sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Hoje faz anos o “Cha-Cha-Cha” que é o melhor marcador do Dragão. Quem se lembra de Jackson Martínez?

Jackson Martínez apontou 92 golos em 136 jogos pelo FC Porto
Esteve três épocas no FC Porto e em todas foi o melhor marcador do campeonato português. Fez esquecer o compatriota Radamel Falcao no Dragão, mas foi incapaz de replicar esse sucesso no Atlético Madrid antes de, mesmo muito limitado fisicamente, ter dado imenso jeito ao Portimonense.
 
Nascido a 3 de outubro de 1986 na cidade colombiana de Quibdó, seguiu as pisadas do pai, Orlando Martinez, que também era futebolista, celebrava os golos ao dançar o “cha cha cha” e ganhou mesmo a alcunha de “Cha-Cha-Cha”, que foi herdada pelo filho.
 
Jackson Martinez entrou para as camadas jovens do Independiente Medellín em 2001 e estreou-se pela equipa principal três anos depois, precisamente no dia do seu 18.º aniversário. Em 2009 sagrou-se campeão colombiano, venceu os prémios de melhor jogador e melhor marcador do campeonato e estreou-se pela seleção nacional do seu país, logo com um golo ao Equador a 5 de setembro, num jogo da fase de qualificação para o Mundial do ano seguinte.
 
 
Em janeiro de 2010 despediu-se do Independiente ao fim de 52 golos em 151 jogos e transferiu-se para os mexicanos do Jaguares de Chiapas, apesar do interesse de equipas como os sul-coreanos do Ulsan Hyundai e os argentinos do San Lorenzo e do Racing Club de Avellaneda.
 
Com impacto imediato no México, não conquistou qualquer troféu, mas foi somando golos atrás de golos, tendo amealhado 36 em 68 partidas em dois anos e meio.
 
 
No verão de 2012, foi contratado por 8,8 milhões de euros e ficou blindado com uma cláusula de rescisão de 40 milhões de euros pelo FC Porto, que estava desprovido de um grande ponta de lança desde a saída do também colombiano Radamel Falcao um ano antes.
 
Jackson começou desde cedo por corresponder o investimento, tendo marcado o golo à Académica que valeu a conquista da Supertaça Cândido de Oliveira de 2012, logo no seu jogo de estreia. Nessa época de 2012-13 foi mesmo um dos pilares de uma equipa que foi campeã invicta, às ordens de Vítor Pereira, tendo apontado 31 golos em 43 jogos, incluindo 26 na I Liga, registo que fez dele o melhor marcador do campeonato.
 
 
Nas temporadas que se seguiram revalidou o estatuto de artilheiro-mor, com 20 golos em 2013-14 e 21 em 2014-15, mas não voltou a sagrar-se campeão em Portugal. Em termos coletivos, teve de se contentar apenas com a Supertaça de 2013, tendo apontado um golo no triunfo sobre o Vitória de Guimarães em Aveiro (3-0); e com a caminhada até aos quartos de final da Liga dos Campeões em 2014-15, numa campanha para a qual contribuiu com oito remates certeiros (incluindo um na terceira pré-eliminatória). Entretanto, marcou presença no Mundial 2014 e na Copa América 2015 – a sua segunda, depois da de 2011.
 
 
O salto para um clube de topo de uma das melhores ligas europeias tornou-se inevitável. Foi associado a Arsenal e AC Milan, entre outros, mas acabou por ser confirmado como reforço do Atlético Madrid em junho de 2015, rendendo 35 milhões de euros aos cofres portistas.
 
Foi apresentando perante 10 mil pessoas no Estádio Vicente Calderón, mas acabou por desiludi-las. Nunca se aproximou do nível exibido em Portugal, não indo além de três golos em 22 jogos pelos colchoneros. Foi apelidado de flop pela imprensa espanhola, enquanto o presidente Enrique Cerezo chegou a referir-se a ele como alguém que “não estava ao nível do clube”. Pelo meio, começou na capital espanhola a ter problemas no tornozelo esquerdo, o que levou por múltiplas vezes à sala de operações e fez desaparecer definitivamente das contas da seleção colombiana, ao serviço da qual somou 41 internacionalizações e onze golos.
 
 
Ainda assim, valorizou-se, uma vez que foi contratado por 42 milhões de euros pelos chineses do Guangzhou Evergrande em fevereiro de 2016, naquela que se tornou, na altura e por apenas dois dias, a compra mais avultada de sempre por parte de um emblema asiático.
 
Também na China não conseguiu replicar o sucesso vivido no Dragão (apesar de coletivamente ter vencido campeonato, taça e supertaça), tendo apenas conseguido quatro golos em 16 jogos até outubro de 2016, quando a crónica lesão no tornozelo esquerdo o afastou dos relvados desde essa altura até setembro de 2018.
 
Chegou a pensar-se que não mais voltaria a jogar, mas o colombiano voltou a fazê-lo no Portimonense entre 2018 e 2020. Mesmo muito limitado, apontou 12 golos em 54 jogos pelos algarvios, não conseguindo evitar em campo a despromoção à II Liga, em 2020, que viria a ser revertida devido à descida de divisão administrativa do Vitória de Setúbal.
 
 
Nesta passagem pelos alvinegros regressou por duas vezes ao Estádio do Dragão: em dezembro de 2018 foi ovacionado, numa derrota por 1-4; e em fevereiro de 2020 protagonizou um momento polémico ao atirar para as nuvens um penálti que poderia ter colocado o Portimonense a vencer, num jogo que o FC Porto venceu por 1-0 com um golo de Alex Telles nos derradeiros minutos.
 
 
 
No verão de 2020 manifestou o desejo de regressar ao Independiente Medellín, o que não veio a acontecer. No final desse ano, após cinco meses como jogador livre, anunciou o fim da carreira, aos 34 anos.
 
É, ainda hoje, o melhor marcador do Estádio do Dragão, com 49 golos. 



 




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