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Desacatos entre adeptos levaram à suspensão do jogo |
Deveria ter sido o dérbi que
decidia o título nacional de juniores em 2008-09, mas transformou-se numa batalha
campal e fez com que a decisão do campeão acabasse na… secretaria.
Durante a tarde de 27 de junho de
2009, um sábado, o
Benfica
comandado por
João
Alves apresentou-se na Academia do
Sporting,
em Alcochete, com dois pontos de vantagem sobre o rival, comandado por José
Lima, na última jornada do torneio quadrangular de apuramento do campeão, numa
altura em que as duas equipas eram as únicas que podiam chegar ao título.
O jogo decorreu com normalidade
até aos 25 minutos, quando começaram os desacatos. Algumas dezenas de adeptos pertencentes
a uma claque do
Benfica
chegaram à porta da Academia, já com a partida a decorrer, e os poucos elementos
da polícia que os escoltavam – havia um total de 30 agentes para 3000 espetadores
– revelaram-se impotentes para travar as provocações entre esses
benfiquistas
e os adeptos
sportinguistas,
separados apenas por uma cerca de arame. Num ápice, a troca de insultos deu
lugar a arremesso de pedras de parte a parte.
Em pânico, dezenas de adeptos
leoninos
refugiaram-se entre os jogadores no relvado para não serem atingidos.
Paralelamente, a polícia viu-se obrigada a disparar para o ar para travar as
cenas de violência. Pelo menos duas pessoas ficaram feridas, vários veículos
ficaram danificados e o encontro foi suspenso.
Na tribuna VIP, assistiam a tudo
figuras ilustres como o técnico leonino
Paulo
Bento, Pedro Barbosa,
Rui
Costa ou o recém-contratado treinador dos
encarnados
Jorge
Jesus.
O
Sporting,
que na altura tinha José Eduardo Bettencourt como presidente e Pedro Mil-Homens
como responsável pela Academia, culpou o comportamento “de alguns adeptos
organizados” do
Benfica,
“que danificaram carros dentro e fora do recinto” e “atiraram pedras aos
adeptos que até então estavam a ver o jogo”. Do outro lado, o
Benfica
acusou os adeptos leoninos de agressões e provocações.
Chegou a falar-se no reatamento
do encontro em campo neutro, um cenário rejeitado pelo
Sporting,
que não aceitava “transformar a vítima em réu”, mas a decisão inicial do
Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol foi punir ambos os
clubes com derrotas, por 3-0. Mais tarde, o Conselho de Justiça alterou a
decisão de penalizar o
Sporting,
absolvendo-o, o que fez com que os
leões
fossem considerados, já em novembro de 2009, campeões nacionais de juniores em
2008-09.
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