Dez jogadores emblemáticos do Desportivo de Chaves |
Fundado a 27 de setembro de 1949,
o Grupo
Desportivo de Chaves nasceu da fusão entre o então campeão distrital Flávia
Sport Clube e o rival Atlético Clube Flaviense, tendo vivido o seu período
áureo desde meados dos anos 1980 até ao final da década de 1990, quando somou
13 das 16 presenças que contabiliza na I
Divisão.
Logo na segunda participação,
no primeiro
escalão em 1986-87, os transmontanos
alcançaram o quinto lugar, classificação que lhes deu direito a disputar
a Taça
UEFA na época seguinte. Em 1989-90 o emblema
azul e grená voltou a concluir o campeonato na
quinta posição, mas dessa vez não teve direito a apuramento europeu.
Após 13 presenças no patamar
maior do futebol português entre 1985 e 1999 – a exceção foi em
1993-94, quando disputou a II
Liga –, o Desportivo
de Chaves ficou 17 anos arredado da elite,
tendo regressado em 2016 para mais três épocas entre os grandes. Pelo meio, foi
finalista vencido da Taça
de Portugal em 2009-10, numa temporada em que até desceu à II Divisão
B.
Numa altura em que o Desportivo
de Chaves está a participar pela 16.ª vez na II
Liga, vale a pena recordar os dez jogadores com mais jogos pelos flavienses
no segundo
escalão.
10. Tony (100 jogos)
Tony |
Lateral direito luso-francês formado no Paris
Saint-Germain e que fazia da combatividade a sua principal arma, ingressou
no Desportivo
de Chaves no verão de 2001, proveniente do Sandinenses.
“Tinha ofertas do FC
Porto e do Benfica
para jogar nas equipas B deles, e também do Gil
Vicente e do Sp.
Braga, mas assinei pelo Desportivo
de Chaves. Eu sempre fui do Desportivo
de Chaves! Foi sempre o meu clube do coração...", contou em janeiro de
2020, em entrevista a O
Jogo.
Tony demorou cerca de um ano a conquistar o seu espaço, mas ao longo de
quatro épocas ao serviço dos flavienses
amealhou 100 encontros (89 a titular) e um golo (à Naval, em 2002-03) na II
Liga. Em 2004-05 mostrou-se impotente para evitar em campo uma descida de
divisão que acabou por ser revertida na secretaria devido às despromoções
administrativas de Felgueiras
e Alverca.
“Fiz grandes épocas no Desportivo
de Chaves, mas havia sempre grandes problemas a nível económico. Eu estive
lá quatro épocas e, portanto, a ganhar dez meses por época deu um total de 40
meses de salário. Pois bem, desses 40 meses no Desportivo
de Chaves só recebi 16. Perdoei-lhes no total uma dívida superior a 30 mil
euros. Sempre quis fazer parte da solução e não do problema e por isso perdoei
a dívida”, recordou.
Apesar de essa temporada ter sido negativa em termos coletivos, o defesa
valorizou-se e deu o salto para o Estrela
da Amadora, então a militar na I
Liga.
Após encerrar a carreira de jogador, iniciou a de treinador, tendo
orientado os juniores dos transmontanos
durante alguns meses no segundo semestre de 2019.
9. Riça (101 jogos)
Riça |
Guarda-redes natural de Chaves e formado no Desportivo
local, transitou para a equipa principal em 1995-96, mas só se estreou
oficialmente já depois de uma curta passagem pelos espanhóis do Ourense, em
1999-00, quando somou os primeiros três jogos (dois a titular) na II
Liga, não tendo sofrido nenhum golo.
Depois de várias épocas na sombra
de guardiões como José Nuno Amaro, Luís Vasco, Carou, Nuno Ricardo e Tó
Ferreira, assumiu finalmente a titularidade em 2004-05 e manteve-a durante três
temporadas, até à descida à II Divisão B. Entre 2003 e 2007 amealhou 98
encontros (todos a titular) e 199 golos sofridos no segundo
escalão, tendo sido salvo da despromoção em 2004-05 devido às descidas
administrativas de Felgueiras
e Alverca.
Em 2002-03 teve a companhia do
irmão mais velho Vítor Riça no plantel.
No verão de 2007 transferiu-se
para o Vizela.
8. Luís Pinto (102 jogos)
Luís Pinto |
Extremo lisboeta que passou pelos infantis do Benfica
e representou clubes como Estoril,
Torreense,
Mafra,
União da Madeira, Moreirense
e Arouca
enquanto sénior, reforçou o Desportivo
de Chaves no verão de 2013, quando já tinha 31 anos.
Em três temporadas em
Trás-os-Montes amealhou 102 encontros (84 a titular) e 28 golos na II
Liga, tendo contribuído para a promoção à I
Liga em 2016, repetindo um feito que já tinha alcançado ao serviço de Moreirense
(2012) e Arouca
(2013). No entanto, foi em 2013-14 que mais brilhou, ao somar 14 remates
certeiros no campeonato.
Após a subida ao primeiro
escalão mudou-se para o Sp.
Covilhã.
7. Lino (118 jogos)
Lino |
Lateral esquerdo transmontano
com ascendência angolana, chegou aos juniores do Desportivo
de Chaves em 1988-89 e, depois de ganhar rodagem no Vila Pouca de Aguiar,
ingressou na equipa principal dos flavienses
dois anos depois.
Na primeira época no emblema
azul e grená viveu na sombra de Rogério, tendo beneficiado da saída do
concorrente direto para o Sp.
Braga para se afirmar como titular indiscutível nas duas temporadas
seguintes, não conseguindo evitar a despromoção à II
Liga em 1993.
Após a descida de divisão permaneceu
no clube e foi totalista no segundo
escalão em 1993-94, tendo cumprido os 3060 minutos referente às 34 jornadas
do campeonato e apontado dois golos, diante de Louletano
e Académico Viseu, ajudando a recolocar o Desportivo
de Chaves no patamar
maior do futebol português.
Em 1995 deu o salto para o Sp.
Braga, mas voltou a Chaves cinco anos depois para jogar pelos flavienses
na II
Liga durante quatro épocas, tendo amealhado 84 encontros (79 a titular) e
um golo (à Naval em 2001-02) entre 2000 e 2004.
Depois pendurou as botas, aos 33
anos, e dedicou-se… ao futsal.
6. Luís Barry (119 jogos)
Luís Barry |
Ponta de lança nascido em Corroios, mas com ascendência inglesa, andou
durante cerca de uma década escondido nos campeonatos não profissionais,
sobretudo em clubes alentejanos como Atlético
Reguengos e Lusitano
Évora. No entanto, quando reforçou o Desportivo
de Chaves, no verão de 2013, já trazia na bagagem dois anos de II
Liga com as camisolas de Atlético
e Oliveirense,
numa altura em que contava com 31 anos.
Ao longo de três temporadas no emblema
flaviense totalizou 119 encontros (89 a titular) e 35 golos na II
Liga, registo que faz dele o melhor marcador do clube no segundo
escalão a par do espanhol Arrieta, que precisou de apenas 55 jogos para
chegar ao mesmo registo. Em 2015-16 foi um dos esteios da equipa que alcançou a
promoção à I
Liga.
Após a subida de divisão,
mudou-se para o Desp.
Aves e voltou a festejar a promoção ao patamar
maior do futebol português.
“O Grupo
Desportivo de Chaves é um grande clube e tem muitas pessoas de bem à sua
frente. Só tenho a agradecer pois
proporcionaram os melhores tempos da minha carreira. Quem não se sente não é
filho de boa gente, só me entristece a forma como finalizada o meu processo.
Sinto e serei sempre um valente
transmontano. Mais uma vez o clube é grande e as suas gentes também. Ao Sr.
Francisco Carvalho um muito obrigado e a toda a sua família”, escreveu nas
redes sociais aquando da saída do clube.
5. João Alves (142 jogos)
João Alves |
Médio nascido em Chaves e formado no Desportivo
local, transitou para a equipa principal em 1998-99, tendo feito a estreia
numa receção à União
de Leiria, em jogo da I
Liga, quando tinha apenas 18 anos e dois meses. Nessa época mostrou-se
impotente para evitar a descida de divisão, mas tornou-se internacional sub-18
e participou inclusivamente no Campeonato da Europa da categoria, vencido
precisamente por Portugal.
Seguiram-se quatro anos a jogar com grande regularidade na II
Liga, tendo amealhado 142 encontros (109 a titular) e 16 golos no segundo
escalão entre 1999 e 2004.
Apesar das classificações modestas e de algumas críticas dos adeptos,
valorizou-se e deu o salto para o Sp.
Braga, clube que o catapultou para a seleção nacional A.
“Faltou-me apenas terminar a carreira no Desportivo
de Chaves, foi a maior tristeza que tive nesta reta final. Felizmente,
ainda tive a oportunidade de jogar pelo Desportivo
de Chaves na I
Liga. Recentemente, chegou a haver interesse dos dirigentes do clube, mas
infelizmente as coisas não se proporcionaram”, confessou ao Maisfutebol em fevereiro de 2016.
“O Desportivo
de Chaves é o clube da minha terra natal, que me formou como atleta e como
homem, toda a gente sabe que é o clube do meu coração”, contou à Rádio
Renascença no ano
seguinte.
O seu primo Álvaro Branco integrou a equipa principal dos flavienses
entre 2007 e 2009 e entre 2010 e 2013. Já o irmão Paulo Alves fez parte do
plantel em 2008-09.
4. Isidro (154 jogos)
Isidro |
Extremo espanhol de baixa
estatura (1,69 m) que já tinha representado clubes como Saragoça B e os
ingleses de Wigan e Wolverhampton, entrou no futebol português pela porta do Leça
em 1999-00, tendo ingressado no Desportivo
de Chaves na época seguinte.
Entre 2000 e 2006 amealhou um
total de 154 encontros (114 a titular) e 21 remates certeiros na II
Liga. Em 2004-05 mostrou-se impotente para evitar em campo uma descida de
divisão que haveria de ser revertida na secretaria devido às despromoções
administrativas de Felgueiras
e Alverca.
Após deixar os flavienses
regressou ao futebol espanhol.
3. Ricardo Chaves (164 jogos)
Ricardo Chaves |
Médio defensivo transmontano
natural de Valpaços, reforçou o Desportivo
de Chaves na primeira época de sénior, em 1996-97, mas não chegou a
estrear-se e por isso rodou no Vila Pouca na temporada seguinte, tendo
regressado ao emblema
flaviense em 1998-99 para se fixar em definitivo.
Depois de se ter estrado na I
Liga nessa época de regresso ao clube, conseguiu afirmar-se após a descida
à II
Liga, patamar em que amealhou 131 jogos (117 a titular) e 16 golos entre
1999 e 2004.
Valorizado, deu o salto para o Vitória
de Setúbal, clube pelo qual conquistou uma Taça
de Portugal e uma Taça
da Liga e que lhe deu a possibilidade de jogar na Taça
UEFA.
Em 2012-13 voltou ao Desportivo
de Chaves, após passagens por Rio
Ave e Desp.
Aves, tendo contribuído nessa temporada para a subida à II
Liga, competição em que totalizou 33 encontros (27 a titular) e um golo
entre 2013 e 2015, ajudando a estabilizar os transmontanos
nos lugares cimeiros do segundo
escalão. Em 2014-15 chegou a interromper a carreira para assumir a função
de treinador-adjunto de Carlos pinto na equipa principal.
No verão de 2015 mudou-se para o
Mirandela, onde viria a pendurar as botas.
“O Desportivo
de Chaves será sempre o amor da minha vida. Foram muitos anos dentro
daquela casa”, afirmou ao jornal O
Setubalense em fevereiro de 2017.
Entretanto tornou-se treinador,
tendo orientado os juniores do Desportivo
de Chaves durante alguns meses em 2017-18.
2. Kasongo (190 jogos)
Kasongo |
Lateral esquerdo internacional pelo Zaire e depois pela República
Democrática do Congo, entrou no futebol português pela porta do Sp.
Covilhã em 1996-97, tendo ainda passado dois anos no Vitória
de Guimarães antes de assinar pelo Desportivo
de Chaves no verão de 1999.
Entre 1999 e 2007 amealhou um
total de 190 encontros (184 a titular) e dois golos na II
Liga. Em 2004-05 mostrou-se impotente para evitar uma descida de divisão que
haveria de ser revertida na secretaria devido às despromoções administrativas
de Felgueiras
e Alverca,
mas dois anos depois acabou mesmo por não conseguir evitar a descida à II
Divisão B.
Paralelamente, participou no CAN
2000, depois de já ter marcado presença nas edições de 1992, 1994 e 1996.
Em 2007-08 despediu-se dos
relvados a jogar pelos flavienses
na II Divisão B.
Após encerrar a carreira de
jogador, iniciou a de treinador, tendo sido adjunto da equipa principal em
2009-10, numa época que culminou com a caminhada até à final da Taça
de Portugal, e trabalhado como técnico principal em equipas das camadas
jovens entre 2011 e 2014.
1. Paulo Alexandre (194 jogos)
Paulo Alexandre |
Mais um filho da terra. Natural de Vilarelho de Raia, concelho de Chaves,
fez toda a formação e praticamente toda a carreira com a camisola
azul e grená.
Estreou-se na equipa principal em 1989-90, na I
Divisão, e logo na época de estreia deu um pequeno contributo para a
obtenção do quinto lugar.
Em 1992-93 mostrou-se impotente
para evitar a despromoção à II
Liga, mas foi precisamente na temporada seguinte, a jogar no segundo
escalão, que conquistou definitivamente o estatuto de titular indiscutível,
tendo disputado 24 jogos (todos a titular) e apontado dois golos, diante de Penafiel
e Nacional,
numa campanha que culminou na subida ao patamar
maior do futebol português.
Após nova descida à II
Liga, em 1999, mudou-se para o Desportivo
das Aves, ajudando os avenses
a subir à I
Liga. Depois voltou a Chaves, onde haveria de permanecer na equipa
principal até 2007, entrando na história dos flavienses
como o futebolista com mais jogos oficiais pelo clube (401). Em termos de segundo
escalão, amealhou 170 partidas (165 a titular) e três remates certeiros
nesta segunda passagem pelo emblema
transmontano, não conseguindo evitar a descida à II Divisão B em 2007,
depois de em 2004-05 se ter salvado na secretaria.
Na última época da carreira, em
2007-08, representou os espanhóis do Verín.
Em 2010-11 regressou ao Desportivo
de Chaves para assumir a função de coordenador técnico.
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