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Alberto Augusto representou o Benfica entre 1917 e 1924 |
O autor do primeiro golo de
sempre da
seleção
nacional, naquele que também foi o primeiro jogo oficial de
Portugal,
uma derrota às mãos de
Espanha
em Madrid (1-3) a 18 de dezembro de 2021. Depois de um penálti sofrido pelo
irmão mais novo, Artur Augusto, que jogava no
FC
Porto, o avançado benfiquista Alberto Augusto chegou-se à frente para
enfrentar e bater o mítico Zamora, que ainda hoje dá nome ao troféu de melhor
guarda-redes da
Liga
espanhola.
Conhecido como o “Batatinha”,
integrou a
equipa
das quinas que disputou os Jogos Olímpicos de Amesterdão (1928), venceu um
Campeonato de Lisboa pelo
Benfica
(1919-20) e jogou nos dois maiores emblemas minhotos,
Sp.
Braga e
Vitória
de Guimarães. "Não há em Portugal jogador algum mais popular, mais
admirado e mais característico que Alberto Augusto. Poucos ou quase nenhuns dos
nossos
foot-ballers reúnem tanta simpatia como o popular jogador,
simpatia que ele merece como recompensa ao seu esforço, à sua dedicação e aos
seus grandes conhecimentos técnicos aliados à simplicidade e modéstia do seu
jogo. Possui todas as qualidades de um jogador perfeito até mesmo no dificílimo
desempenho de guarda-redes", descreveu Armando Moreira Rato em 1923 numa biografia
em jeito de almanaque de bolso, que pode ser consultada no Museu do Desporto.
Filho ilegítimo de António
Augusto e da professora Amélia Maria Rocha, nasceu a 1 de agosto de 1898 na
freguesia de Benfica, em Lisboa. Foi lá, nas ruas de terra batida, que começou
a mostrar habilidades com uma bola de trapos quando tinha apenas nove anos.
Também ia para a zona do campo do
Benfica,
na altura em Sete Rios, para assistir aos treinos e ficar à espera que alguma
bola saltasse a vedação para ficar com ela. Diz-se que foi apanha-bolas do
fundador das
águias,
Cosme Damião.
Aos 14 anos iniciou-se como
futebolista no Grupo Desportivo da Amadora, a pouco mais de dois quilómetros de
casa. Começou a jogar na quarta equipa, mas rapidamente galgou até à primeira,
dando nas vistas por um futebol vistoso, que contrastava com o “pontapé para a
frente” da época, com dribles revolucionários que irritavam adversários e…
companheiros de equipa.
Haveria de chegar ao
Benfica
em 1917, aos 19 anos, e foi já como um dos indiscutíveis do onze
encarnado
que foi chamado a integrar a primeira
seleção
nacional, pela qual viria a somar um total de quatro internacionalizações.
Em 1924 tornou-se no primeiro
português a jogar no Brasil, onde representou o
América
do Rio de Janeiro e o
Santos,
depois de por lá ter brilhado ao serviço do
Vitória
de Setúbal numa digressão que os
sadinos
realizaram por terras de Vera Cruz.
Com saudades do país de origem,
assinou pelo
Sp.
Braga em 1925, entrando na história dos
arsenalistas
como o primeiro jogador remunerado e também o primeiro a ir à
seleção.
Foi jogador-treinador de vários
clubes até pendurar as botas em 1940, no
Vitória
de Guimarães, emblema que ajudou a catapultar para uma dimensão nacional,
uma vez que foi o treinador da primeira equipa dos
vimaranenses
que participou na
I
Divisão e atingiu a final da
Taça
de Portugal, em 1941-42.
Foi na Cidade-Berço que casou,
com Maria Emília Fonseca, e onde ficou até à morte de ambos, em 1973.
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