sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Hoje faria anos Alberto Augusto, o “Batatinha” que marcou o primeiro golo da seleção nacional

Alberto Augusto representou o Benfica entre 1917 e 1924
O autor do primeiro golo de sempre da seleção nacional, naquele que também foi o primeiro jogo oficial de Portugal, uma derrota às mãos de Espanha em Madrid (1-3) a 18 de dezembro de 2021. Depois de um penálti sofrido pelo irmão mais novo, Artur Augusto, que jogava no FC Porto, o avançado benfiquista Alberto Augusto chegou-se à frente para enfrentar e bater o mítico Zamora, que ainda hoje dá nome ao troféu de melhor guarda-redes da Liga espanhola.
 
Conhecido como o “Batatinha”, integrou a equipa das quinas que disputou os Jogos Olímpicos de Amesterdão (1928), venceu um Campeonato de Lisboa pelo Benfica (1919-20) e jogou nos dois maiores emblemas minhotos, Sp. Braga e Vitória de Guimarães. "Não há em Portugal jogador algum mais popular, mais admirado e mais característico que Alberto Augusto. Poucos ou quase nenhuns dos nossos foot-ballers reúnem tanta simpatia como o popular jogador, simpatia que ele merece como recompensa ao seu esforço, à sua dedicação e aos seus grandes conhecimentos técnicos aliados à simplicidade e modéstia do seu jogo. Possui todas as qualidades de um jogador perfeito até mesmo no dificílimo desempenho de guarda-redes", descreveu Armando Moreira Rato em 1923 numa biografia em jeito de almanaque de bolso, que pode ser consultada no Museu do Desporto.
 
Filho ilegítimo de António Augusto e da professora Amélia Maria Rocha, nasceu a 1 de agosto de 1898 na freguesia de Benfica, em Lisboa. Foi lá, nas ruas de terra batida, que começou a mostrar habilidades com uma bola de trapos quando tinha apenas nove anos. Também ia para a zona do campo do Benfica, na altura em Sete Rios, para assistir aos treinos e ficar à espera que alguma bola saltasse a vedação para ficar com ela. Diz-se que foi apanha-bolas do fundador das águias, Cosme Damião.
 
Aos 14 anos iniciou-se como futebolista no Grupo Desportivo da Amadora, a pouco mais de dois quilómetros de casa. Começou a jogar na quarta equipa, mas rapidamente galgou até à primeira, dando nas vistas por um futebol vistoso, que contrastava com o “pontapé para a frente” da época, com dribles revolucionários que irritavam adversários e… companheiros de equipa.
 
Haveria de chegar ao Benfica em 1917, aos 19 anos, e foi já como um dos indiscutíveis do onze encarnado que foi chamado a integrar a primeira seleção nacional, pela qual viria a somar um total de quatro internacionalizações.
 
Em 1924 tornou-se no primeiro português a jogar no Brasil, onde representou o América do Rio de Janeiro e o Santos, depois de por lá ter brilhado ao serviço do Vitória de Setúbal numa digressão que os sadinos realizaram por terras de Vera Cruz.
 
Com saudades do país de origem, assinou pelo Sp. Braga em 1925, entrando na história dos arsenalistas como o primeiro jogador remunerado e também o primeiro a ir à seleção.
 
Foi jogador-treinador de vários clubes até pendurar as botas em 1940, no Vitória de Guimarães, emblema que ajudou a catapultar para uma dimensão nacional, uma vez que foi o treinador da primeira equipa dos vimaranenses que participou na I Divisão e atingiu a final da Taça de Portugal, em 1941-42.
 
Foi na Cidade-Berço que casou, com Maria Emília Fonseca, e onde ficou até à morte de ambos, em 1973. 



 
  




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