na tarde em que joguei pela primeira vez com a camisola da Irlanda”, confessou ao Maisfutebol em maio de 2011.
 
 
 

Alan Mahon (Sporting, em 2000-01)

Alan Mahon
Em 1995 transitou para a equipa principal e nos cinco anos que se seguiram amealhou 144 jogos e 14 golos pelo clube, que durante esse período militou sempre no Championship, o segundo escalão do futebol inglês.
Em 1999-00, Alan Mahon ajudou os rovers a atingir a final da Taça da Liga, tendo sido titular na derrota às mãos do Leicester City em Wembley. Na mesma temporada recebeu o prémio melhor jogador irlandês sub-21 de 1999 e somou as duas únicas internacionalizações pela seleção principal da República da Irlanda, em particulares diante da Grécia em abril e da África do Sul em junho. Foi o culminar de um percurso nas seleções jovens que contemplou as participações no Campeonato da Europa de sub-16 em 1994 e no Europeu de sub-18 em 1996.
Valorizado, transferiu-se a custo zero para o Sporting no verão de 2000, numa altura em que os leões haviam perdido o extremo canhoto titular na época anterior, o italiano Ivone De Franceschi. No entanto, Mahon não esteve minimamente à altura dos desempenhos do transalpino, não indo além de apenas dois jogos na primeira metade da temporada, ainda que um deles tivesse sido diante do Real Madrid no Santiago Bernabéu (derrota por 0-4) para a Liga dos Campeões.
Ainda em dezembro de 2000 foi emprestado ao Blackburn Rovers, contribuindo para a subida à Premier League, e no final da temporada foi contratado a título definitivo por 485 mil contos, o equivalente a cerca de 2,4 milhões de euros, uma rentabilização ainda assim sensacional para um jogador que desportivamente rendeu perto de zero aos verde e brancos.
“Tudo aconteceu muito depressa numa altura em que eu estava em fim de contrato com o Tranmere. Gostei bastante, pois foi uma experiência diferente, algo que nem todos os jogadores têm hipótese de fazer. Fui de um clube pequeno para o Sporting, que é muito, muito grande. Não tinha noção de quão grande era, com adeptos muito apaixonados”, afirmou ao Record em outubro de 2001, em jeito de balanço. “A passagem pelo Sporting faz parte da minha carreira e eu gostei bastante. Atuei na Liga dos Campeões com o Real Madrid, o que foi uma grande experiência. Mas o facto é que joguei pouco e precisava de o ter feito mais vezes”, prosseguiu.
 
 
 

Phil Babb (Sporting, em 2000-01)

Phil Babb
Experiente defesa central nascido em Londres, filho de pai guianês e mãe irlandesa, fez quase todo o seu percurso em Inglaterra, onde representou Bradford City, Coventry City, Liverpool e Tranmere Rovers. Paralelamente, escolheu representar a seleção da República da Irlanda e marcou presença no Mundial 1994.
No verão de 2000, à beira dos 30 anos, transferiu-se a custo zero para o Sporting, que havia acabado de se sagrar campeão nacional após quase duas décadas jejum e procurava reforçar-se com jogadores experimentados para atacar o regresso à Liga dos Campeões.
Na primeira época em Alvalade não jogou muito, não indo além de 16 partidas oficiais e um golo, tendo conquistado a Supertaça Cândido de Oliveira. Pelo meio, foi excluído de uma concentração da seleção irlandesa em agosto de 2000, juntamente com o colega Mark Kennedy, ambos acusados de embriaguez e comportamento abusivo.
Já em 2001-02 passou a ser um titular indiscutível ao lado de André Cruz no eixo defensivo, num sistema híbrido que tinha Beto num papel entre o falso lateral direito e terceiro defesa central. Nessa temporada, Babb atuou em 38 encontros e marcou um golo.
Após esses dois anos em Lisboa não chegou a acordo para a renovação de contrato e regressou a Inglaterra para terminar a carreira no Sunderland.
 
 
 

Dominic Foley (Sp. Braga, em 2003-04)

Dominic Foley
Avançado nascido em Cork e que despontou no St. James's Gate, rumou a Inglaterra para representar o Wolverhampton em 1995, quando tinha apenas 19 anos.
Contudo, andou de empréstimo em empréstimo durante os quatro anos de contrato. Em 1999 assinou pelo Watford, mas voltou a ser sucessivamente cedido. Pelo meio, somou seis internacionalizações (e dois golos) pela seleção principal da República da Irlanda, todas em 2000.
Em meados de 2003 passou uma semana de testes na equipa B do Sp. Braga, patrocinada pelo antigo jogador portista Mikey Walsh e o empresário José Caldeira, e foi aprovado, tendo sido uma das primeiras contratações da era António Salvador. Após assinar contrato, definiu-se à imprensa como um jogador “com boa técnica e bom pé esquerdo”, que vinha á procura de “algo de diferente”.
Contudo, atuou apenas em 13 partidas e apontou dois golos pelos bracarenses ao longo de toda a temporada 2003-04. “Quando não se joga é muito difícil... Comecei três jogos a titular e fiz dois golos. Não é assim tão mau”, defendeu-se, já na fase final da época.
Depois regressou à Irlanda para representar o Bohemians, tendo posteriormente passado, com algum sucesso, pelos belgas do Gent e do Cercle Brugge.
 
 
 

Mikey Johnston (Vitória de Guimarães, em 2022-23)

Mikey Johnston
Extremo canhoto nascido em Glasgow, na Escócia, mas neto de um irlandês natural de Derry, fez toda a formação no Celtic e chegou a representar as seleções jovens escocesas, tendo inclusivamente brilhado no Torneio de Toulon em 2018.
Entretanto, foi cedido pelo Celtic ao Vitória de Guimarães em 2022-23 com o objetivo de jogar com mais regularidade, o que acabou por ser concretizado uma vez que atuou em 31 partidas pelos vimaranenses (18 a titular), tendo somado três golos e cinco assistências.
Foi precisamente durante essa temporada que obteve permissão por parte da FIFA para jogar pela seleção principal da República da Irlanda, pela qual se estreou em março de 2023.
Depois regressou ao Celtic, que acabou por transferi-lo para o West Bromwich.
 
  







  

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