Dez brasileiros que brilharam com a camisola do Olhanense |
Daí para cá, os nativos de terras
de Vera Cruz têm sido uma constante nos plantéis dos rubro
negros, que depois de dez presenças nas décadas de 1940 e 1950 e três na de
1960, voltaram à elite em duas épocas dos anos 1970 e em cinco temporadas já no
século XXI.
Feitas as contas, foram 35 os
brasileiros a jogar pelo Olhanense
na I Divisão, o que corresponde a quase 13% dos futebolistas que jogaram pelos algarvios
no patamar maior do futebol português.
Vale por isso a pena recordar os 10 futebolistas canarinhos
com mais jogos pelo Olhanense
no primeiro escalão.
10. Cauê (29 jogos)
Cauê |
Contratado ao Leixões, depois de
passagens pelos brasileiros do Santo André e Corinthians Alagoano, foi titular
nos 29 jogos que disputou no campeonato. E só não disputou as 30 jornadas
porque falhou a 24.ª, frente ao Benfica,
devido a castigo. Logo
na estreia, ajudou os algarvios a empatar em Alvalade. Ao longo da temporada apontou quatro golos no
campeonato, um ao Vitória
de Setúbal e três ao Sp.
Braga (dois no José
Arcanjo e um na Pedreira).
Depois mudou-se para os romenos
do Vaslui e passou ainda pelos azeris do Neftchi Baku e pelos israelitas do
Hapoel Telavive antes de voltar a Portugal para marcar o golo decisivo que ajudou
o Moreirense a conquistar a Taça
da Liga em 2016-17, no Estádio Algarve.
Entretanto voltou a deixar o nosso país para rumar ao futebol japonês.
9. Lucas Souza (30 jogos)
Lucas Souza |
Embora só tivesse chegado a Olhão
em janeiro de 2013, na primeira meia época cumpriu 11 jogos (nove a titular) e
marcou dois golos, que valeram pontos nas deslocações aos terrenos de
Moreirense (1-1) e Beira-Mar (1-0).
Em 2013-14 foi utilizado em
apenas 18 jogos (17 a titular), mas marcou um golo, numa vitória no reduto do
Rio Ave (2-1), e valorizou-se ao ponto de se ter transferido para o Parma,
da Série A italiana.
Porém, não muito depois regressou
a Portugal. Primeiro para jogar por empréstimo no Moreirense e depois a título
definitivo no Tondela.
Entretanto mudou-se para Chipre e desde o início deste ano que está vinculado
aos chineses do Changchun Yatai.
8. Fabiano Freitas (30 jogos)
Fabiano Freitas |
Oriundo do América do Rio Grande
do Norte, foi titular nas 30 jornadas da época 2011-12, na
qual foi uma das revelações do campeonato. Gigante (1,97 m), mas bastante
ágil entre os postes, acumulou defesas que valeram pontos, contribuiu para o
8.º lugar na tabela classificativa e manteve a baliza inviolada nas receções a FC
Porto, Sporting
e Benfica.
Nessa temporada, apenas os três grandes e Sp.
Braga sofreram menos golos do que os rubro
negros (38).
No final da época deu o salto
para o FC
Porto, sem grande surpresa. Em nove anos no FC
Porto viveu a melhor temporada em 2014-15, quando foi quase sempre titular.
Entre 2015 e 2017 esteve emprestado aos turcos do Fenerbahçe e desde o verão do
ano passado que se mudou a título definitivo para os cipriotas do Omonia.
7. Ismaily (42 jogos)
Ismaily |
Dotado de grande capacidade
ofensiva e de um potente remate de pé esquerdo, viveu a primeira época em Olhão
na sombra de Carlos Fernandes, tendo sido utilizado em apenas 17 jogos (13 a
titular) e marcado um golo, logo frente ao Sporting
num empate a dois golos no José
Arcanjo. Em 2011-12 afirmou-se definitivamente com a camisola de rubro
negra, tendo atuado em 25 encontros e marcado um golo, num triunfo sobre o Vitória
de Setúbal no Bonfim.
No final da temporada deu o salto
para o Sp.
Braga e, cerca de meio ano depois, da Pedreira para os ucranianos do
Shakhtar Donetsk, onde ainda se mantém.
6. Guaraci (50 jogos)
Guaraci |
Na primeira época atuou em 28
jogos no campeonato, sempre como titular, e ajudou os algarvios
a chegarem às meias-finais da Taça
de Portugal. Em 1974-75 manteve o estatuto, tendo começado de início os 22
encontros que disputou na I Divisão, mas foi impotente para evitar a
despromoção.
“Era um central forte e muito
bom. Só que nos jogos grandes ficava meigo. Contra as restantes equipas era
muito duro, nós dizíamos que batia até no pai se fosse preciso. Mas contra os
grandes preocupava-se mais em tirar fotos e em conversar com os craques”, recordou
em março de 2010 o companheiro de equipa Rui Lopes, ao Maisfutebol.
Após a descida de divisão Guaraci
ainda experimentou o futebol de Espanha e México antes de voltar em definitivo
ao Brasil.
5. Ademir (50 jogos)
Ademir |
Depois brilhou no primeiro
escalão com a camisola rubro
negra durante duas épocas: na primeira participou em 26 jogos, todos como
titular, e marcou 12 golos, entre os quais dois ao Benfica
(um na Luz e outro em Olhão)
e um ao Sporting,
ajudando ainda os algarvios
a chegarem às meias-finais da Taça
de Portugal; na segunda competiu em 24 partidas, sempre como titular, e
apontou nove golos, entre os quais um ao Benfica
na Luz e outro ao FC
Porto nas Antas, mas não evitou a descida de divisão. Com 21 golos, é ainda
hoje o brasileiro com mais golos pelo Olhanense
na I Divisão.
Valorizado apesar da despromoção,
deu o salto para o FC
Porto, ajudando a interromper um jejum de 19 anos sem a conquista do título
nacional. Depois passou pelo futebol espanhol, contribuindo para a ascensão do
Celta de Vigo desde a II Divisão B à I Divisão.
Voltaria ao Olhanense
em 1983 para dois anos na II Divisão, tendo depois continuado no Algarve
para representar Louletano e Imortal na III Divisão.
Após pendurar as botas teve duas
curtas passagens como treinador do Olhanense,
em 1989-90 e 1992-93.
4. Jander (52 jogos)
Jander |
Na primeira época não foi além de
sete jogos (seis a titular), todos na segunda metade da temporada, já após Sérgio
Conceição assumir o comando técnico, tendo marcado um golo na vitória sobre
o Beira-Mar na última jornada do campeonato.
Em 2012-13 agarrou
definitivamente um lugar no lado esquerdo da defesa rubro
negra, mostrando capacidade ofensiva, tendo participado em 24 jogos (23 a
titular). Na terceira e última época em Olhão,
marcada pela descida de divisão, participou em 21 encontros (20 a titular).
Depois continuou mais três anos
em Portugal, ao serviço de Gil Vicente, Desp. Aves e Moreirense, andou pelo
futebol cipriota e desde o verão do ano passado que atua nos sérvios do Estrela
Vermelha de Belgrado.
3. Djalmir (56 jogos)
Djalmir |
Na primeira época apontou 13
golos em 27 jogos (todos como titular). Na segunda só marcou por cinco vezes,
numa temporada em que disputou apenas 22 encontros (18 a titular). Porém,
apareceu revigorado em 2008-09, com 20 golos em 27 partidas, sagrando-se
simultaneamente campeão e melhor marcador do campeonato, aos 33 anos.
O avançado brasileiro acompanhou
os leões
de Olhão na I Liga e manteve a goleadora, ao faturar por 12 vezes em
17 jogos (15 como titular) em 2009-10. No entanto, a idade não perdoou e a
partir dessa temporada foi perdendo gás – 21 jogos (nove a titular) e quatro
golos em 2010-11, nove jogos (um a titular) em 2011-12 e oito jogos (todos como
suplente utilizado) e um golo em 2012-13 -, tendo pendurado as botas em maio de
2013, numa fase em que era capitão de equipa, mas cada vez menos utilizado.
Entretanto assumiu o cargo de
diretor desportivo no clube, mas voltou a calçar as botas cinco anos depois,
tendo participado em quatro jogos como suplente utilizado no Campeonato
de Portugal nos últimos meses de 2018, aos 42 anos. O regresso teve curta
duração, mas Djalmir prosseguiu a sua carreira no futebol no Almancilense, nos
distritais da AF
Algarve, onde vai provando que não perdeu a veia goleadora.
2. Renato (60 jogos)
Renato |
Recrutado ao Inter de Limeira no
verão de 1969, ajudou os rubro
negros a sagrarem-se campeões da III Divisão na época de estreia e
assegurarem a subida ao patamar maior do futebol português três anos depois,
contribuindo com 16 golos para a promoção em 1972-73.
Entre os grandes de Portugal este
ponta de lança também mostrou o que valia, tendo apontado nove golos em cada
uma das épocas passadas na I Divisão. Na primeira teve o FC
Porto entre as vítimas e ajudou os algarvios
a chegarem às meias-finais da Taça
de Portugal. Na temporada seguinte disputou cinco jogos na condição de suplente
utilizado, mas não deixou de fazer o gosto ao pé, marcando ao Benfica
na Luz e ao FC
Porto em Olhão.
Após a despromoção rumou a norte
para representar Famalicão, Académico Viseu e Lusitânia Lourosa.
1. Maurício (65 jogos)
Maurício |
Apesar da veterania, impôs-se naturalmente
como titular no eixo defensivo dos rubro
negros, formando dupla com Jardel,
Mexer, André Pinto e Vasco Fernandes durante os três anos que passou no José
Arcanjo. Em 2010-11 disputou 26 jogos no campeonato, todos a titular, e
apontou três golos. Na segunda época participou em 27 partidas (25 a titular)
na I Liga, contribuindo para a obtenção de um honroso 8.º lugar. Em 2012-13 começou
de pedra e cal no onze, mas foi assolado por problemas físicos, pelo que não
foi além de 12 encontros (todos a titular) e um golo no campeonato.
Depois voltou ao Brasil, onde
encerrou a carreira de jogador e iniciou a de treinador.
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