sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Hoje faz anos o especialista em livres que foi duas vezes campeão pelo Sporting. Quem se lembra de André Cruz?

André Cruz apontou 15 golos em dois anos e meio no Sporting
Defesa central que contabilizava 33 internacionalizações pela seleção brasileira, uma participação num Mundial (1998) e duas em Copas América (1989 e 1995) e que tinha no currículo passagens por clubes importantes como Flamengo, Nápoles e AC Milan, foi um dos três reforços determinantes do Sporting no mercado de janeiro de 2000 – a par de César Prates e Mbo Mpenza – para a conquista do título nacional que escapava há 18 anos.
 
“Eu estava no Torino, em Itália, e não estava satisfeito. Aconteceram coisas que me levaram a querer sair do clube. Eles não queriam que eu saísse, mas deixei de estar confortável e senti que o Torino podia mesmo descer à segunda divisão. ‘Eu não vim para cá para descer à segunda divisão’. Foi então que falei com o Luciano d’Onofrio [empresário] e ele trouxe o nome do Sporting para cima da mesa. Recolhi informações do clube, até junto de jornalistas amigos, e convenci o Torino a libertar-me. Eu sabia que o Sporting estava há um tempo sem ganhar títulos e pensei que seria uma boa oportunidade para marcar o meu nome na história do clube. Eu fazia golos, batia bem os livres, tinha feito golos em todo o lado, a equipa estava bem e juntei tudo. ‘Se calhar posso ficar na história do clube’. Acabou por dar tudo certo”, recordou, em declarações ao Maisfutebol, em maio de 2021.
 
Assim que chegou relegou o argentino Facundo Quiroga para o banco de suplentes e formou com Beto uma das melhores duplas de centrais do emblema de Alvalade ao longo das últimas décadas. Para se ter a noção, nos 18 jogos em que atuou no campeonato nessa temporada de 1999-00, os leões apenas sofreram sete golos. E no mesmo período o próprio André Cruz somou quatro remates certeiros, sendo um deles no clássico com o FC Porto que abriu o caminho para a conquista do título e dois no jogo em que os verde e brancos se sagraram campeões, na goleada ao Salgueiros em Vidal Pinheiro (4-0).
 
“Foi uma festa gigante. Chegámos a Alvalade e vi gente em cima da cobertura, muita gente, e pensei que elas iam cair. No dia a seguir liguei a televisão, sentei-me no sofá, vi o telejornal e chorei. Chorei pelo Sporting e pela importância que a conquista do campeonato teve para milhões de pessoas. Fiquei muito marcado por isso”, confessou.
 
Exímio executante de livres diretos, entre as demais bolas paradas, passeou classe com bola e foi durante três épocas a voz de comando da defesa leonina, embora denotasse algumas lacunas em termos físicos. Afinal, chegou a Lisboa com 31 anos e despediu-se à beira do 34.ª aniversário.
 
 
Em 2000-01, numa época difícil para o Sporting, contribuiu para a vitória na Supertaça, e na temporada seguinte saboreou a conquista da dobradinha, tendo formado uma dupla bastante sólida com o irlandês Phil Babb – Beto, por esta altura, jogava como um defesa direito mais posicional.
 
“Em 2000 cheguei a meio da época. Os plantéis de 1999-00 e 2001-02 até eram parecidos ao nível da qualidade. Em 2000 eu cheguei e a equipa passou a ter um bom batedor de livres. E havia jogadores-chave. O Beto Acosta era o nosso goleador, o Pedro Barbosa, o Mbo Mpenza, o Beto, o Schmeichel dava-nos uma grande segurança. Em 2000 éramos muito fortes coletivamente e tínhamos jogadores capazes de decidir jogos. Em 2002 não era muito diferente. A defesa era muito equilibrada, boa, segura, e na frente havia o Mário Jardel, o Pedro Barbosa, o João Pinto. O que é preciso para vencer? Não sofrer golos e marcar golos. Simples, não é? O meu Sporting era forte nas duas situações. Ah, e tínhamos um aspeto fundamental: jogadores muito experientes. Isso fez a diferença em jogos da Liga dos Campeões e nos jogos grandes em Portugal”, analisou.
 
No verão de 2002, em final de contrato, não chegou a acordo para a renovação do contrato e regressou ao Brasil para encerrar a carreira, despedindo-se de Alvalade ao fim de 15 golos em 105 jogos de leão ao peito.
 
Além dos quatro troféus arrecadados em Portugal, venceu uma Copa América pela seleção brasileira em 1989, uma Taça do Brasil pelo Flamengo em 1990, uma Taça da Bélgica pelo Standard Liège em 1992-93, uma liga italiana pelo AC Milan em 1998-99, um campeonato goiano pelo Goiás em 2002 e um campeonato gaúcho pelo Internacional de Porto Alegre em 2003.
 
 
Na campanha para as eleições aos órgãos sociais do Sporting, em 2018, foi anunciado pela lista de João Benedito como futuro diretor desportivo em caso de triunfo no sufrágio, mas quem veio a vencer nas urnas foi Frederico Varandas. 




 

 




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