Nascido a 3 de outubro de 1986 na
cidade colombiana de Quibdó, seguiu as pisadas do pai, Orlando Martinez, que
também era futebolista, celebrava os golos ao dançar o “cha cha cha” e ganhou mesmo
a alcunha de “Cha-Cha-Cha”, que foi herdada pelo filho. Jackson Martinez entrou para as
camadas jovens do Independiente Medellín em 2001 e estreou-se pela equipa
principal três anos depois, precisamente no dia do seu 18.º aniversário. Em
2009 sagrou-se campeão colombiano, venceu os prémios de melhor jogador e melhor
marcador do campeonato e estreou-se pela seleção
nacional do seu país, logo com um golo ao Equador
a 5 de setembro, num jogo da fase de qualificação para o Mundial do ano
seguinte.
Em janeiro de 2010 despediu-se do
Independiente ao fim de 52 golos em 151 jogos e transferiu-se para os mexicanos
do Jaguares de Chiapas, apesar do interesse de equipas como os sul-coreanos do Ulsan
Hyundai e os argentinos do San Lorenzo e do Racing
Club de Avellaneda. Com impacto imediato no México,
não conquistou qualquer troféu, mas foi somando golos atrás de golos, tendo
amealhado 36 em 68 partidas em dois anos e meio.
No verão de 2012, foi contratado
por 8,8 milhões de euros e ficou blindado com uma cláusula de rescisão de 40
milhões de euros pelo FC
Porto, que estava desprovido de um grande ponta de lança desde a saída do
também colombiano Radamel
Falcao um ano antes. Jackson começou desde cedo por
corresponder o investimento, tendo
marcado o golo à Académica que valeu a conquista da Supertaça Cândido de
Oliveira de 2012, logo no seu jogo de estreia. Nessa época de 2012-13 foi mesmo
um dos pilares de uma equipa que foi campeã invicta, às ordens de Vítor
Pereira, tendo apontado 31 golos em 43 jogos, incluindo 26 na I
Liga, registo que fez dele o melhor marcador do campeonato.
Nas temporadas que se seguiram revalidou
o estatuto de artilheiro-mor, com 20 golos em 2013-14 e 21 em 2014-15, mas não
voltou a sagrar-se campeão em Portugal. Em termos coletivos, teve de se
contentar apenas com a Supertaça
de 2013, tendo apontado um golo no triunfo sobre o Vitória
de Guimarães em Aveiro (3-0); e com a caminhada até aos quartos de final da
Liga
dos Campeões em 2014-15, numa campanha para a qual contribuiu com oito remates
certeiros (incluindo um na terceira pré-eliminatória). Entretanto, marcou
presença no Mundial 2014 e na Copa América 2015 – a sua segunda, depois da de
2011.
O salto para um clube de topo de
uma das melhores ligas europeias tornou-se inevitável. Foi associado a Arsenal
e AC
Milan, entre outros, mas acabou por ser confirmado como reforço do Atlético
Madrid em junho de 2015, rendendo 35 milhões de euros aos cofres portistas. Foi apresentando perante 10 mil
pessoas no Estádio Vicente Calderón, mas acabou por desiludi-las. Nunca se
aproximou do nível exibido em Portugal, não indo além de três golos em 22 jogos
pelos colchoneros.
Foi apelidado de flop pela imprensa espanhola, enquanto o presidente Enrique
Cerezo chegou a referir-se a ele como alguém que “não estava ao nível do clube”.
Pelo meio, começou na capital espanhola a ter problemas no tornozelo esquerdo,
o que levou por múltiplas vezes à sala de operações e fez desaparecer
definitivamente das contas da seleção
colombiana, ao serviço da qual somou 41 internacionalizações e onze golos.
Ainda assim, valorizou-se, uma
vez que foi contratado por 42 milhões de euros pelos chineses do Guangzhou
Evergrande em fevereiro de 2016, naquela que se tornou, na altura e por apenas
dois dias, a compra mais avultada de sempre por parte de um emblema asiático. Também na China não conseguiu
replicar o sucesso vivido no Dragão
(apesar de coletivamente ter vencido campeonato, taça e supertaça), tendo apenas
conseguido quatro golos em 16 jogos até outubro de 2016, quando a crónica lesão
no tornozelo esquerdo o afastou dos relvados desde essa altura até setembro de
2018. Chegou a pensar-se que não mais
voltaria a jogar, mas o colombiano voltou a fazê-lo no Portimonense
entre 2018 e 2020. Mesmo muito limitado, apontou 12 golos em 54 jogos pelos algarvios,
não conseguindo evitar em campo a despromoção à II
Liga, em 2020, que viria a ser revertida devido à descida de divisão
administrativa do Vitória
de Setúbal.
Nesta passagem pelos alvinegros
regressou por duas vezes ao Estádio
do Dragão: em dezembro de 2018 foi ovacionado, numa derrota por 1-4; e em
fevereiro de 2020 protagonizou um momento polémico ao atirar para as nuvens um
penálti que poderia ter colocado o Portimonense
a vencer, num jogo que o FC
Porto venceu por 1-0 com um golo de Alex Telles nos derradeiros minutos.
No verão de 2020 manifestou o
desejo de regressar ao Independiente Medellín, o que não veio a acontecer. No
final desse ano, após cinco meses como jogador livre, anunciou o fim da
carreira, aos 34 anos. É, ainda hoje, o melhor marcador
do Estádio
do Dragão, com 49 golos.
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